Mucuryanos, olhe quem quer vir para o Beco das Cultura 2012!
O que acham?
Retirado daLivRevista em 12/06/12 do endereço:
http://www.livrevista.com/article.php?id=1748
No último dia nove de maio, a banda Comunidade Azougue apresentou a Bauru sua mistura coesa de ritmos nordestinos
Por Amanda Melo
Perto das nove da noite, poucas pessoas se acomodavam nas mesas da Área de Convivência do Sesc Bauru. Poucos minutos depois, o público crescia para aguardar pelo início da apresentação. O que já se podia esperar de Comunidade Azougue, banda de Olinda (PE), era um som no mínimo explosivo – retratado pela bebida de pólvora, cachaça e limão que nomeia o grupo.
Depois de quase seis anos juntos, Fred Caiçara (voz), Chico Tchê (baixo), Léo Oroska (percussão), Júlio Castilho (guitarra) e Sanzyo Dub (bateria), acompanhados por outros parceiros de estúdio, gravaram o primeiro disco, intitulado “Coisas Que Não Se Fabricam Mais” (2011). O próprio nome do álbum sugere a mistura de ritmos que todos presenciariam.
De camisas floridas e ginga pernambucana trazida à superfície, a banda entrou no palco com pinta de quem mostraria o que tem de melhor. A faixa que dá nome ao disco abriu o show. Agitação e coesão musical não faltaram aos artistas que, cada um numa espécie de universo próprio, formavam a mistura de timbres e cadências cujo efeito único era a vontade de dançar junto a eles.
A iluminação do palco em “Dorotéia” contribuiu para o groove e o calor retratados pela canção. Inevitável lembrar-se do rap ritmado de Chico Science ao ouvir o sotaque marcante de Fred Caiçara. Teve espaço até para uma palinha de “A Ordem é Samba”, de Jackson do Pandeiro e Severino Ramos. O suingue fez a banda seguir o show com “Orion e as Pirâmides” e “Quero Me Pintar de Preto”.
Com o samba cadente de “Eva Brasileira”, ficou representada a malemolência de um bom nordestino. Fred convidou o público a acompanhar a melodia que se repete ao fim da música. “Não precisa nem ensaiar. É jam”, instruiu. Ainda na pegada do samba, “Aurora” deixou a marca da cuíca, tocada com maestria por Léo Oroska, e “Nas Quebradas” acompanhou a levada das canções anteriores.
Algo como uma mistura de cúmbia e merengue. Nem mesmo a banda define o estilo da releitura de “Balada nº7”, de Moacyr Franco. Acontece que, como o próprio Fred diz, “experimento é isso”. O agitado “Samba de Graça” fez o público deixar os assentos para arriscar um balanço.
Na reta final da apresentação de Comunidade Azougue, Júlio Castilho presenteou o público com solos contundentes e danças malucas em “Sandália de Dedo” e “Samba de Black”. Para fechar o show, o funk meio samba de “Gentileza” e uma inédita, chamada “Areia”, marcada pelo afrobeat de Fela Kuti.
Aplausos não faltaram para que os pernambucanos retornassem para o bis, com direito à escolha do público: “Samba de Black” e “Coisas Que Não Se Fabricam Mais”. O que ficou foi o destaque de uma mistura maluca que dá certo e que traz ao sudeste um apanhado da cultura nordestina.
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