sexta-feira, 27 de abril de 2012

Estreia da Temporada do Espetáculo Duplo Etéreo


O Programa de Ocupação de Espaço Papo Café e Mucury Cultural apresenta:


"Duplo Etéreo" narra a história de dois irmãos que têm suas vidas transformadas em um drama psicológico devido a intolerância, medos e culpas nas embaraçosas relações familiares repletas de desejos, prazeres proibidos e omissões.
Do confronto dessas duas personagens a peça  procura estabelecer um duelo contundente, emocionante e às vezes cruel, fundamental em tempos de violência à dignidade humana.
Ingressos à venda na Livraria Papo Café.
Valor: R$ 30,00 (inteira) R$ 15,00 (meia)
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Cine PE 2012: Em novo formato de exibição, curtas da primeira noite agradaram a platéia


Retirado da Revista O Grito em 27/04/12 do endereço: 

http://www.revistaogrito.com/page/blog/2012/04/27/cine-pe-2012-em-novo-formato-de-exibicao-curtas-da-primeira-noite-agradaram-com-a-plateia/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+revistaogrito+%28Revista+O+Grito!%29

cinepecurtas
CURTAS AGRADARAM NA PRIMEIRA NOITE
Uma trama taran­ti­nesca, uma ani­ma­ção noir e o coti­di­ano de um casal sep­tu­a­ge­ná­rio abri­ram a mos­tra competitiva

Por Alexandre Figueirôa
Editor da Revista O Grito!

O espaço para os cur­tas ofe­re­cido pelo CinePE tam­bém sofreu alte­ra­ções com a nova grade de pro­gra­ma­ção implan­tada pela orga­ni­za­ção do fes­ti­val a par­tir deste ano. Se até a edi­ção ante­rior uma média de seis a sete cur­tas eram exi­bi­dos por noite, agora ape­nas três pro­du­ções a cada dia che­gam na tela do Teatro Guararapes, além dos cur­tas sele­ci­o­na­dos para a Mostra Pernambuco que serão mos­tra­dos nas tar­des de sábado e domingo. A mudança, se é boa por um lado por tor­nar mais con­for­tá­vel para o público a mara­tona fíl­mica (lem­brando que tam­bém só um longa é exi­bido a cada noite) e esta­be­le­cer uma suposta melho­ria da qua­li­dade dos fil­mes — já que, a prin­ci­pio, a peneira da sele­ção deve estar mais rigo­rosa -, por outro, fica­mos pri­va­dos do pano­rama da pro­du­ção con­tem­po­râ­nea de cur­tas naci­o­nais que o for­mato ante­rior permitia.
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À Beira do Caminho todo tra­ba­lhado no sentimentalismo

Contudo, temos que con­cor­dar o quanto o novo for­mato da pro­gra­ma­ção está mais diges­tivo. E os três cur­tas exi­bi­dos na pri­meira noite dei­xa­ram uma boa impres­são no público. Foram aplau­di­dos calo­ro­sa­mente e com jus­tiça. Os fil­mes, todos de fic­ção, sendo um deles em ani­ma­ção, mos­tra­ram apuro téc­nico e nar­ra­ti­vas bem cons­truí­das, refor­çando a ideia de como os cur­tas metra­gens, quando bem rea­li­za­dos, cons­ti­tuem um espaço expres­sivo inte­res­sante com vida pró­pria e tão impor­tante para a arte cine­ma­to­grá­fica quanto os fil­mes em longa metragem.
O pri­meiro filme a ser exi­bido ontem foi Depois da Queda, de , do Mato Grosso. Nele temos uma trama intri­cada de con­tor­nos a la Tarantino em que uma suces­são de epi­só­dios trá­gi­cos e vio­len­tos movi­men­tam a vida de qua­tro per­so­na­gens. Apesar de apa­ren­te­mente des­co­nec­ta­das as ações mos­tra­das vão aos pou­cos se encai­xando e a roleta de sexo, amor e dinheiro, a par­tir de uma série de coin­ci­dên­cias, levam a his­tó­ria a um final diver­tido e ines­pe­rado. O que pare­cia encaminhar-se para um des­fe­cho som­brio transforma-se num happy end alto astral e bacana.
Cena do curta Depois da Queda: taran­ti­nesco (Foto: Divulgação)
Já a ani­ma­ção O Descarte dos para­na­en­ses e , segundo curta da noite, esban­jou bossa nos recur­sos grá­fi­cos para con­tar em clima de filme noir uma trama de vin­gança. Embora o roteiro, mesmo bem escrito, não sur­pre­enda, não se pode dei­xar de res­sal­tar o esmero da pro­du­ção pelo seu visual arro­jado o que mos­tra o quanto os fil­mes de ani­ma­ção bra­si­lei­ros vem atin­gido um pata­mar de sofis­ti­ca­ção remarcável.
Por fim tive­mos o que foi, sem dúvi­das, o melhor curta do pri­meiro dia: Qual o Queijo que Você Quer?, da cata­ri­nense . Este é um daque­les cur­tas que nos sur­pre­en­dem pela sim­pli­ci­dade e cuja força nar­ra­tiva está em saber apro­vei­tar uma boa ideia dando a ela um texto enxuto e direto e colocando-a em cena com pre­ci­são. O filme resume-se a uma con­versa entre um casal de ido­sos na sala de um apar­ta­mento. Com uma dupla de exce­len­tes ato­res e uma mise-en-scène ade­quada ao pro­pó­sito da trama, vemos desenrolar-se diante dos nos­sos olhos uma explo­são dra­má­tica de sen­ti­men­tos repri­mi­dos que colo­cam em che­que as nos­sas pró­prias exis­tên­cias, fada­das quase sem­pre a rotina e a uma velhice sem graça, em que ape­nas os peque­nos ges­tos do coti­di­ano e uma cum­pli­ci­dade acu­mu­lada no decor­rer dos anos é o que per­mite a um casal sep­tu­a­ge­ná­rio ir levando a vida.
A ani­ma­ção noir “O Descarte” (Foto: Divulgação)
Se nos dias a seguir a pro­gra­ma­ção dos cur­tas no CinePE man­ti­ver o bom nível da noite de aber­tura do fes­ti­val, com cer­teza valerá a pena ir ao Centro de Convenções. Esperamos tam­bém que o som no Teatro Guararapes esteja mais ajus­tado a par­tir de hoje, pois ontem ele não estava bem cali­brado e atra­pa­lhou um pouco o desem­pe­nho de áudio dos fil­mes exibidos.
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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Amanhã estreia a Curta Temporada do Duplo Etéreo em Teófilo Otoni

O Programa de Ocupação de Espaço Papo Café e Mucury Cultural apresenta:


"Duplo Etéreo" narra a história de dois irmãos que têm suas vidas transformadas em um drama psicológico devido a intolerância, medos e culpas nas embaraçosas relações familiares repletas de desejos, prazeres proibidos e omissões.

Do confronto dessas duas personagens a peça  procura estabelecer um duelo contundente, emocionante e às vezes cruel, fundamental em tempos de violência à dignidade humana.

Ingressos à venda na Livraria Papo Café.

Valor: R$ 30,00 (inteira) R$ 15,00 (meia)

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CPI acusa Ecad de fraudes, falta de transparência e cobranças excessivas

Retirado do Cultura e Mercado em 26/04/12 do endereço:

http://www.culturaemercado.com.br/politica/cpi-acusa-ecad-de-fraudes-falta-de-transparencia-cobrancas-excessivas-e-falta-de-repasse/

Da Redação

A Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado criada para investigar as irregularidades no Escritório Central de Arrecadação e Distribuição dos Direitos Autorais (Ecad) apresentou nesta terça-feira (24/4) seu relatório final.

