Enviado por Guilherme Câmara do CineClube Joaquim Ribeiro Sadi
Estão abertas as inscrições para as oficinas da 8ª. Mostra de Cinema Documentário de Ipatinga, Cinedocumenta, que acontece de 16 a 22 de maio e conta com o patrocínio da Usiminas. Neste ano, o evento busca inspiração em Viva o Povo Brasileiro, livro histórico e ficcional de João Ubaldo Ribeiro que reverencia a construção da identidade nacional.
Realização em curta documental e A Subjetividade Objetiva: O documentário de Criação são as oficinas programadas para a Cinedocumenta. A primeira, que será ministrada por Luiz Carlos Lacerda, abordará a linguagem e narrativa cinematográfica, nomenclatura dos planos e movimentos de câmera e construção do discurso fílmico na prática. As aulas terão como objetivo instrumentalizar os participantes para a realização de um documentário, com a composição de uma equipe nos moldes de uma produção profissional, ocupando funções técnicas (produção, pesquisa, câmera e fotografia, som) e artísticas (direção, direção de arte, direção musical e edição). A oficina, que acontecerá de 17 a 22 de maio, de 10 às 18:00 horas, no Centro Cultural Usiminas, tem como público-alvo estudantes de cinema, jornalismo ou publicidade, jovens realizadores de audiovisual, artistas plásticos e músicos acima de 18 anos.
Proporcionar uma reflexão sistemática e produtiva sobre as estratégias para a construção da linguagem de um filme documentário é o propósito da oficina A Subjetividade Objetiva: O documentário de Criação, que acontecerá de 17 a 19 de maio, de 14 às 18:00 horas, no Auditório da Biblioteca Central de Idéias. As aulas sugerirão uma análise das relações entre os temas adotados e os possíveis métodos empregados para a transfiguração da realidade. Segundo destaca o instrutor Joel Pizzini, no momento em o documentário brasileiro, sobretudo o musical, conquista um grande impulso e espaço e desperta o interesse do público, o debate sobre a forma como lidar com personagens além do registro biográfico, ganha relevância na cena do cinema brasileiro contemporâneo e motiva a oficina. “Como atribuir uma dimensão cinematográfica ao documentário, sem desconsiderar a natureza histórica da abordagem? Como considerar a subjetividade, o caráter íntimo e a humanidade dos personagens sem perder a precisão e dado informativo intrínseco a pesquisa de linguagem? Estas e outras questões como as relações entre o particular e o universal, serão exaustivamente discutidas a partir de uma série de exercícios e leituras críticas de filmes que transcenderam ao registro biográfico”, antecipa Pizzini.
O curso terá como público-alvo pessoas acima de 18 anos e que tenham alguma relação com a pesquisa ou produção audiovisual.
Dentre as atividades a serem desenvolvidas durante as aulas está a exibição de trechos de clássicos do cinema documental bem como making of's ilustrativos de experiências autorais marcantes que romperam os limites narrativos. “Trata-se de uma forma de expressão que se afirma cada vez mais no país”, destaca Pizzini, anunciando ainda que será apresentado também um painel didático das principais vertentes do documentário clássico e contemporâneo.
Os métodos aplicados na pesquisa iconográfica e na experimentação da linguagem serão destacados no curso a partir de experimentos que marcaram época na história do cinema também são temas do programa, que se completa com aspectos conceituais e a influência do modo de produção, envolvendo
a composição da equipe.
CONVIDADOS
O produtor da Cinedocumenta, Éderson Caldas, chama a atenção para a qualidade da programação. “Tanto os filmes escolhidos para a mostra, quanto os nossos instrutores, os assuntos objetos de estudo, reflexões das nossas oficinas, tudo foi selecionado com muito cuidado. Afinal, a Cinedocumenta é uma tradição que se firmou como uma das principais mostras cinematográficas do Estado, comprometida com a disseminação do cinema nacional e com a formação de novos produtores”, enfatiza Éderson.
O produtor destaca a parceria com os instrutores que já participaram de edições anteriores da Cinedocumenta. “O Lacerda é roteirista e diretor de cerca de 20 documentários de curta e média-metragem sobre personagens da nossa cultura como Lucio Cardoso, Nelson Pereira dos Santos, João da Baiana, Donga, Pixinguinha, Cecilia Meireles, Walmir Ayala, Oduvaldo Viana Filho, Alex Viany, João Tinoco, Paulo Vilaça, Antonio Parreiras, Zé Tarcísio, Alair Gomes, Quirino Campofiorito, dentre outros. E dos longas de ficção Mãos vazias, O princípio do prazer, Leila Diniz, For All e Viva Sapato!”, enumera Éderson.
No currículo de Lacerda, que é professor da Escola Internacional de Cinema de Cuba, da Universidade Estácio de Sá e do Polo do Pensamento Contemporâneo, consta também a ministração de oficinas nas mostras de Tiradentes, Ouro Preto, Belo Horizonte e Vitória.
Quanto a Pizzini, ele é autor de ensaios documentais premiados internacionalmente como Caramujo-Flor (1988), Enigma de Um Dia (1996), Glauces (2001) e Dormente (2006). Joel Pizzini conquistou com os longas 500 Almas (2004) e Anabazys (inédito), os prêmios de melhor filme, som, fotografia, especial do juri e melhor montagem, nos festivais do Rio, Mar del Plata e Brasília, entre outros. Conselheiro da escola do Audiovisual de Fortaleza e professor da Faculdade de Artes do Paraná, Pizzini é curador das retrospectivas Faces de Casavetes, Festival Jodorowsky e Estratégia do Sonho, o primeiro Bertolucci. Pizzini trabalhou ainda como curador da restauração da obra de Glauber Rocha e co-dirigiu os documentários extras dos DVD´s do cineasta. Pesquisador de novas linguagens, participou do projeto Artecidade e da Bienal de São Paulo, Mercosul com videoinstalações e direção de performances. Prepara o novo filme Olho Nú (Ney Matogrosso), co- produzido pelo Canal Brasil
A Cinedocumenta tem curadoria do cineasta, Sávio Tarso.
SERVIÇO
As inscrições para a Cinedocumenta podem ser feitas pelo site da mostra: www.cinedocumenta.com.br
Legenda:
O premiado documentarista carioca, Joel Pizzini, ministrará a oficina A Subjetividade Objetiva: O documentário de Criação
Foto: Divulgação
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