Numa era da hegemonia da Imagem, em que todas as nossas referências estão intimamente relacionadas, de alguma forma, com a imagem, aprofundar a discussão sobre essa hegemonia e sobre o que isso implica para as artes, na contemporaneidade mais que uma redundância, é perseverar.
A imagem do som, a imagem do gesto, a imagem da palavra, a imagem da forma e a imagem da imagem são apropriações propositadas para um mergulho profundo em busca de novas possibilidades de significados pela hiper saturação desse universo. Garimpar por essas lavras, já tão exploradas, pode parecer insensatez, mas é um ato de coragem. Coragem para correr o risco e encontrar novos caminhos, novas propostas para a criação e de expressão.
Diante dessas possibilidades, fazer o Festival de Inverno da UFMG voltado para a produção cinematográfica, certamente constitui um ato de ousadia. Fazer convergirem as áreas da criação artística, que há alguns anos vem compartilhando ações conjuntas para uma produção comum, permite com que se renove o conceito de transdisciplinaridade, que há muito vem sendo trabalhado pelo Festival.
Na contemporaneidade, o cinema traduz bem esses conceitos e se ajusta perfeitamente como suporte adequado às expectativas de um festival diferenciado, ainda possível e ambicioso.
“Cine fósforo” -- aquilo que brilha em movimento, “Cine grafia” -- imagem em movimento, por si livre e autônoma.
Acreditando na frequência cíclica das ações e das energias, no “eterno retorno” e nas oscilações entre vales e picos, urge retomar o crescimento. Em princípio, mais pela ousadia das idéias do que pelo volume delas, ou pelo valor que elas possam vir a ter.
Assim é o Festival de Inverno da UFMG: oscila, pendula, como o tempo, lá e cá. Como o tempo, não se deixa parar: senhor de muitos destinos, segue...
Confira a programação:
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