Em seu relatório final, a comissão conclui que a criação do Ecad foi uma importante conquista para os artistas brasileiros. No entanto, segundo a apuração dos senadores, o escritório “degenerou-se” com o tempo.

O documento acusa a entidade e as associações que o compõem de fraudes, falta de transparência, cobranças excessivas e falta de repasse aos artistas. O texto recomenda ao Ministério Público o indiciamento de 15 integrantes de associações do sistema Ecad pelos crimes de falsidade ideológica, apropriação indébita, usura (agiotagem) e crime contra a ordem econômica.

O presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), disse que o Ecad é uma caixa-preta. Como o escritório tem o monopólio na cobrança dos direitos autorais, o relator defende a necessidade de o Estado regular a atividade. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que apresentou o relatório, criticou ainda o alto percentual da arrecadação que fica com o Ecad e não é repassado aos artistas.

Segundo o relatório, o órgão – com 3.225 milhões de obras musicais, 1.194 mil fonogramas e 536 mil titulares de música cadastrados – arrecadou R$ 540,5 milhões em 2011, tendo distribuído apenas R$ 411,8 milhões (76,2% do total).

O texto recomenda ao Executivo criar o Conselho Nacional de Direitos Autorais (CNDA) e a Secretaria Nacional de Direitos Autorais (SNDA). As duas entidades, subordinadas ao Ministério da Justiça, teriam competência para regular, mediar conflitos e fiscalizar a gestão coletiva de direitos autorais. A CPI também propõe que o Executivo envie com urgência ao Congresso Nacional a proposição legislativa que trata da reforma da Lei de Direitos Autorais (Lei 9610/1998).

O relatório prevê ainda que as emissoras de rádio e televisão deverão, a cada trimestre, por meio da internet, disponibilizar planilhas com a relação completa das obras musicais executadas no trimestre anterior. A ideia é facilitar o controle dos direitos autorais.

O professor Ronaldo Lemos, diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (CTS/FGV), reafirmou a necessidade de o Ecad ficar subordinado a uma instância pública de regulação e fiscalização. De acordo com ele, uma nova legislação sobre o tema deve atentar para o uso das novas tecnologias na reprodução musical, além de priorizar princípios como eficiência, modernização e transparência. Lemos foi o responsável pela elaboração do anteprojeto sobre a gestão coletiva de direitos autorais, que compõe o relatório final da CPI.

Contraponto -  O Ecad classificou como “levianas” as acusações feitas pela CPI. Segundo o advogado de defesa da entidade, Rodrigo Fragoso, as apurações “ignoraram” o parecer do Ministério Público Federal (MPF). “É uma acusação leviana, porque o MPF não encontrou fraude alguma. Se houvesse fraude, a CPI teria indicado alguma inconsistência contábil nos balanços contábeis do Ecad. Coisa que mesmo em mais de mil páginas de relatório não foi feito”, reclamou.

Em relação à proposta de fiscalização feita pelo Ministério da Justiça, o advogado da entidade argumentou que o órgão “não é contra, desde que ocorra de modo técnico e sem interesses políticos”.

Nomes - A assessoria de imprensa do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) divulgou a lista de nomes para os quais a CPI do Ecad propõe indiciamento: dirigentes do Ecad e de outras entidades de arrecadação de direitos autorais acusados de irregularidades no recolhimento e administração de recursos.

Veja a lista:

1. José Antônio Perdomo Corrêa (UBC): crime contra ordem econômica, apropriação indébita e falsidade ideológica.

2. Roberto Correa Mello (ABRAMUS) e José Alves da Silva (AMAR): crime contra ordem econômica, apropriação indébita, falsidade ideológica e violação do dever de lealdade (conflito de interesse).

3. Glória Cristina Rocha Braga Botelho (ECAD): crime contra ordem econômica, apropriação indébita e falsidade ideológica.

4. Marco Venício Mororó de Andrade (AMAR): crime contra ordem econômica e apropriação indébita.

5. Jorge de Souza Costa (SOCINPRO): crime contra ordem econômica, falsidade ideológica e crime de usura.

6. Chrysóstomo Pinheiro de Faria (SICAM): falsidade ideológica.

7. Angela Virginia de Rezende Lopes (ÁTIDA): apropriação indébita.

8. Edmilson Fernandes Machado (ÁTIDA): apropriação indébita.

9. Martha Estefaneli (ÁTIDA): apropriação indébita.

10. Cleide Santini (ÁTIDA): apropriação indébita.

11. José Alves da Silva (AMAR): falsidade ideológica.

12. Kleber da Silva (SBACEM): falsidade ideológica.

13. Maria Cecília Garreta Prats Caniato (ABRAMUS): apropriação indébita.

14. Denis Lobo (Presidente da SBACEM): crime contra ordem econômica.

15. Marcel Camargo de Godoy (Presidente da ASSIM): crime contra ordem econômica.

Clique aqui para ler a íntegra do relatório final da CPI do Ecad.

*Com informações da Agência Senado, Agência Brasil, dos jornais O Globo e Folha de S. Paulo e do site Tela Viva

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Redação http://www.culturaemercado.com.br

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ABERTAS INSCRIÇÕES PARA O 14º FESTIVAL INTERNACIONAL DE CURTAS DE BELO HORIZONTE

Retirado do site do Festival de Internacional de Curtas de Belo Horizonte em 26/04/12 do endereço:

http://festcurtasbh.com.br/

bh mostra

A Fundação Clóvis Salgado informa que estão abertas as inscrições para filmes que queiram participar do 14º Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte. As inscrições poderão ser feitas, de 30 de março a 10 de junho, no site www.shortfilmdepot.com.

Poderão se inscrever curtas-metragens finalizados em 2011 ou 2012, com até 40 minutos de duração, de todos os gêneros, finalizados em película 35mm, 16mm ou em formato digital.

O 14º Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte acontece de 14 a 23 de setembro deste ano, em dois espaços do Palácio das Artes, Cine Humberto Mauro e Sala Juvenal Dias. O Festival prevê a concessão de prêmios pelo júri oficial e pelo júri popular aos melhores filmes. O FestCurtasBH tem o objetivo de difundir a produção de curtas-metragens, estimular a reflexão sobre os filmes exibidos e incentivar o intercâmbio entre a produção brasileira e internacional.

Em 2011 o Festival recebeu 2.635 inscrições do Brasil e do mundo, totalizando 106 países participantes. Desse total, 125 filmes, de 55 países, foram exibidos entre as Mostras Competitivas Internacional, Brasil e Minas e outras seis mostras especiais. Durante dez dias cerca de 4.000 pessoas acompanharam as 70 sessões, além de debates com os realizadores, oficinas e um workshop, todos gratuitos.

O festival conta ainda com um programa de itinerâncias, que no ano passado levou parte de sua programação para outras dez cidades do Estado, atingindo um público de 12 mil pessoas.

Clique aqui e confira o edital

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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Sobre as águas e as culturas de Minas

Enviado ppor João Evangelista Rodrigues

por joão evangelista rodrigues

Todos sabemos, via Guimarães Rosa, e isto já virou refrão: Minas são muitas. Mas o que as pessoas não explicitam é de que Minas estão falando, quando se referem a um de nossos maiores escritores.

