sábado, 31 de dezembro de 2011

O CÍNICO

Retirado do blog aniversariante do Jefh Cardoso em 31/12/2011 do endereço:

http://jefhcardoso.blogspot.com/2011/12/voce-ta-falando-serio-que-nunca-ouviu.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+Jefhcardoso+%28jefhcardoso%29

“Você tá falando sério que nunca ouviu nada sobre Diógenes, a lenda Diógenes, o cínico, o filósofo, o grego? O discípulo de Antístenes, que foi discípulo de Sócrates, não conhece mesmo? Francamente, você é um fisioterapeuta. Um doutor! Ou não é doutor o fisioterapeuta? Então. Doutor fisioterapeuta! Deveria saber, oras. O Tonho! Tonho! É surdo. Por favor, chame aqui aquele safado do Antonio José, o cínico. Rá, Rá, Rá, Rá. Antonio José, o cínico. Esse você conhece? Pois é, chame aquele ordinário que eu quero dá uma mijada e ele consumiu com o meu negócio de mijar. Eu esqueço o nome daquele troço. Papagaio! Isso! Levou o papagaio pra lavar lá fora e até agora não trouxe de volta. Malandro. Aí ele! O Tonho, cadê o papagaio? Então vá logo que eu to apertado! Como eu ia dizendo, Diógenes foi um filósofo grego. Dizem que viveu entre 413 e 323 a.C.. Foi um sujeito interessante até. A filosofia dele, a qual ele seguia, a escola cínica, desprezava tudo quanto era riqueza, conforto, convenção. Obedecia, de certa forma, à natureza. Ele andava descalço, dormia debaixo das pontes, comia o que lhe dessem. Se embrulhava numa capa imunda, velha, furada e saía pela cidade. Cadê o Tonho que não vem nunca com esse papagaio? Vou mijar nas calças. Faz um favor, vai lá pra mim e vê se o Tonho tá fabricando o negócio. Aí Tonho, eu já tinha mandado ver se você tinha morrido. Até que em fim, né? Ahhh! Como é bom! Que alívio! Despreze ali no vaso pra mim, Tonho. Toma. Mas voltando no que eu tava te falando; sabe, conta o anedótico que parte do tempo Diógenes morava numa barrica. Essas barricas grandes. Isso. Parecida com um barril. A propósito, eu já te contei a história do casal de Igarapaba que não podia engravidar e foi num benzedor que colocou a mulher de cabeça e tronco dentro duma barrica só com as pernas pra fora? Não?! Rá, Rá, Rá, Rá. Essa é boa história também! Uma hora eu te conto. Me lembre de te contar. Mas então, a barrica. A barrica era tipo dum barril grande. Isso! Um tonel. Muito bem! Essa barrica ficou famosa na Grécia inteira... Famosa também ficou a história do encontro que Alexandre, o grande, teve com o cínico, em Corinto. Do Alexandre, o grande, você já ouviu falar? Claro que já. Alexandre na ocasião teria perguntado ao cínico se ele queria alguma coisa, algo que amenizasse sua miséria. Um teto, por exemplo. O cínico disse que, certa vez, teria visto um rapazinho bebendo água numa fonte, no côncavo da própria mão. Disse que diante daquela cena percebeu que ainda possuía coisas supérfluas. Contou que então teria jogado longe a vasilhinha de madeira que trazia consigo. A reação do Alexandre? A reação dele eu não sei não, mas deve ter ficado admirado. Mas e então? Vamos começar o exercício? Vamos que eu não quero tomar seu tempo.”

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festival vale cantar

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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

o beco das cultura - 2011

Na semana passada estivemos todos no Beco das Cultura, isso mesmo, “das”. Fizemos descaradamente inspirados no Beco das Garrafas, movimento cultural carioca, que deu novo impulso à cultura brasileira.

O nome além de ser um bricolage, é nossa variação dialetal, uma brincadeira entre nossa gramática oficial e a mucuryana, a nossa oralidade, na qual o substantivo não precisa de plurais, costumeiramente nesta terra quente flexionamos somente os artigos, como “Os peixe”, “Os Menino”. No caso específico, adicionamos ao artigo a preposição “de” com valor situacional, como nos diria Celso Cunha, ficando “das Cultura”. Todavia, a ideia de pluralidade cultural é patente, desde a programação à concepção de cultura. Discutimos um bocado e como era de se esperar, não chegamos à definição de Cultura, então a deixemos como é, aberta, plurisignificante e viva!

