Eduardo Tristão Girão - EM Cultura
retirado em 27/05/2010 da seção música do site divirta-se do portal uai:
Durante 10 dias, serão apresentadas 50 atrações. Todos os shows são gratuitos
O bruxo dos sons Hermeto Pascoal promete transformar o mundo em música absoluta
Abra sua agenda e comece a reservar bastante espaço porque a quarta edição da Festa da Música está chegando. A partir do dia 28, serão 10 dias de shows gratuitos em 10 espaços de Belo Horizonte, num total de 50 atrações mineiras e de outros estados. Como de costume, o maior e mais democrático evento musical da cidade tem em sua extensa programação nomes de peso, como Hermeto Pascoal, Toninho Ferragutti, Juarez Moreira, Paulo Moura e Pau Brasil, e também jovens talentos, caso de Gabriel Grossi, Chico Pinheiro, Daniel Santiago e Dudu Braga. A realização é da Fundação Assis Chateaubriand.
Inspirada na Fête de la Musique, criada na França há 28 anos para celebrar a chegada do verão (quando os dias são mais longos por lá), a Festa da Música da capital mineira atraiu, em 2007, nada menos que 100 mil pessoas. O feito foi repetido no ano seguinte, mas ano passado, por causa da chuva (o evento foi realizado em outubro), o público caiu para 80 mil pessoas. “Este ano, nossa expectativa é atingir 120 mil pessoas, pois outono é estação de pouca chuva e temperatura amena”, estima Cristina Sabino, produtora executiva da Festa da Música.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DA 4ª EDIÇÃO DA FESTA DA MÚSICA
Os novos espaços escolhidos para abrigar as apresentações são o CentoeQuatro (Praça da Estação), a Praça Tom Jobim (Santa Efigênia) e Feira Modelo (Rua Araguari, entre Matias Cardoso e Rodrigues Caldas, no Santo Agostinho). Além deles, estão as praças do Papa, JK, Diogo de Vasconcelos, da Liberdade, Nova da Pampulha e de Santa Tereza, o Museu de Artes e Ofícios, Teatro Alterosa e Parque Municipal. “Uma das preocupações foi privilegiar a escolha de espaços que atendam as necessidades de portadores de deficiência e idosos”, acrescenta Cristina.
“Este ano, realizaremos apenas pequenos ajustes para atender a demanda do público, que sempre nos envia sugestões e opiniões sobre o projeto. Distribuímos as atrações de forma menos concentrada, permitindo que as pessoas possam assistir mais de um espetáculo por dia”, conta. Em alguns momentos, como no primeiro sábado do evento, a programação começa na Praça Tom Jobim, no início da tarde, passa pelo Museu de Artes e Ofícios, e termina às 21h, na Praça do Papa, totalizando seis atrações.
A música instrumental continua ocupando maior espaço, embora vocais apareçam aqui e ali, caso do Vozes do Morro; Tulião Mourão e Titane; Tizumba e Cortejo Tambor Mineiro; e da Banda do Síndico, que reúne músicos que tocaram com Tim Maia, para interpretar os sucessos dele ora em formato instrumental, ora com o cantor Bruno Maia. “Ele não é parente do Tim. Escolhemos pelo timbre de voz ser parecido e por ser alegre no palco e fã dessa música. Tim Maia gostava muito de música instrumental, pois veio da escola norte-americana, ouvia muito jazz, muito funk”, conta Silvério Pontes, integrante da Banda do Síndico.
O clarinetista Paulo Moura mostra que a boa arte instrumental vai da gafieira ao jazz
No gogó
E por falar em voz, o alagoano Hermeto Pascoal, uma das principais atrações da Festa da Música, manda aviso ao público interessado em conferir seu show: “O pessoal tem de esquentar o gogó antes de sair de casa”. É que o show que ele apresentará com seu grupo (a mulher, Aline, e o filho, Fábio, fazem parte) inclui vários momentos de improviso vocal e interação com o público. Para não fazer feio na hora, ele recomenda gargarejar com uma mistura de água morna, limão, vinagre e um pouquinho de sal. O músico diz que repertório e arranjos podem sofrer alterações até mesmo quando já estiver no palco, mas garante para sua apresentação, dia 30, músicas como Os gritos, Irmãos latinos e Tamancos e pilão.
Já o cavaquinista Ausier Vinicius, veterano do choro na cidade, sabe exatamente o que vai mostrar para o público. “Desde ano passado, eu e meu grupo estamos fazendo apresentações em homenagem a Waldir Azevedo. Fiz resgate de baiões, boleros e um punhados de frevos dele que ninguém conhece”, conta. Fundador do Pedacinhos do Céu, reduto do choro inaugurado em 1996, ele se apresenta constantemente no local acompanhado por grupo que leva o nome da casa. Os mesmos músicos estarão com ele no show do dia 29, quando receberá no palco convidado de Uberaba, o também cavaquinista Fausto Reis, especialista na obra de Waldir.
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