terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Tambores de Minas em festa

Recomendado por Guilardo Veloso.
Retirado do site d’OTEMPO em 05/02/13 do endereço:

http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=220188%2COTE&fb_action_ids=10151418293806797&fb_action_types=og.recommends&fb_source=other_multiline&action_object_map=%7B%2210151418293806797%22%3A243794235756429%7D&action_type_map=%7B%2210151418293806797%22%3A%22og.recommends%22%7D&action_ref_map=%5B%5D

Por Lygia Calil

Especial para O Tempo

No Carnaval do Recife, a festa só começa depois que os maracatus vão para a rua. Como lá, entre ritmo, dança e tradição, o grupo belo-horizontino Maracatu Lua Nova antecipa o Carnaval mineiro e lança hoje, na Funarte, seu primeiro CD, que resgata as origens e memórias desta manifestação folclórica. É o anúncio do Carnaval na cidade e também a comemoração de 10 anos do grupo.

Os convidados da festa são a Guarda de Congo Feminina de Nossa Senhora do Rosário, a Guarda de Moçambique Divino Espírito Santo e o grupo Ensaios - Samba do Seu Marcelo. A programação conta também com exposição de fotos do grupo.

"Maracatus do Recife" é a primeira gravação das 22 músicas escritas ao final do livro homônimo, do compositor e pesquisador carioca César Guerra-Peixe (1914-1993). As composições, de autoria desconhecida e domínio público, datam da virada do século XIX para o século XX. "O livro é a maior referência sobre o maracatu, muito usado por quem pesquisa e se interessa pelo assunto. Nesse guia, as músicas foram detalhadas, não só com as partituras, mas também em seus rituais. E foi isso que gravamos: um material que quase se perdeu no tempo", diz o fundador do grupo, André Salles-Coelho.

Além da comemoração da primeira década de história, o Maracatu Lua Nova também vai inaugurar um novo jogo de uniformes e adereços, nas cores oficiais, azul e laranja. Ainda segundo Salles-Coelho, quem for à Funarte pode esperar a antecipação do Carnaval, um pedacinho do Recife em Belo Horizonte.

Para a exposição, o grupo reviu o seu arquivo de mais de 3.000 fotos. Entre elas, foram selecionadas cerca de cem de momentos marcantes, como a primeira apresentação, a primeira visita à sede, além de viagens, apresentações, ensaios e gravações.

Particularidades.O maracatu mineiro, de acordo com o fundador do grupo, tem suas particularidades. Comparado ao original pernambucano, o gingado de Minas Gerais é mais contido, quase tímido. E o Maracatu Lua Nova surgiu de uma vontade de tentar diminuir os quase 2.100 km de distância até o Recife. "Não é fácil ir até lá, ver ao vivo, então nos viramos por aqui mesmo", explica.

A história que começou com o grupo musical se desdobrou por várias outras atividades, em uma associação cultural sem fins lucrativos, que também oferece aulas e oficinas culturais.

A partir do Lua Nova, foram criados outros grupos que também têm na identidade o resgate de ritmos tradicionais brasileiros, como o grupo de coco Ouricuri, o de chorinho Caxinha de Phósphoro, o de música barroca Arandela e a Orquestra 415. "Foi um sonho que tomou caminhos que nunca imaginei. Quando o Lua Nova começou, achava que o máximo que iria acontecer seria tocarmos no Recife, o que nunca aconteceu. Mas nasceu tanta coisa legal que hoje nem penso mais na viagem", conta.

Mais de 600 pessoas já passaram pelas oficinas, aulas e ensaios do Lua Nova, nos quais aprenderam as noções básicas do ritmo, da dança e do ritual do maracatu. Hoje, são cerca de 60 integrantes. "Nunca é um número fixo, porque eventualmente as pessoas entram e saem do grupo e é sempre muita gente tocando junto. As nossas portas estão sempre abertas, entra quem quiser". Todos os sábados, o grupo realiza apresentações abertas ao público, sempre a partir das 16h, na sede na rua Dona Clara, no bairro Aparecida.

Agenda

Lançamento do CD "Maracatus do Recife", do grupo Maracatu Lua Nova

Quando:Hoje, às 19h

Onde: Funarte (Rua Januária, 68, Floresta)

Quanto: Entrada Franca

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