Realmente, se Minas são multivárias, multivastas são as formações e manifestações culturais deste Estado. Porque Minas mesmo, às vezes, parece permanecer em seu estado mineral, inerte, empedernido, como a fazer jus, à origem de seu nome. Outras, a essencial, é intocada como convém a um mapa sagrado. Minas é o que se vê e ouve. O que se sente com o coração e a mente abertos.

Parece, ainda bem, porque dentro e fora das burocráticas estruturas criadas, durante mais de trezentos anos de história, para “administrar a cultura de Minas”, pulsa uma infinidade de vozes, populares ou nem tanto, mas todas em busca de espaço e de expressão em suas comunidades. Claro, hoje, graças à Internet, nas imponderáveis geografias do mundo.

Veja-se; por exemplo, as eleições para a escolha dos membros que irão compor o Conselho Estadual de Cultura cuja votação, claro, ocorreu lá longe, na suntuosa e escura Cidade Administrativa uma semana antes das comemorações da Inconfidência Mineira. Não vou entrar no mérito do processo, pelo simples fato de que, por questões de somenos, não o acompanhei de perto. Não posso afirmar com certeza se este processo foi democrático ou burocrático. Legítimo ou ilegitimado por lutas de puder, por ser apenas mais uma forma de manter a cultura de Minas onde sempre esteve. Debaixo das asas, nas mãos de poucos, os mesmos. Dos que, não sei por que cargas d´água, se auto elogiam e se elegem como donos de tudo o que se refere às coisas de Minas.

E por falar em água, Minas pode ser considerada o sertão das águas, maior riqueza, juntamente com sua cultura, que todo o minério já minerado e amontoado do outro lado do mundo. Minério já negociado e comprometido, através de contratos que duram cerca de duzentos anos a frente. Na verdade, Mina já nasceu vendida, ultrajada, escavada, apesar do orgulho mineiro e das opiniões em contrário.

Não sou pessimista, sou até sonhador demais. Conheço bem as infinitas geografias de Minas. Suas entranhas e estranhas minerações. Seu jeitinho e sua falta de jeito para com os interesses do povo. Por dentro e pro fora da máquina gestora. Mas às vezes um espírito sombrio, desses que chegam na penumbra das salas de espera e dos gabinetes, tomam conta de mim e me ponho a cismar. Será que a profecia de Drummond está se cumprindo á risca? Minas não há mais? Pelo menos o Pico do Caué não há mais. A Serra do Curral não há mais. As montanhas de Conceição do Mato Dentro, em futuro próximo, não existirão mais. O Rio São Francisco, na parte que corre pelas veias de Minas, como todos seus afluentes, está franciscanamente enfraquecido e pobre. Corre o risco de não haver mais. Até mesmo as pedreiras de reservas calcárias de Arcos são sistematicamente contrabandeadas no lombo do trem de ferro. Daí, pergunto-me: Há liberdade democrática em Minas? Ou apenas democracia formal? Liberdade só para motivo de desfiles e discursos em Ouro preto, no dia 21 de abril?

Com relação ao Conselho, que se fosse bom ninguém daria, só espero que as pessoas eleitas procurem conhecer, com o coração e com a sensibilidade, com olhos livres de vaidade, de ganância, de preconceitos e sem competição toda riqueza cultural deste território. Espero que vejam além da Praça da Liberdade, dos jogos de poder da Cidade Administrativa, do Palácio da Liberdade, do Palácio das Artes, dos ares da moda, das academias e de outros palacetes da cultura “mineira”. É no sertão da voz, da palavra não domesticada, da música natural das águas, nas pequenas cidades e comunidades rurais que floresce a maior riqueza.

Apesar da labuta e da vida singela que levam. Não estou descartando nem desvalorizando, com isso, o que se faz e se produz com autenticidade e qualidade aqui na capital, em nenhuma das áreas da arte e da cultura. A questão é que existe muito mais em Minas do que isso e com igual força e importância. E não me venha dizer que, pelo fato de ser rural, de ser do interior, de ser artesanal, é conservadora ou desintegrada do que antigamente se chamava de vanguarda, coisa que nem existe mais e que muitos ainda teimam em defender. Da mesma forma que defendem, em vorazes campanhas eleitorais, sua fatia fatal no já desgastado latifúndio (cultural) mineiro, via Leis de Incentivo. Diga-se de passagem, depois da criação das Leis de Incentivo e do famigerado Marketing Cultural, descoberto pelas grandes empresas, os artistas, a sua maioria, viraram produtores e se tornaram inimigos comuns. Hoje, raramente se vê colaboração entre grupos de artistas, a não ser que esteja mediada por um bom cachê, via incentivo. Nem me refiro aos lobbies e as inevitáveis negociatas para garantir a captação dos projetos aprovados.

O pior é depois desse expediente legal, as obras produzidas já nascem estigmatizadas e condicionadas pela política cultural, criada pelo departamento de marketing da empesa apoiadora. Ou seja, quem não concordar ou não adequar a esta política, estará, automaticamente fora do processo. Com raríssimas exceções são produções de entretenimento, desideologisadas, descomprometidas com a vida mesma da sociedade, com seus sonhos e contradições.

Bem, quem dera Minas valorizasse e defendesse, de fato, suas águas e suas culturas. Nem precisaria destruir suas montanhas para angariar recursos. No futuro e, praticamente já e uma realidade, água e cultura valerão mais do que ouro em pó. Vejam só, oh! Quem diria. Minas sem mineiro. Mineiro sem montanhas. Quem não se lembra do belo poema Tristes Horizontes, publicado no maior jornal dos mineiros na década de 80. Minas sem água e sem cultura.

Minas sem alma. Sem futuro. Minas sem aura. Sem glória, sem Glaura. Adeus Minas de tantas andarílias Marílias sem Dirceu. Minas a Deus da dará.

E os Gerias. Ah! OS Gerais? Mire e veja; O Senhor sabe de saber mais fundo. Imagine. Os Gerais descansam, descambam, decantam, desparecem, cantam em campos e cerrados muito mais além de Minas. Muito mais que muitos. Da parte dos homens de sangue nos olhos. Dos que gosto de tanto mais saber de olhar no rosto. Ora se não. Pois seja.

“Mas, da parte do poente, algum vento suspendia e levava rabos-de-galo, como que com eles fossem fazer um seu branco ninho, muito longe, ermo dos Gerais, nas beiras matas escuras e águas todas do Urucúia, e nesse céu sertanejo azul-verde, que mais daí a pouco principiava a tomar rajas feito de ferro quente e sangues. Digo, porque até hoje tenho isso tudo do momento riscado em mim, como a mente vigia atrás dos olhos.”

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João Evangelista Rodrigues
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Feito de Ferro e Flor

Retirado da Revista Continuum do Itaú Cultural em 25/04/12 do endereço:

http://www.itaucultural.org.br/index.cfm?cd_pagina=2720&cd_materia=1889

Cláudio Assis, caruaruense nato, homem do agreste, faz do cinema seu árido território.

