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Por Abílio Neto · Recife, PE
Januário José dos Santos, nascido em 1888, pai de Luiz Gonzaga, é o mais antigo sanfoneiro de que se tem notícias no Nordeste. Antes dele, já existiam alguns sanfoneiros, pois a sanfona chegou ao Brasil com a colonização alemã e alguns anos depois, chegou a Minas Gerais, onde se incorporou ao folclore (calango). Descendo pelo Rio São Francisco, chegou ao sertão pernambucano juntamente com o gênero musical mineiro. Januário era “pajeuzeiro”: para uns, ele havia nascido no município de Floresta, e para outros, no antigo Pajeú das Flores. Mudou-se para o sertão do Araripe em 1909 e logo depois conheceu Ana Batista de Jesus, nascida lá mesmo em 1893, com quem se casou. Era instrumentista e compositor de vários gêneros, inclusive do calango!
Dessa união houve 9 filhos. Luiz Gonzaga foi o segundo. Ele imortalizou seu pai com a música dele e Humberto Teixeira, chamada “Respeita Januário”. Mas Januário era mesmo tido como o maior tocador da região. Em 1952, ele fez uma temporada de shows no Rio de Janeiro para as emissoras de rádio associadas Tupy/Tamoio. Foi "seu Januário" com seus seis filhos artistas: Aloísio, Socorro, Chiquinha, Severino, José e Luiz.
As fitas desses shows podem ser transformadas em CDs através da Collector’s Stúdios, do Rio de Janeiro, a pedido de algum cliente. Mas a verdade é que Luiz Gonzaga não iria deixar o Brasil órfão de gravações em estúdio feitas pelo seu pai com os filhos. Assim sendo, em 1954 e 1955, Januário (e seus filhos) gravaram dois discos de 78 RPM. Januário tocou sanfona de 8 baixos e os filhos fizeram a percussão e o coro, com destaque para o vocal solo de Luiz Gonzaga.
Eu separei para tocar aqui hoje o xote “Januário Vai Tocar”, de autoria do pai de Luiz Gonzaga, o famoso Mestre Januário!
JANUÁRIO VAI TOCAR (Januário José dos Santos)
Ai, ai, sanfona de oito baixo
Do tempo em que eu tocava
Na beira do riacho
Ai, ai, sanfona de oito baixo
A cidade que ache ruim
Mas eu não acho
Lá na Taboca, no Baixio, no Granito
Quando um cabra dá o grito
“Januário vai tocar”
Acaba feira, acaba jogo, acaba tudo
Zé Carvaio, carrancudo
Tira a cota pra dançar (Bis)
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