Retirado do site do Jornal OTEMPO em 07/03/2013 do endereço:
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Incentivo. Marta Suplicy está em Belo Horizonte buscando adesão ao benefício que concede R$50 ao trabalhador
Por Ludmila Azevedo - Especial para O Tempo
Marta Suplicy vem fazendo uma verdadeira peregrinação pelo Brasil para mostrar aos empresários o potencial do Vale-Cultura, que passa a vigorar no mês de julho. "É um divisor de águas em nossa história. Sou ministra de um governo que tem como eixo a inclusão social", explicou ontem no encontro com representantes da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG).
"Essa é a quarta associação que visito e entendeu muito bem como o Vale-Cultura fará a vida do trabalhador melhor. Ele, certamente, produzirá mais", disse a ministra, que apresentou uma projeção de como toda uma cadeia irá se beneficiar com a iniciativa. Só em Minas Gerais, 900 mil trabalhadores que ganham até cinco salários mínimos poderiam aderir ao Vale-Cultura.
Desafios. Não são poucos os percalços que Marta Suplicy vem enfrentando. Eles vão desde os ajustes com o Ministério da Fazenda às críticas de que o benefício pode ser usado com bens culturais amplos até demais, como assinar canais de TV paga. "A pessoa pode usar o dinheiro para comprar a revista que quiser ou ir ao show que bem entender. Se ela não quiser sair de casa e ficar vendo filmes na TV a cabo, também é uma opção. Não podemos censurar, por favor", argumentou.
A ministra acredita que a possibilidade de experimentar diferentes linguagens num espetáculo teatral ou adquirir um livro é sempre fascinante. E, para isso, ainda é necessário que as condições sejam dadas a todos. "O decreto da presidente vai ser geral para irmos corrigindo nas portarias, caso necessário".
Marta Suplicy explicou que a maioria dos beneficiados é mulher, na faixa dos 29 a 40 anos de idade. "É bom que elas fazem mais esforço para o marido sair de casa", brincou, lembrando da recepcionista do Ministério da Cultura que a abordou elogiando: "Eu quero ir ao teatro de rico".
Para ela, ainda que o Vale-Cultura não impacte diretamente no preço salgado de alguns bens culturais, essa é uma questão de tempo. "Não vamos interferir nisso, mas acho que poderá existir uma sensibilidade maior dos agentes culturais nesse novo cenário. Eles podem ampliar datas de espetáculos, com dias em que a entrada seja mais barata, uma quarta-feira ou quinta-feira, por exemplo".
A secretária estadual de Cultura, Eliane Parreiras, presente ao encontro, elogiou o Vale-Cultura. "Esse era o mecanismo que faltava em apoio ao consumo da atividade cultural. E o governo federal poderá contar com o nosso apoio e mobilização".
No Estado que conta com 853 municípios, ampliar o leque de possibilidades do Vale-Cultura será uma tarefa e tanto. "Muitas cidades pequenas existem em função de uma indústria. Então, vai ser interessante ver que serão criadas condições para que os cidadãos possam usufruir do Vale-Cultura. Se eles não tiverem livrarias ou cinemas à disposição, irão procurar nas vizinhas", opinou a ministra. Por fim, Marta disse que será feita uma campanha maciça na televisão para que não exista limites para experimentar a cultura.
Projeção do MinC
337 mil
empresas se enquadram nos critérios de tributação do Vale-Cultura
18,8
milhões de trabalhadores podem aderir ao programa, que começa em julho
R$ 11,3
bilhões. É a expectativa de injeção na cadeia produtiva da cultura
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