Por Karen Harley (*)

Quando falo com Claudio por telefone, sempre fico mais alegre e dou algumas risadas. Claudio tem humor, conta histórias engraçadas, me deixa à vontade. Mas nem sempre foi assim. Eu tinha medo de Claudio Assis até conhecê-lo. Pela sua fama de chato e polêmico, por gostar de confusão, de excesso de botequim e de sinceridade. Um dia, ele ligou para me convidar para montar o seu segundo longa-metragem, Baixio das Bestas. Nunca tinha trabalhado com ele, só o conhecia de vista e de uma reunião na extinta Associação Brasileira de Documentaristas de Pernambuco, onde ele desceu o verbo. Em dez minutos de telefonema, já estava brigando comigo. Eita! – pensei: “Isso não vai dar certo. Como posso montar um filme com um sujeito tão estourado?”. Mas a paixão pelo seu cinema, as pessoas da equipe e o gosto pelo desafio me fizeram aceitar o convite.Na época, eu morava em Belo Horizonte e ele foi para lá para montarmos o filme. Nos primeiros dias, o clima era de poucas palavras; havia uma tensão no ar. Não nos conhecíamos, nós nos estranhávamos até. O tema do filme, a violência contra mulheres e a falta de afeto, a macheza nordestina dos agroboys, a aridez das relações, também não ajudava muito. Sabia que precisava conquistar uma cumplicidade com o diretor para poder trabalhar de forma mais livre e autônoma e propor novas possibilidades narrativas.

Logo percebi uma grande qualidade no Claudio: ele sabia escutar. E respeitava as minhas opiniões. Começamos a ter diálogos instigantes e me contaminei com a euforia criativa dele. Era entusiasmado e generoso. Numa tarde, ele disse: “Esse filme agora é teu. Tome e receba. Te vira!”. Essas palavras, ao mesmo tempo duras e carinhosas, bem ao estilo Claudão, demonstram a confiança e a união que ele tem com a sua equipe. Do roteirista ao contrarregra, ele deixa todos se sentirem parte do processo criativo. E o resultado dessa parceria percebe-se na tela. Eu recebi o filme, me virei (com ele) e nos tornamos amigos. Perdi o medo. Claudio Assis é um caruaruense nato, um homem do agreste. Tem o dom da palavra e uma aridez peculiar, um carinho que é seco, bruto, às vezes confundido com agressividade. Eu aprendi a me entender com suas palavras. Quando elas estão excessivas, peço para trabalhar sozinha e o Claudio respeita.

Na montagem do Febre do Rato, já existia cumplicidade. Esse terreno havia sido conquistado. Havia a complexidade natural de montar um filme de Claudio Assis, dificultado pelo fato de o diretor resolver criar 34 novas cenas durante a filmagem (além das que já estavam no roteiro), que eram nomeadas de “Epidermes” na claquete e que não tinham lugar determinado na estrutura narrativa. Todas as cenas eram epidermes profundas, lindas e tinham de entrar. Assim como era e é linda a poesia de Zizo, o personagem principal. Poemas lindamente recitados por Irandhir e escritos por Hilton Lacerda, mas um pouco longos para o filme. O comentário de Claudio: “Pensei em você durante a filmagem e não queria facilitar. Achou que ia ser fácil?”. E ria. Ele gosta de rir. Não foi fácil, mas foi um presente. O filme mais lírico que ele fez; fala de amizade, afeto, confiança, tesão, febre de vida e poesia. Considerando essas palavras, penso que elas poderiam definir o próprio Claudão, além de lembrarem Gregório Bezerra, conterrâneo pernambucano, que se dizia feito de ferro e flor. Algo assim também é a matéria bruta de Claudio Assis.

Ao final da exibição do Febre do Rato, no Festival de Roterdã, em janeiro passado, Claudio foi perguntado por que filmou em preto e branco e no Recife: “Porque nasci lá, mas se tivesse nascido em Amsterdã ou em Roterdã seria a mesma coisa. Porque o que tenho é de dizer o que sinto, ter coragem de ser o que sou, de não ser medíocre”. Esse depoimento sintetiza outra característica de Claudão: ele é um homem que vive intensamente e tem um profundo senso de observação.  Não é cinéfilo nem um estudioso da linguagem cinematográfica, mas os seus filmes têm uma força estética poderosa e um rigor formal incomum. É um homem político e político também é o seu cinema. Seja para falar da violência contra mulheres da zona da mata pernambucana, seja para falar dos marginalizados urbanos, poetas e anarquistas de uma Recife decadente. A verve vem de sua própria experiência de vida e tem reflexo em seus personagens. No seu último filme, o poeta Zizo é um homem intenso, chegado à polêmica, fiel aos amigos, corajoso, generoso, doce. É um homem de excessos, de muitos, como se define à sua musa Eneida.  Zizo, renegado por uns e adorado por outros. Assim como o Claudão.

(*) Karen Harley é montadora de cinema. Entre as produções em que atuou, estão Cinemas, Aspirinas e Urubus (Marcelo Gomes, 2005) e Baixio das Bestas (Claudio Assis, 2007). Repete a parceria com esse cineasta em Febre do Rato, longa que estreia em maio.

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Agenda da semana

O Programa de Ocupação de Espaço Papo Café e Mucury Cultural apresenta:

Dias: 27 a 29 de abril

Horários: 19h e 20h:30min (27 e 28) e 19h (29)

"Duplo Etéreo" narra a história de dois irmãos que têm suas vidas transformadas em um drama psicológico devido a intolerância, medos e culpas nas embaraçosas relações familiares repletas de desejos, prazeres proibidos e omissões.

Do confronto dessas duas personagens a peça  procura estabelecer um duelo contundente, emocionante e às vezes cruel, fundamental em tempos de violência à dignidade humana.

Ingressos à venda na Livraria Papo Café.

Valor: R$ 30,00 (inteira) R$ 15,00 (meia)

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Dia: 29 de abril

Horário: 19h

Última apresentação da temporada do Espetáculo Infantil O Palhaço e a Bailarina.

Sucesso de público e crítica, merece que você leve a criançada ou vá como adulto mesmo! Está lindo!

Valor: R$ 5,00 por criança ou adulto desacompanhado.

Mais informações, aqui.

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terça-feira, 24 de abril de 2012

Plano Nacional do Livro e Leitura

Retirado do site do MinC em 24/04/12 do endereço:

http://www.cultura.gov.br/site/2012/04/23/plano-nacional-do-livro-e-leitura-9/

MinC investirá R$ 373 milhões para aumentar índices de leitura

A Ministra da Cultura, Ana de Hollanda, anunciou nesta segunda-feira (23/04), Dia Mundial do Livro e dos Direitos do Autor, investimentos de R$ 373 milhões do Ministério da Cultura no Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) em 2012.  As ações apresentadas contemplam os quatro eixos estratégicos do Plano, que ganhou a condição de ação de governo – e não mais apenas do MinC e do Ministério da Educação – em decreto assinado no final de 2011 pela presidenta Dilma Rousseff.

Ao todo, serão 42 projetos desenvolvidos em 2012 com o objetivo de promover o livro, a leitura, a literatura, as bibliotecas e a criação e a difusão da literatura brasileira. A coordenação será da Fundação Biblioteca Nacional (FBN).

 

EIXOS ESTRATÉGICOS

VALOR (EM R$)

1 – Democratização do Acesso

254.627.554,16

2 – Fomento à Leitura e a Formação de Mediadores

56.165.936,11

3 – Valorização Institucional da Leitura

8.000.000,00

4 – Fomento à Cadeia Criativa e à Cadeia Produtiva

54.907.059,00

TOTAL GERAL

373.700.549,27

Para 2012, o foco são os programas de construção e modernização de bibliotecas, que estão no topo da lista de recebimento de recursos públicos.

O Ministério empregará R$ 254 milhões em ações como a implantação de bibliotecas com telecentros nas Praças dos Esportes e da Cultura/PEC; em bibliotecas do Espaço Mais cultura; na construção e reforma de bibliotecas-parque e de bibliotecas de referência. Haverá ainda apoio às bibliotecas comunitárias e pontos de leitura, e à implantação, revitalização e modernização de bibliotecas municipais.

