sábado, 19 de novembro de 2011

FIQ–Parte I

Por Clarice Palles*

          O 7º FESTIVAL INTERNACIONAL DE QUADRINHOS começou na quarta, dia 09 de novembro, prometendo cumprir seu slogan de ‘o festival mais legal do universo’. A programação tinha quadrinhos pra todo mundo. Desde os cults até os superheróis. Incluía palestras, oficinas, exposições  e conversas abertas ao público. Como começou na quarta, tive que conciliar trabalho, faculdade e FIQ. Por isso selecionei algumas atividades para ir durante a semana. No final de semana, quase dormi por lá.

         A primeira Conversa em Quadrinhos foi com o maior quadrinista do Brasil, Maurício de Sousa. Na conversa que teve com o público, Maurício de Sousa se mostrou completamente antenado, mas sem deixar a qualidade de lado. Respondendo a perguntas, ele disse que num certo momento, tomou a decisão de deixar seus roteiristas trabalharem em casa, pois as histórias estavam ficando muito iguais. Até surgiram boatos de que ele estava demitindo pessoas, mas ele garantiu que isso era em favor das histórias. E segundo ele, essa mudança realmente aconteceu. Os roteiristas pararam de perder 3, 4 horas no trânsito e passaram a ter, segundo o autor, mais tempo com a família, o que gerou melhores histórias.

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          Ele comentou também sobre os pés da Mônica e Cascão não terem dedos nem sapatos. Disse que quando ele criou o Cebolinha, ele desenhava apenas uma tira por dia, então tinha tempo de se preocupar com detalhes. Mas dessa forma ele não conseguia sustentar a família, então passou a desenhar duas, depois três tiras por dia. Então não pode mais desenhar sapatos ou dedos nos pés como no Chico Bento. Sobre a escola, o autor afirmou que Chico Bento vai à aula porque é um tipo de escola que é mantida pela professora, num estilo Paulo Freire. Já no caso da turminha, eles não aparecem indo à aula porque ele não conseguiu definir qual o melhor tipo de pedagogia a seu usada. Mas que ele está estudando e pesquisando com pedagogos qual o melhor tipo de escola para eles.

          Maurício de Sousa disse que no início sugeriram a ele que criasse uma personagem feminina, pois ele só criava meninos. Ele ficou se perguntando de onde tiraria inspiração para isso e viu suas três filhas mais velhas brincando na sala, Mariângela, Mônica brincando com seu coelho de pelúcia, e Magali, com um pedaço de melancia na mão. Mariângela deu origem à Maria Cebolinha e às outras duas às personagens que tem seu nome. Ele disse não entender porque a Mônica, uma das últimas personagens é quem fez mais sucesso. Talvez porque apesar de ser mandona e brava, ela é muito inteligente.

          Ao ser perguntado sobre o namoro da Ana Jura e do Jotalhão, ele disse que era um amor impossível, a não ser que o Franjinha inventasse uma fórmula para fazer ela crescer ou o Jotalhão diminuir. E sobre o futuro da Turma Jovem, ele disse que antes de fazer um filme, quer fazer uma série, mas ainda não pensou se vai ser animada ou com pessoas. E por falar em filme, ele disse que anda não relançou “Turma Da Mônica Em A Princesa e o Robô” porque quer a melhor tecnologia possível para isso.

          E para encerrar, Maurício de Sousa junto com Sidney Gusman, apresentaram quatro títulos que irão ser lançados em forma de Graphic Novels: Astronauta, de Danilo Beyruth; Chico Bento, de Gustavo Duarte; Turma da Mônica clássica, de Vitor e Lu Cafaggi e Piteco, de Shiko. Todos brasileiros e seguindo o mesmo formato de MSP 50, com os autores interpretando os personagens originais.

          Na quinta, dia 10, teve sessão de autógrafos com Maurício de Sousa, mas as senhas acabaram muito rápido, então, perdi. Quinta não foi um bom dia, também perdi a sessão de autógrafos da Jill Thompson, famosa por desenhar um arco de histórias de Sandman.

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          Já na sexta, o dia começou mal, perdi a conversa com Fábio Moon e Gabriel Ba. Porém consegui assistir um pouco da conversa do Painel Graphic Novels com Rafael Coutinho, Vitor Cafaggi e Rafael Grampá. Os dois Rafaéis comentaram sobre o processo de produção mais lento e demorado da graphic novel. Uma vez que elas precisam de uma produção mais detalhada e de melhor qualidade. Grampá comentou que apesar de ter anunciado sua graphic para esse ano, ela só deve sair ano que vem. Aproveitou e deu uma dica para Cafaggi, sempre que for dar um prazo, aumente um ano, porque a produção da revista vai acabar demorando mais do que o imaginado. Cafaggi comentou que está fazendo sua primeira graphic com o projeto de Maurício de Sousa, então não entende muito desse processo. Disse que foi chamado pelas tiras que produzia de Puny Parker na internet. Mais uma vez não consegui assistir ao painel completo.

image* Clarice Palles é Editora da Revista Mucury e jornalista responsável por este blog, apaixonada por quadrinhos, estamos tentando fazê-la correspondente, será que conseguimos?

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