Espaço urbano. Aspectos prioritários da requalificação da área central da cidade serão apresentados até maio
Por Lygia Calil
O projeto que irá definir as características do Corredor Cultural Estação das Artes teve mais um passo nesta semana. Em uma reunião aberta realizada na última quinta-feira (21), foi definida uma comissão de representantes da sociedade civil que irá acompanhar o desenvolvimento do projeto base, criado em conjunto com a Fundação Municipal de Cultura (FMC) de Belo Horizonte.
Entre as cerca de 150 pessoas que estiveram na reunião na Funarte, foram eleitos integrantes de nove setores que atuam no local, que poderão contribuir na elaboração coletiva do projeto: espaços e equipamentos culturais, população de rua, movimentos sociais, classe artística, arquitetura e urbanismo, esportes urbanos, moradores, comerciantes, mobilidade.
A intenção é que a primeira versão do projeto esteja pronta para ser discutida até o fim de maio. A construção do corredor, segundo a FMC, consiste na revitalização de uma ampla área em torno do centro, que tem a praça da Estação como eixo principal, entre a sede da Funarte, no bairro Floresta, e o parque municipal, na região central.
Se de um lado a FMC pretende prioritariamente a requalificação de espaços e equipamentos espalhados na região, os representantes da sociedade civil querem ampliar a discussão acerca da inclusão de agentes sociais presentes no espaço em ações culturais.
Segundo o assessor de projetos estratégicos da Fundação, Álvaro Sales, a discussão entre o governo e sociedade civil ainda não está madura. "Começou a amadurecer nesta reunião, com a definição dos representantes. Ainda vão haver outras reuniões e a comissão vai acompanhar estes trabalhos", disse.
Para o ator Gustavo Bones, presente na comissão como representante dos espaços culturais, pelo grupo Espanca!, há uma disparidade entre as visões do governo e da sociedade civil sobre as definições do projeto. "Já é consenso na comissão que o corredor já existe e é um importante território da cultura na cidade. São inúmeras manifestações e espaços culturais existentes ali, não podemos afastar das discussões nenhum agente", diz o artista.
Entre as reivindicações da comissão citadas por Bones está a construção de um centro de referência para inclusão de moradores de rua e outro voltado à juventude, com atividades culturais; a instalação de banheiros públicos no viaduto de Santa Tereza; a organização de uma galeria de arte urbana que acolha grafiteiros, pichadores e desenhistas; a derrubada do decreto que proíbe a realização de eventos na praça da Estação.
"O que vimos na reunião foi um pensamento muito focado em edifícios, mas a vida pulsante da cidade, especialmente naquele território, busca a quebra desses muros. É mais focada na cultura dos espaços públicos, nas ruas, no ponto de ônibus. O que a gente espera é que a FMC consiga avançar e passe a investir em ação cultural, não só em melhorias urbanas", afirmou Bones.
Retirado do site do O Tempo em 25/03/13 do endereço:
http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=223038%2COTE&IdCanal=4
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