Também haverá investimentos na ampliação dos acervos e na formação de bibliotecários e funcionários de 2.700 bibliotecas municipais e comunitárias de 1.500 municípios em todos os estados.

Outra medida anunciada foi a ampliação do calendário nacional de feiras de livro e festivais literários para 200 eventos em 2012, a maior parte deles com apoio financeiro do MinC, e apoio direto a 175 caravanas de escritores pelo País.

Ao mesmo tempo, será duplicado o número de agentes de leitura para atuar junto às famílias de baixa renda.

Entre as novidades anunciadas está a publicação de editais específicos para contemplar as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde os índices de leitura são mais baixos. Outra inovação é a contemplação, em um desses editais, do chamado Custo Amazônico, que prevê a transferência de 30% a mais de recursos para os estados da Amazônia Legal.

Para o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, que esmiuçou os objetivos do PNLL ao lado da Ministra Ana de Hollanda, “não será uma ação isolada que fará aumentar os índices de leitura no Brasil, mas sim um conjunto delas, de forma planejada, permanente e, sobretudo, crescente”.

Outros projetos anunciados:

  • Ampliação do Programa Agentes de Leitura, com criação de 4 mil agentes, junto com o Ministério da Educação, para apoiar as bibliotecas escolares/comunitárias e a fomentar a leitura entre as famílias no campo. Com os novos convênios e desembolsos, serão, no total, 7.672 agentes atuando em 2012;
  • Formação de 1.200 novos agentes mediadores de leitura em 40 encontros realizados pelos 74 comitês do Proler e, ainda, a implantação de 10 novos comitês em regiões ainda desassistidas;
  • Projeto Cidadania & Leitura, com a formação de 400 agentes mediadores de leitura para atuar em bibliotecas comunitárias, pontos de leitura e promover em ações de leitura em comunidades atendidas por 20 comitês do Proler, dentro das comemorações de seus 20 anos de fundação;
  • Programa de Formação de Pessoal para Bibliotecas, com cursos presenciais e/ou à distância que vão atender 2.800 bibliotecários e gestores. Outros 1.100 profissionais participarão, em 2012, dos cursos, seminários, encontros e painéis para oferecer maior qualificação na área;
  • Implantação de 30 pontos de leitura da Ancestralidade Africana em ex-quilombos e terreiros, mediante repasse de recursos financeiros e distribuição de acervos, mobiliários e computadores;
  • Apoio à implantação de Planos Estaduais e Municipais de Livro e Leitura;
  • Bolsa Biblioteca Nacional/Funarte de Criação Literária e Bolsa Biblioteca Nacional/Funarte de Circulação Literária, totalizando 50 bolsas para apoiar a criação literária e a circulação dos escritores das diversas regiões do país pelo território nacional;
  • Projeto Livraria Popular, com a criação de 700 pontos de venda de livros de baixo preço e formação de 1.300 micros e pequenos varejistas do livro em cursos de educação à distância;
  • Programa de Internacionalização do Livro e da Literatura Brasileira, com ampliação do número de bolsas concedidas (150 novas em 2012, além de outras 70 em andamento), implantação, em 2012, do Colégio de Tradutores (seis residentes e 160 participantes de atividades), do intercâmbio de 40 autores nacionais no exterior para divulgar suas obras e publicação de revista internacional de literatura brasileira em inglês e espanhol;
  • Ampliação da participação nas principais feiras de livros internacionais, para aumentar a presença da literatura brasileira no exterior, inclusive com realização de grandes exposições;
  • Lançamento de coleção com 100 Clássicos Brasileiros no formato ebook, para disponibilização para as bibliotecas digitais;

A Ministra Ana de Hollanda salientou que “a leitura não é um ato reflexo, aprendida naturalmente. É o resultado de uma sofisticada operação, aprendida ao longo de anos, e que, por isso mesmo, precisa ser cultivada cuidadosamente, para além dos muros da escola”.

“Para tal, precisamos de uma boa e vasta literatura, de uma competente e ampla rede editorial e de divulgação. Necessitamos de um exército de mediadores de leitura, que dentro das bibliotecas e nos mais variados espaços ajudem sobretudo crianças e jovens a descobrirem a necessidade humana do prazer da leitura”, destacou a Ministra.

Os investimentos de R$ 373 milhões do MinC no PNLL não incluem projetos e programas que ocorrerão este ano, cujos investimentos foram realizados em exercícios anteriores. Tampouco abrangem ações de outros órgãos do Governo Federal que integrarão o PNLL.

Acesse o documento do PNLL

(Ascom/Minc e FBN)
(Fotos: Bruno Spada, Ascom/MinC)

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Cultura no centro da crise

Retirado do Cultura e Mercado em 24/04/12 do endereço:

http://www.culturaemercado.com.br/pontos-de-vista/cultura-no-centro-da-crise/

Por Leonardo Brant

A recente crise financeira atingiu a força centrípeta do capitalismo e colocou em xeque todos os sistemas, cartilhas e dogmas que conduzem a gestão das empresas, dos Estados democráticos e aquilo que resolvemos denominar globalização.

Embora façamos pouco caso, a cultura está no centro desse furacão avassalador. Os grandes conglomerados de mídia, cada vez maiores e concentrados nas mãos de uma minoria, definem os signos, as cores, os tons, as utopias, as verdades e as visões do futuro, mais homogêneos, ao passo que se prestam à manutenção dos mesmos códigos.

O fluxo da informação ganha novas dimensões com os recentes avanços das tecnologias de informação e comunicação. O capitalismo, que até então se apresentava como a solução para os problemas da pobreza mundial, para a construção de uma democracia participativa, para a perpetuação da espécie humana, revela-se de maneira inequívoca como o grande gerador de pobreza e da concentração de renda, patrocinador das ditaduras, devastador dos recursos naturais.

Contradições reveladas, nós nos percebemos como corruptos, desumanos, e ao mesmo tempo, instáveis, inseguros, sem saída diante da crise. Incapazes de construir novos alicerces de convivência, sob os destroços do muro de Berlim, optamos por reforçar os dogmas do capital, mesmo conscientes do alto custo disso para as gerações vindouras.

Diante disso, resta-nos apresentar algumas dimensões e valores encobertos na discussão sobre causas e efeitos da crise, diagnosticada pelos gurus da economia como uma simples falha de funcionamento de uma máquina, que apesar de consumir tanto os recursos naturais do planeta quanto a subjetividade das pessoas que o habitam, continua a ser o paradigma inabalável do desenvolvimento.

A crise financeira é, antes de qualquer coisa, uma crise ética, de valores e princípios, de convivência e de diálogo. O que nos remete à crise da arte, confinada e apropriada por sistemas de poder político e econômico. Agravadas pela crise do Estado, essas questões acabam por gerar conseqüências marcantes no mercado cultural brasileiro, talvez o setor econômico mais afetado pela crise.

*Introdução do texto “Dimensões culturais para a crise financeira“, publicado no livro “A Cultura na Crise”, pela Fundação Joaquim Nabuco, em 2010.

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Leonardo Brant http://www.brant.com.br

Consultor e pesquisador cultural. Autor do livro "O Poder da Cultura". Diretor do documentário Ctrl-V. Editor deste Cultura e Mercado. Presidente da Brant Associados e fundador do Cemec. Idealizou e coordena a plataforma Empreendedores Criativos. Para mais artigos deste autor clique aqui

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"Mesa de bar", exposição individual de João Werner

Enviado por João Werner 

Statement

"Embora meus quadros pareçam dizer o contrário, não faço arte de denúncia social.

