quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Ipatinga agora tem um circuito exibidor de filmes para a comunidade dos bairros

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Ipatinga e região acabam de entrar no circuito de exibição do “Cinema da cidade” uma iniciativa do Instituto Cultural Joaquim Ribeiro Sadi com parceria do Núcleo de Voluntários em Empreendedorismo Cultural e Criativo – Nuvem Cultural e Criativo.

O circuito atual já conta com exibições no Horto e agora passam a ser realizadas também no bairro Veneza. Serão realizadas exibições de filmes nos diversos bairros da cidade. A programação de filmes e exibições pode ser obtida no site www.vidavalorizada.com.br/sadi e acontecem durante todo o mês de novembro e dezembro. Essas exibições também são o desdobramentos de outros projetos que estão programando filmes para exibição mais habituais na nossa região como o “Cinema e Café para a melhor idade”.

“Diversos espaços públicos de exibição dos filmes permitem ampliar a programação dos filmes a serem exibidos e cada público tem a sua especificidade e seus interesses. Ao variar diferentes locais é possível ser mais eclético e conseguir uma programação mais direcionada para o interesse de cada público. Reeditar o hábito de assistir aos filmes nos bairros é uma de nossas prioridades”, relata o coordenador do “Cinema da Cidade”, Guilherme Camara.

No dia 25 estaremos realizando a sessão do bairro Veneza. Essa sessão inclusive é também uma homenagem ao Movimento da Terceira Idade de Ipatinga - MOTI que estará celebrando os seus 19 anos de atuação na região.

Amor & cia. de Helvécio Ratton
MG, 1998, Ficção, Colorido, 100 min.

Rua do Amendoim de João Vargas Penna
MG, 1998, Ficção, Colorido, 11 min.

Dia 25 de novembro as 17:00 na sede do Moti do Veneza

Local da sessão: Endereço: R. Campinas, 145 - Veneza I. Tel.: (31) 3821 - 3346 - MOTI

Maiores informações:

Guilherme Camara

Presidente do Instituto Cultural Joaquim Ribeiro Sadi

Coordenador do Cineclube Sadi Ribeiro

Diretor do Núcleo de Voluntários em Empreendedorismo Cultural e Criativo – Nuvem Cultural e criativo

Telefone: (31) 3824 6659 - diretor@nuvemcultural.com.br

www.vidavalorizada.com.br/sadi

Outras exibições no mês – Casa do Grupo Perna de Palco – Horto em 22 novembro e dezembro

Cinema da cidade no Moti em 19 dezembro de 2011 – consulte a programação


Crítica

A arte de contar boas histórias
Marcelo Miranda*
O cinema, para muitos espectadores e realizadores, define-se essencialmente como mais um meio de se contar histórias – boas histórias, preferencialmente. O diretor mineiro Helvécio Ratton segue essa vertente no seu trabalho desde que estreou em longa-metragem com o infantil “A Dança dos Bonecos” (1986). Talvez a propensão de Ratton à narrativa tipicamente clássica tenha atingido o auge dentro da sua obra “Amor & Cia”, adaptação de livro do português Eça de Queiroz.
O diretor preocupa-se, acima de tudo, com o enredo em questão. Para tanto, posiciona a câmera em ângulos tradicionais, segue a montagem num crescendo basicamente de apresentação-desenvolvimento-conclusão e utiliza diversos recursos de linguagem (especialmente a música, criada por Tavinho Moura) para dar ênfase dramática às situações apresentadas. É um tipo de cinema que se assume, desde a primeira cena, como exatamente o que é: a narrativa direta de uma trama previamente moldada.
Se bem trabalhada, a narrativa clássica gera boas reações de quem a vê e retira das imagens expressividade suficiente para emocionar o espectador. No caso de “Amor & Cia”, a vida do empresário Alves vai ao avesso quando, no dia do aniversário de seu casamento, flagra a esposa aos beijos com o sócio. É a partir e sob este conflito que se fixa o roteiro. As desventuras de Alves, seus ataques de raiva, a ânsia por desafiar o rival, os conselhos dos amigos, a melancolia, o arrependimento, tudo se soma na trajetória daquele pobre homem traído.
Para tanto, o filme conta com a presença e talento imprescindível de Marco Nanini. Estivesse o protagonista a cargo de algum intérprete limitado e toda a potencial força do filme seria destruída. Mas com Nanini, o diretor consegue manter sempre o interesse de quem assiste à produção. O ator dá corpo, voz e expressão a Alves – e é no olhar dele que a câmera se fixa para registrar cada momento do filme.
É exemplar a chegada do personagem em casa, minutos antes de ver a amada em situação reveladora: Alves circula pelos diversos cômodos e, em plano-seqüência, Ratton exibe toda a perspectiva de ambiente e espaço onde se desenrolará, nos minutos seguintes, a angústia do empresário. A cena representa uma espécie de ilustração do que aguarda o protagonista, pois aquela mesma casa, que naquele momento é pequena para todo o seu amor, logo vai se tornar gigantesca quando iniciar sua solidão – e essa mudança de perspectiva é muito bem encarnada por Nanini.
Outra característica marcante de “Amor & Cia” é a intensa mineiridade com que Helvécio Ratton lida a partir da história de Eça de Queiroz. Transportando o texto original para a elegante São João Del-Rei, o cineasta permite a Alves trafegar por ruas e cenários históricos que enriquecem a experiência do contato com o filme. Essa presença de Minas Gerais dentro das imagens também molda o curta-metragem “Rua do Amendoim”, presente neste mesmo DVD. Dirigido por João Vargas Penna, o filme, outro a tratar de uma história de amor, parte de um dos pontos turísticos mais interessantes de Belo Horizonte (a rua que dá titulo ao curta) para falar do encontro decisivo de um garoto apaixonado com o objeto de sua paixão, em plena efervescência sexual.
*Crítico de cinema dos sites: Digestivo Cultural, Cinequanon e Filmes Polvo e repórter de Cultura do jornal O TEMPO (Belo Horizonte).

Amor e Cia divulgação

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Amor e Cia divulgação

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Rua do Amedoin

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