terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Cantoria das Águas – o avanço do setor cultural do Vale do Mucuri

Por Bruno Bento.

clip_image002Enquanto convalesço de uma segunda dengue, tento descrever brevemente a alegria e trabalho que participamos nos dias 18 e 19 deste janeiro em Águas Formosas, uma das cidades mais importantes, bonitas, poéticas e cantadas do Vale do Mucuri, onde foi realizado o I FÓRUM REGIONAL DE CULTURA DO VALE DO MUCURI.

Este encontro teve como objetivos a mobilização, a articulação do setor cultural regional, bem como discussões de temas como identidade cultural e necessidade de institucionalização de uma movimentação que andava meio dispersa nos vários municípios da região, além de uma proposta mais abrangente, uma vez que não podemos falar em cultura sem pensarmos em inclusão, cidadania e sustentabilidade.

Em linhas gerais os resultados foram a criação de um Fórum Permanente de Cultura do Mucuri e o Válido Mucuri – Instituto de Cultura, Cidadania e Sustentabilidade Ambiental e o início de um trabalho-processo de reflexão, mobilização, articulação, profissionalização, produção e fruição cultural.

O evento contou com presença dos grandes nomes da cultura popular do Mucuri e das Minas, tais como: Bilora, Pereira da Viola, Gonzaga Medeiros, Tau Brasil, Carlos Farias, eles e todos nós, lotamos o auditório o Centro de Cultura Professor Maurício Marcondes Coelho. Éramos artistas, produtores, agentes culturais e políticos representantes de diversas cidades da região, da AMUC – Associação dos Municípios da Microrregião do Vale Do Mucuri –, e do Vale do Jequitinhonha, como FECAJE e VALEMAIS - Instituto Sociocultural do Jequitinhonha, além ilustre da presença de Raimundo Luiz Vieira Dutra, vereador de Padre Paraíso e grande articulador cultural do Jequitinhonha.

Durante a abertura do evento, os discursos foram uníssonos no apoio às ações que seriam propostas pelo fórum e pela futura entidade, salientamos- o do prefeito de Águas Formosas, Carlinhos e do Presidente da AMUC e prefeito de Ataléia, Geraldo Amador (que podem ser conferidos no link a seguir).

Tive a honra de conduzir um bate papo sobre identidade cultural, partimos do livro “O que faz o brasil, Brasil” de Roberto DaMatta, e fizemos algumas reflexões sobre nossa identidade mucuriana: o que faz o mucuri, Mucuri? Foi a pergunta que fizemos. Ao final do primeiro dia e desta conversa podemos dizer, a grosso modo, que somos nós quem fazemos o Mucuri:

Foi, é e será o homem, portanto a cultura que transformou uma porção de território em espaço social e culturalmente construído, de mesma maneira o fizemos com a palavra, com o lugar dos Borun. Entretanto para sabermos como se deu este processo e quais suas características e resultados ainda precisamos ir fundo nos grotões deste nosso Mucuri.

(Para conferir o vídeo de transmissão do primeiro dia do Fórum, clique aqui.)

Já no segundo dia, iniciamos com a participação emocionante de Pereira da Viola numa discussão sobre a importância do encontro e da criação da entidade e de um fórum permanente e que fossem mais abrangentes em sua atuação. Em sequência foi apresentado o modelo de estatuto.

Após o almoço foi aberta a Assembleia Geral que criou o Válido Mucuri – e elegeu a primeira diretoria e respectivos conselhos de Administração e Fiscal.

(Para conferir o vídeo de transmissão do segundo dia do Fórum: 1ª parte, 2ª parte 1, 2ª parte 2, 2ª parte 3)

E em clima de confraternização que marcou todo o encontro, a diretoria e componentes dos conselhos e do Fórum Permanente de Cultura do Mucuri foram empossados, todos com o comprometimento de atuar fortemente na articulação e mobilização para o desenvolvimento setorial da cultura no Mucuri.

Também já foram escolhidos os municípios para sediarem as duas primeiras edições do Festival Cultural (ainda sem nome definido) do Vale do Mucuri, sendo a primeira edição no ano de 2013 em Águas Formosas e em 2014 em Machacalis.

(Para conferir o vídeo de transmissão do encerramento do Fórum, clique aqui.)

O dia foi fechado com uma bela chuva versejada por Gonzaga Medeiros como sendo o sinal dos novos tempos para a cultura regional e popular do Mucuri, e eles junto aos grandes artistas nos brindaram com um show maravilhoso, o corolário de um final de semana histórico para todos nós e o nosso Vale.

Finalmente, podemos concluir que após décadas de idas e vindas, inicia-se outro ­oriente para o desenvolvimento do setor cultural no Mucuri, e sua identidade. Por conseguinte, sabemos por nossos irmãos mais próximos do Jequitinhonha que o caminho passa pela valorização da cultura popular, por isso avançaremos pelos grotões, também que articulação e mobilização são processos que não podem ser interrompidos sob pena de termos de começar tudo outra vez, e que em tempos hipermodernos temos de promover e também valorizar a diversidade de nossas expressões artístico-culturais e todos os seus meios de produção e fruição.

Há muito trabalho a ser feito, muita experiência a ser compilada e partilhada, muita conversa, suor e sangue para prosseguirmos!

Que Krenhuh Jissa Kiju nos ajude!

Ps.: em breve virão as fotos do evento.

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