Defino minhas pinturas como o resultado de imaginação comovida, isto é, como o fruto da atenção emocionalmente tingida pelo drama humano, pela pobreza, pelo trabalho humilde e a diversão barata.

Cada pintura retrata uma estória que nunca foi e nunca será escrita, porque é uma história de anônimos.

Os doces sem embalagem expostos na vendinha da esquina, o forró à luz tênue das lâmpadas de 60 watts, o calendário de mulher pelada amarelado pelo tempo. Quem olha pra isso? Pra que olhar pra isso?

Um cachorro perambula entre os barracos de minha pintura "Favela". Não há comida pra ele ali, entre os famintos. Mesmo assim, que diferença faz."

Release

"Dia 30 de abril, o artista plástico João Werner abre uma nova exposição em sua galeria em Londrina, intitulada "Mesa de bar".

Mantendo a verve esquerdista de exposições anteriores, nestas novas gravuras Werner faz um passeio pela periferia da metrópole, mostrando, com seu humor peculiar, o dia a dia dos "pouca-grana", como o próprio artista, afetuosamente, conceitua.

Catadores de papel, lavadeiras, tatuadores da old school, gente apressada indo ao trabalho em transporte coletivo, todos são representados com um traço amistoso e sensível. Não há, nesta exposição de João Werner, a representação de luxo nem de glamour, nada de jóias, de champagne ou o que quer que lembre a riqueza em qualquer outra forma. Se em uma gravura como "Malabares", por exemplo, aparecem automóveis, é apenas como um pano de fundo, como a representação inevitável da platéia anônima de mecenas dos "artistas do semáforo".

Com esta atenção compassiva do artista dedicada à vida financeiramente menos favorecida, surgem representações do lazer e da festa populares, bem como de jogos e brincadeiras infantis. Assim, por exemplo, gravuras como "Carnaval" e  "Gafieira" mostram a diversão barata e acessível, enquanto que "Pipa" e "Burquinha", por outro lado, revelam a criança em seu lazer.

Esta é, certamente, uma exposição bem menos polêmica do que outras exposições anteriores de João Werner. Ao visitante será possível ver como um artista, em outras oportunidades tão iconoclasta e contestatório, pode ser, também, um narrador atento e empático da vida mais simples. Nestas gravuras, Werner assemelha-se àquele cronista a que se referiu Walter Benjamin, o qual, não distinguindo os grandes dos pequenos acontecimentos, não deixa que nada do que aconteceu possa ser considerado perdido para a história."

Serviço

Exposição individual com 24 gravuras digitais de temática urbana.

Visitação: de 30 de abril a 29 de junho de 2012

Local: Galeria João Werner, rua Piauí, nº 191, sala 71, 86010-420, Londrina, PR.

Horário: terças a sextas-feiras, das 14h às 20h, sábados, das 11h às 17h.

Entrada: gratuita, com monitoria.

Mais informações, clique aqui.

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segunda-feira, 23 de abril de 2012

Curta Temporada do Espetáculo Duplo Etéreo em Teófilo Otoni

O Programa de Ocupação de Espaço Papo Café e Mucury Cultural apresenta:

A peça:

"Duplo Etéreo" narra a história de dois irmãos que têm suas vidas transformadas em um drama psicológico devido a intolerância, medos e culpas nas embaraçosas relações familiares repletas de desejos, prazeres proibidos e omissões.

Do confronto dessas duas personagens a peça  procura estabelecer um duelo contundente, emocionante e às vezes cruel, fundamental em tempos de violência à dignidade humana.

Violências múltiplas que se processam em vários níveis em nossa sociedade.

Com elementos que aprofundam e enriquecem, ao mesmo tempo que encaminham para um surpreendente desfecho,  procurando identificar os erros estruturais de uma sociedade omissa e indiferente nas relações familiares.

A maneira com que o autor, Sebastião Bicalho, expõe as emoções de suas criaturas e a sua temática o coloca entre os grandes autores da moderna dramaturgia brasileira.

Visite o site do espetáculo, clique aqui.

Ingressos à venda na Livraria Papo Café.

Valor: R$ 30,00 (inteira)

R$ 15,00 (meia)

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Oficinas para o FESTTO 2012

                    
Oficina: A Arte de Brincar
Oficineiro: Bruno Godinho (Grupo Yepocá-BH/MG)
Dias: 08 a 10 de junho
Horários: 08h:10min à 11h:50min
 
Conteúdo:
Será um contato com a linguagem teatral, visando que os alunos envolvidos trabalhem e melhorem aspectos de suas vidas junto ao seu grupo social, familiar e artístico. Com ênfase no estudo e jogo do palhaço. Para os profissionais já ligados às artes cênicas, será uma oficina extremamente interessante pela abordagem e jogos aplicados.
Sobre o Oficineiro
Ator, diretor, dramaturgo e produtor cultural, iniciou oficialmente sua carreira em 1992, mas segundo  registros históricos, desde os anos 80,  já exercitava informalmente a profissão na escola primária em sua pequena cidade, em Minas Gerais.
Fundador da Yepocá – Cia De Teatro (que atualmente, e orgulhosamente, é o mais conceituado e conhecido grupo teatral, na rua da sua sede, é claro) e que, desde 2000, vem exercitando, aprimorando e buscando na linguagem do palhaço, do teatro de bonecos e das formas animadas, uma forma de interagir, comunicar, melhorar e se fazer entender com o mundo.
Participou de diversas produções teatrais em Minas Gerais e Portugal, alguns comerciais, séries televisivas de bonecos, curtas de cinema e coordenação de eventos e projetos culturais, tendo contato em cursos com os integrantes e profissionais ligados ao Grupo Galpão, Real Fantasia e Teatro Andante.
Participou ainda de oficinas com Fabrice Thibaut, Olivier Benoit, Shawn Kinley, Márcio Libar, Ângela de Castro, Chico Pelúcio, Marcelo Bones, Ádega Olmos, entre outros.

Oficina: Construção de instrumentos percussivos
Oficineiro: Carlinhos Ferreira (BH/MG)
Dias: 07 e 08 de junho
Horários: 08h:10min à 11h:50min (07/06 e 08/06)
13h:30min às 17:30min (07/06)
 
Conteúdo:
A oficina tem o objetivo de inserir o participante no universo da percussão por meio do exercício de ouvir, olhar, fazer e sentir, se propõe a desenvolver um trabalho de desconstrução de preconceitos sobre o universo musical, desmistificando-o.
Sobre o Oficineiro
Promove oficinas e palestras sobre o fazer musical e a percussão. A base de seu trabalho é o conceito da "desconstrução" de ideias preconceituosas sobre o talento para a música. Trabalha com pessoas de qualquer idade e mostra que a música é uma linguagem universal e ao alcance de todos.


Oficina:
Ação física e ação cênica
Oficineiro: Enrico Fasella (Turim/Itália)
Dias: 08 a 10 de junho
Horários: 08h:10min à 11h:50min
Conteúdo:
No trágico ou no cômico o ator deve primeiro mostrar no sentido total, a fascinar o público, leva-lo a si mesmo em um ambiente que tem nada de  real. A verdadeira máquina teatral é  definida para a distância entre ator e plateia, palco, luzes, onde tudo não è natural.
Pretende-se através de exercícios físicos e estudo fonético do texto, chegar à representação da realidade teatral que com o método do Mejercho'ld leva o ator a uma total identificação com o personagem.
Sobre o Oficineiro:
Ator de cinema e teatro e diretor de teatro, professor de atuação no Lyceum Theatre," Teatro Nuovo" di Torino e professor responsável nos cursos de teatro profissional da Comunidade Europeia. Como ator, estrelou com as mais famosas companhias de teatro italianas e como diretor, dirigiu cerca de 100 apresentações com as principais companhias italianas. Atualmente é diretor da companhia " Torino Spettacoli".

