segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A Mucury 9

Por Bruno Bento

Publicação anual diversa, "é mais sortida que a feirinha do Veneta!", poesia, política, antropologia, fotografia e muito mais, além de um bocado de Mucuri!

“Debaixo da saia não”! Gritaram. Ainda bem que não obedeci, senão tínhamos perdido esta imagem da capa. Esta edição é seguramente a mais bonita e bem resolvida que já tivemos da Revista Mucury.

Debaixo de tantas coisas deste nosso grotão que anuncio sem titubeio, encontramos tanta jararaca, quanto poesia, há tanto sol quanto beleza que fica tudo mais impressionante quando junto à beleza de colaborações de um mundo não estranho, mas irmão, numa experiência proporcionada pela internet que não nos isola, mas possibilita uma rede colaborativa antes impossibilitada pela natureza meticulosamente geográfica. Este é o poder da cultura e de nossas vontades de produzir e fruir o que vivemos.

A Revista foi nosso primeiro projeto, em 2007 ideada por Jianderson de Souza, iniciada com um A3 do pior papel jornal que conseguia chegar nestes grotões! A história dela é muito engraçada. Gente que desdenhou, outros apostaram tanto em grana quanto em textos. Até um chilique que dei e pus na cabeça que seria a Escola de Design da UEMG é que ficaria responsável pelo design, claro.

Eu não conhecia ninguém lá. E como Krenhouh Jissá Kiju adora pregar peças nos Kraí, um mês depois estava jantando com Roberto Werneck, à época diretor da tal escola. Como ele logo se apaixonou pela cachaça daqui deste Mucuri, certeiro. Algum tempo depois eu como um ET me reuni lá na escola com um grupo de meninas e menino, eram Daniella Salles, Viviane Silva e Marcelo Torres, este não está mais conosco todavia a Adélia Braga compõe a COMBO, um talentoso studio de design com um potencial incrível que nos orgulhamos de sermos grandes parceiros.

E tomamos àquele instante uma decisão difícil, mas importante. Deixamos o tão querido papel, e entramos definitivamente no mundo virtual, e a resposta e nossa avaliação é que acertamos. Aumentamos o número de leitores, de colaboradores e a beleza da revista é cada vez mais contundente.

Pois bem, nesta edição tem de tudo e de todo lugar! De Minas e Mucuri profundos, e poéticas, estéticas, textos vindos também do Rio de Janeiro, do Paraná, das Ilhas Canárias, do Chile, da República Dominicana, de Angola, esta revista como o Mucuri é também uma “Babel de raças e línguas”, como profetizara Paulo Pinheiro Chagas.

A nossa Mucury 9 então está sortidamente repleta de poesia. O que não significa que contenha conteúdo científico, mas conseguimos nosso grande objetivo, a extrapolação de algumas destas barreiras que a nós não interessa. Como disse logo no início, se respeitasse estas convenções, não teríamos a capa nem este número, pois já tínhamos ficado para trás.

Finalmente não posso me esquecer de JJ Ribeiro um dos ilustradores preferidos que anda meio sumido da revista, Ricardo Frei nosso primeiro editor e Clarice Palles nossa editora que vigia o editorial para que eu não fale mais besteira que o suportável. E tem muita gente que merece lembrança e agradecimentos.

Corram pra ler esta revista que está simplesmente maravilhosa!

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