Incelente Maravia.
Esta é a melhor expressão para avaliarmos o I Festival da Cultura Quilombola de São Julião realizado entre os dias 24 e 28 deste último mês de junho. A Comunidade Quilombola de São Julião recebeu dezenas de visitantes de vários locais de Minas Gerais e do país, além de seus filhos, netos e amigos de vários cantos para uma grande festa, a celebração da amizade, união, luta e identidade este povo formado por bravas mulheres e fortes homens pretos, brancos e tantas mais cores de lá.
O festival teve início com missa, casamento e batizados, carregada de significados e resgates de tradições locais, cortejo da noiva acompanhada de sanfona, violas, violões e foguetório. Tudo terminando na poeira de um forró democrático e lindo.
Na quarta-feira, enquanto a estrutura era preparada para o Encontro de Violeiros e apresentação locais, as oficinas de Poesia, Iniciação Artística, Brinquedos e Brincadeiras, Construção de Instrumentos, Dança e Cerâmica contaram com a presença predominante das crianças, abundantes em São Julião. Os resultados excelentes foram apresentados no dia 27.
O 3º Encontro de Violeiros de São Julião contou com a participação do anfitrião Pereira da Viola, Joaci Ornelas, Quincas da Viola, Gabriel Violeiro e Bilora, num truvejo lindo durante os dois dias de apresentações.
As noites ainda contaram com mostras das oficinas e com apresentações de Rangelito Rodrigues, Tau Brasil, Xingu e Orlando Pereira, também leitura de poesias compostas na oficina ministrada pelo poeta Cláudio Bento, performance das mulheres da comunidade que fizeram uma grande roda de jogo de versos e uma homenagem à história de amor, luta e beleza de Pai João Preto e Mãe Augusta a quem o festival foi dedicado.
Contamos com a presença do Deputado Federal Nilmário Miranda, que destinou uma emenda parlamentar para a construção da Casa do Batuque Pai João Preto, os vereadores Daniel Sucupira (Teófilo Otoni) e Marcus Vinícius (Itaobim), o Gerente de Atendimento e Articulação Regional da Petrobras, Guilherme Carvalho, o representante do Fórum da Música de Minas Gerais e do FdE, Gabriel Murilo, representantes das Comunidades Quilombolas dos Marques (Carlos Chagas) e da Água Preta de Cima (Ouro Verde de Minas), a Diretora de Extensão e Cultura da UFVJM, professora Silvia Canôas e a Coordenadora do Curso de Serviço Social da UFVJM, professora Vanessa Juliana da Silva, entre outros que compartilharam destes momentos tão importantes para a afirmação identitária comunidade de São Julião e das comunidades quilombolas do Vale do Mucuri.
Patrocinado pela Petrobras e pelo Governo de Minas, através do Programa Música Minas, o festival foi realizado pelo VALEMAIS - Instituto Sociocultural do Jequitinhonha, Picuá Produções, Associação Quilombola Vaz Pereira, Prefeitura Municipal de Teófilo Otoni através da Secretaria Municipal de Cultura e Patrimônio Histórico, e Associação Mucury Cultural.
O I Festival da Cultura Quilombola manifestou e contribuiu para o processo de valorização identitária, de sua história de resistência e de luta da comunidade de São Julião. Foi uma grande festa da cultura popular e da cultura quilombola.
Ainda prestou-se homenagem ao Pai João Preto, que dedicou sua vida a lavrar a terra, a cultura popular na luta por uma vida melhor, justa e pacífica para sua comunidade. Também à Mãe Augusta, matriarca da Comunidade Quilombola de São Julião que nos deixou no último mês de abril, juntando-se ao seu companheiro Pai João Preto.
Viva Pai João Preto e Mãe Augusta!
Viva a cultura popular!
Viva São Julião!
Viva a Cultura Quilombola!
Viva o Vale do Mucuri!
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