Oficina: Expressão Corporal
Oficineiro:  Eurico Justino Belo Horizonte
Dias: 08 a 10 de junho
Horários: 08h:10min à 11h:50min
Sobre o Oficineiro:
Eurico Justino iniciou seus estudos em dança em 1980 com Carlos Leite e Joaquim Ribeiro do Carmo e logo ingressou no Studio Núcleo Artístico fazendo parte de seus grupos de Jazz nos anos 80. Em 1986 dançou no Ulhmer Tanz Theater da cidade de Ulhm – Alemanha e regressando ao Brasil decidiu se especializar em Sapateado Americano. Morou em New York por um ano tendo aulas na Woodpecker com Brenda Buffalino, Jane Goldberg, Charles Godertz.
No Brasil teve como professores, Kika Sampaio, Marchina, Lennie Dale, Steven Harper entre outros. Atualmente ministra aulas no 1º Ato Centro de Dança, Studio Núcleo Artístico além de trabalhar como coreógrafo para peças teatrais em BH e interior de minas e outros estados.  
Ministra também oficinas de sapateado em diversas escolas pelo Brasil.

Inscrições e outras informações:


Serão aceitos e considerados selecionados os 25 primeiros inscritos em cada oficina. O pagamento no valor de R$ 60,00 só deverá ser feito após comunicação oficial por parte da organização do FESTTO.
A ficha de inscrição está aqui.
deverá ser solicitada e encaminhada para o e-mail: festto2012@hotmail.com.  
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Espetáculo e oficina - Figo–O Fruto Amputado de Mim

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domingo, 22 de abril de 2012

O Palhaço e a Bailarina

Um pouquinho do que foi a apresentação do dia 21 no Papo Café.

Está um grande sucesso a temporada do espetáculo infantil O Palhaço e a Bailarina.

Com a casa sempre cheia de crianças e sorrisos, as noites de sábados estão movimentadas na Livraria Papo Café com o Programa de Ocupação de Espaço em parceria com a Mucury Cultural.

Domingo que vem é a última apresentação desta temporada, aproveite!

Mais informações, aqui.
A Página no Facebook,
aqui.

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Fotos e fotomontagem de Raíssa Bamberg.

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sábado, 21 de abril de 2012

Reunião Beco das Cultura - 21 de abril de 2012

    100_3205Reunião de organização do Beco das Cultura 2012.

    • Data: 22/12 (como segurança agendarmos entre 21 e 23 de dezembro)

    • Responsáveis pela produção:

        Mucury Cultural;

        Laboratório de Arte e Cultura;

        Os Caras de Palco;

        Papo Café;

        Michele Rodrigues;

        Ariadny Amaral.

        • Prazos 100_3206

            Reuniões mensais: último sábado de cada mês às 17h

            Edital de participação: lançamento em maio até agosto

            Setembro: Lançamento da Programação

            Outubro: Fechamento da programação

            Novembro: divulgação

            Estratégias de divulgação, publicidade: Sustentabilidade, Criatividade, Diversidade;

            • Locais: Papo Café, Rua Engenheiro Lindembeg, 165 e Casarão do SESC

            • Cheklist:

                Venda;

                Ligação provisória;

                Palco (rua);

                Som (3 lugares);

                Iluminação (três lugares);

                Banheiro químico;

                Segurança;

                Tendas;

                Limpeza (rua),

                Equipe de registro (vídeo e fotografia);

                Ornamentação;

                Alvará e Liberação do evento;

                Despesas de produção

                · Gasolina;

                · Alimentação;

                • Definição de equipes

                    Pós venda: Michele Rodrigues

                    Caderno de venda: Michele Rodrigues e Mucury Cultural

                    Equipe de venda: Michelle, Moana, Andreia, Bruno, Ariadne

                    Divulgação e publicidade: Michele Rodrigues, Educarte e Mucury;

                    Logística: Mucury, Educarte, Papo Café

                    Articulação/Coordenação: Camila, Farley, Andreia e Bruno

                    • Próxima reunião: dia 5 de maio reunião equipe de venda/projeto 16h.

                    • Já foi criado o grupo no google groups.

                    • Participaram desta reunião:

                    Farley Cota - Papo Café;

                    Michelle Freitas - Mucury Cultural;

                    Andréia Roseno - Mucury Cultural e Educarte;

                    Michele Rodrigues;

                    Moana Gomide - Mucury Cultural e Os Caras de Palco;

                    Bruno Bento - Mucury Cultural;

                    Olívia Bambaberg - Papo Café;

                    Camila Lima;

                    Ariadny Amaral;

                    Leia Mais ►

                    sexta-feira, 20 de abril de 2012

                    E tem mais O Palhaço e a Bailarina!

                    O Programa de Ocupação do Papo Café e Mucury Cultural apresenta:

                    CONVITE DIGITAL_PALHACO-BAILARINA_MUCURY_Final
                    Mais informações, aqui.
                    A Página no Facebook, aqui.
                    Leia Mais ►

                    Lançamento do Café, cálculos e crônicas, hoje!

                    O Programa de Ocupação de Espaço Papo Café e Mucury Cultural apresenta:

                    Lançamento do livro Café, cálculos e crônicas, de Joyce Figueiró.

                    A estreante autora apresenta sua obra, como o título sugere, recheada de crônicas, poesias com questões que inquietam bastante os jovens e acometem muitos outros de nós: amores, suspiros, anseios, medos…

                    Dia: sexta, 20 de Abril de 2012

                    Hora: 19h:00 min

                    Local: Livraria e Cafeteria Papo Café

                    Endereço: Rua Doutor Manoel Esteves, 150, Lj 05, Centro.Teófilo Otoni, MG, Brasil

                    Leia Mais ►

                    April Rock Fest!

                    Para quem gosta de Rock!

                    Leia Mais ►

                    Na Trilha Guerreira dos Borun: os Mocuriñ

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                    Há poucos dias tivemos a oportunidade de conhecer a indigenista Geralda Soares. Ela representa o esforço pela valorização e resgate da cultura e história indígenas de toda a porção Leste de Minas Gerais, região que engloba os vales do Rio Doce, Jequitinhonha, Mucuri e São Mateus.

                    É esta região qual diversas etnias indígenas se refugiaram até o século XIX dos “portugueses”, dos Kraí (os loucos), dos brancos.

                    Estas etnias foram chamadas de Botocudos, em alusão às tampas de barris de bebida alcóolica.

                    Tínhamos aí uma questão delicadíssima, a Alteridade. Os brancos, que se pensavam os homens de verdade contra os botocudos, os selvagens, as tampas de barris... Por outro lado tínhamos os Borun, nome que os índios se chamavam, significando “homens verdadeiros” em contraposição aos Kraí, os de cabeça doida.

                    Não poderia haver outra coisa: guerra, massacre, sangue.

                    A história no Mucuri também é assim, com suas ressalvas, com suas exceções. Sempre poucas.

                    E no fim das contas temos a história dos vencedores: os brancos, os Kraí.

                    Os indígenas que não morreram, tentaram a todo custo mimetizarem-se. Muitos conseguiram, muitos desapareceram.

                    O trabalho da nossa amiga Geralda Soares é não somente o de contar a história dos que “perderam” a guerra, as também de buscar aqueles que abandonaram o ser índio para sua própria sobrevivência. Este é o caso dos Mocuriñ.

                    Passaram décadas como não índios, mas no início do século XXI, retomaram sua condição e história indígenas e estão, com muito trabalho, revisitando sua ancestralidade, buscando e interpretando sua existência, pesquisando e retomando suas tradições.

                    No dia 15 de abril, fomos com ela para conhece-los. Estávamos ansiosos. A expedição até a comunidade indígena dos Mocuriñ contou com a presença de Ademar Lemos, Leonardo Cambuí, Bruno Bento e claro, Geralda Soares.

                    Não saímos tão cedo quanto imaginávamos, mas chegamos a tempo do almoço que Dona Castorina tinha-nos preparado: frango caipira, arroz, feijão e macarrão. Estava delicioso.

                    Aos poucos foram chegando, uns sozinhos, outros em grupos, em núcleos familiares, e cada um com seu cachorro e um papagaio. Logo tínhamos mais de 10 pessoas discutindo sua história, as notícias dos familiares, daqueles que não puderam reunir-se, dos que ainda moram em outros lugares e de suas inquietações como comunidade e como indígenas. Assistimos ao vídeo de um casamento recente Maxakali. Foi discutida a participação em eventos nos quais a condição indígena é o principal tema, e as mulheres presentes solicitando mais participação.

                    Das mais de dez pessoas que dissemos, haviam 4 gerações, avós, filhos, netos e bisnetos. Os últimos já nasceram índios, Mocuriñ!

                    Um assunto nos chamou bastante atenção, a construção do Kieme, a casa coletiva onde as reuniões, encontros, discussões e festas ocorrem, é o ponto nevrálgico da aldeia, da comunidade. Esperamos estar lá para vermos e registrarmos este momento importantíssimo na retomada de no reapoderamento do ser índio dos Mocuriñ.

                    As fotografias retratam este nosso encontro e os momentos das discussões, e são nosso presente, aos indígenas deste nosso Mucuri, do Leste, Jequitinhonha e São Mateus, e são nosso presente aos Mocuriñ, à nossa nova mas grande amiga, Gêra, e a todos os Dias do Índio, todos os dias!

                    Para um pouco sobre a história dos Mocuriñ, trazemos um trecho extraído do livro Na Trilha Guerreira dos Borun, de Geralda Soares[1]:

                    O Povo Mocuriñ é formado pelos descendentes do Capitão Pohok, condutor de longa migração de vários povos, saindo da proximidade dos colonos europeus no Vale do Mucuri e se estabelecendo no vale do Itambacuri.

                    Pohok torna-se aliado dos Frades Capuchinhos na fundação do Aldeamento de Itambacuri em 1873. E avô de Domingos Ramos Pohok ou Pacó, primeiro professor indígena bilíngue de Minas Gerais.

                    Os Mocuriñ vivem hoje na Comunidade dos Xavier, no Município de Campanário, no Vale do Mucuri.

                    Domingos Ramos Pacó, sua filha Noemia Xavier e o indígena Chico Bugre são os antepassados mais próximos dos atuais Mocuriñ.

                    Ao todo são aproximadamente 100 pessoas que vivem na área rural e urbana desta região. Algumas famílias migraram para São Paulo e Belo Horizonte.

                    Domingos Ramos Pacó escreve a História de Itambacuri que é arquivada no APM (Arquivo Público Mineiro) em Belo Horizonte por Frei Olavo Timmers, OFM.

                    Em 1986 este documento e publicado pelo economista Eduardo Ribeiro no livro "Lembranças da Terra do Jequitinhonha e Mucuri", e em 2006 uma equipe de pesquisadores do CEDEFES e do Conselho dos Povos Indígenas de Minas Gerais e do GTME faz os primeiros contatos com a comunidade dos Xavier, iniciando aí seus contatos com entidades ligadas a Causa Indígena, com os demais indígenas e com a FUNAI.

                    Passam então a participar das atividades organizadas pelos indígenas e apoiadores.

                    Em 2006 são oficialmente apresentados na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O povo Mocuriñ luta pelo seu reconhecimento pelos órgãos oficiais, pelo direito a um atendimento diferenciado na educação e saúde e pela ampliação da área de 19 alqueires em que vivem.

                    O reconhecimento do Povo Mocuriñ como mais um povo indígena de Minas e o resgate de uma divida histórica do Vale do Mucuri, de Itambacuri e da Sociedade para com aqueles que sobreviveram ao longo processo de exclusão e discriminação dos indígenas nesta região.

                    [1] SOARES, Geralda Chaves. NA TRILHA GUERREIRA DOS BORUN. Belo Horizonte: Núcleo de Publicação do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix., 2010. P. 209-211.

                    Confira as fotos:

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                    quinta-feira, 19 de abril de 2012

                    Resultado Chamada Criativa

                    Com muita alegria que divulgamos o resultado do edital “Chamada Criativa” do RECRIA Fábrica do Futura, no qual a proposta enviada por Michelle O. Freitas em parceria com Mucury Cultural, ICETAS, Laboratório Experimental de Arte e Cultura-UFVJM e Espaço Adolescente, foi contemplada.

                    Agora é mãos à obra.


                    Enviado por Michelle O. Freitas.

                    Chamada Criativa é sucesso!

                    Criatividade e diversidade marcaram as 27 propostas apresentadas por coletivos de jovens de 16 cidades de Minas Gerais para participar da RECRIA. Saiba quem foi selecionado:

                    A RECRIA 2012 é uma experiência de mobilização de coletivos juvenis para desenvolvimento de projetos de produção audiovisual e multimídia. Por meio de uma Chamada Criativa, cada grupo apresentou uma proposta, que foi analisada por um grupo de profissionais da Fábrica do Futuro.

                    Veja abaixo quem foram os dez coletivos selecionados. Caso sua proposta não esteja nesta lista, não se preocupe! A RECRIA quer você por perto. Entraremos em contato para conversar sobre.

                    Caso sua proposta tenha sido selecionada e você não tenha sido contatado pela nossa equipe, envie um e-mail para danielperini@fabricadofuturo.org.br.

                    Agradecemos a todos pela participação e parabéns!!!

                                             PROPOSTA                                       Responsável pelo Coletivo                   Cidade


                    1 – “Brincadeiras e Batuques da Folia de Reis e Hip-Hop” - Rodolfo Gustavo Bonifácio Ludovico – Guaxupé

                    2 – “Ciberespaço e juventude: mídias acessíveis e caminhos possíveis” - Michelle de Oliveira Freitas – Teófilo Otoni

                    3 – “Memórias da Capoeira do Ressaca” – Breno Assis e Castro – Belo Horizonte/Contagem

                    4 – “O som que vem das ruas” – Leonardo Lucas Cesário – Belo Horizonte

                    5 – “Participação Juvenil” - Alan Carlos Miranda – Paracatu

                    6 – “Patrimônios Móveis” – Cícero Inácio da Silva – Juiz de Fora

                    7 – “Pés Descalços” – Raphael de Paula Garcia – Muriaé

                    8 – “Poética dos Encontros - Helthon Resende de Andrade - São João Del Rei

                    9 – “Projeto Mídiateca” - Henrique Marques – Belo Horizonte

                    10 – “Viver é etcétera” - Solange Moraes B. Borges - Cordisburgo

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