O nosso Beco, o “das Cultura” é uma espécie de tropicalismo botocudo mucuriano, no qual uma série de expressões têm vez: Fotografia, Teatro, Música, Cinema, Graffitti, Quadrinhos, Performances, tudo quanto há de feito no Mucuri ou extra-Mucuri: ARTE – foi esta parte que a cantora Carol Trindade mais gostou da história.

Bem, este é o espírito desta proposta: liberdade criativa. Foi uma mostra de que Arte é possível e exequível neste nosso Mucuri, e aqui em Teófilo Otoni.

Foi uma proposta-evento planejada e executada coletivamente, por diversas pessoas, diversos grupos. Um dia bastante agradável, no qual as mais diversas expressões artístico-culturais coabitaram a rua, o Beco.

A programação foi classificada em Infantil, Livre e Adulta em dois locais, na Livraria e Cafeteria Papo Café (Infantil e Livre) e na rua Engenheiro Lindemberg em frente ao Alquimia Lanches (Adulta).

A vez das Crianças:

Nossa cidade é ainda mais carente na programação infantil, portanto apostamos e acertamos na programação para as crianças. Ao meio-dia, um pequeno cortejo convidou as crianças para a contação de histórias com a Cida Norte. Ela envolveu as crianças com a história da Sereia, que ficaram vidradas e envolvidas durante quase uma hora.

Ao meio dia também iniciou a mostra de quadrinhos Jogo do Bicho de J.J. Ribeiro e Enzo Bgdiar, neste jogo, os bichos sempre levam a melhor sobre o bicho-homem metido a esperto.

Logo depois da história, Os Caras de Palco apresentaram o espetáculo “O Palhaço e a Bailarina”, o espetáculo invadiu o imaginário infantil com personagens ricos e desafiadores. As crianças mais uma vez ficaram fascinadas.

De todos:

Depois de um intervalo, às 18h:30min a programação retornou, aberta com um esquete da Andréia Presley, com seu humor escrachado, logo colocou o público ainda tímido no clima para uma noite de muita música, teatro e tantas outras artes.

O primeiro número musical foi do grupo formado pelo Luiz Bugarelli, Rogério Macedo e Dênio Tavares, à força chamados de Los Del Chavo, com um repertório bastante diverso da música popular brasileira e da nova mpb. Logo depois tivemos a abertura oficial da Mostra de fotografia Ousia, da Michele Rodrigues, a exibição do curta Dia de Água Limpa, e o Vinícius Figueiredo com seus cartoons, e a Mayara Pascotto apresentando seu grafitti.

O grupo In-Cena apresentou dois esquetes, fragmentos de espetáculos, o primeiro pela Mayara Cruz e Andrine Maisch com “Em algum lugar”, premiadíssimo em diversos festivais mineiros e selecionado para o Festival de Curitiba – Fringe, o segundo fora um trecho do “Silêncio que corta!”, monólogo apresentado por Elmo Mendes, texto de Vítor Anchieta e André Luiz Dias.

Houve também o lançamento da Revista Mucury 8, que ficou linda, gostosa e inteligente, claro. A programação livre também contou com a apresentação num conjunto improvisadamente delicioso, Gregório Luz, Marcela Veiga, Carol Trindade e Dandara Tomich.

Adulto:

Depois d a correria geral de desmonte e remonte do equipamento, deslocamento do povo até o Alquimia Lanches e a chegada dos músicos, apareceu-nos Vinícius Medina, músico radicado em Belo Horizonte, com um violão emprestado pôs início à Programação Adulta ao som do bom reggae e mpb, seguido por Fabriny Ramos, Janice e banda com mpb, logo depois um bocado de hard rock com a Pleasure Machine.

Ainda a programação prosseguiu com a apresentação do Cabelo e Thomaz Baldow, seguidos de Saulo Fasciani e Zeus Reis, com repertórios da clássica e da nova mpb entre clássicos internacionais.

As duas últimas atrações da noite foram o performer Jhoe Nicolletty, que apresentou sua performance Ego Melon sempre surpreendendo o público, com sua brainstorm, traz inúmeras referências para nossa apreciação e reflexão. E finalmente o DJ Lucas Tolentino apresentou-se com seu repertório diverso, impecavelmente como sempre e fechando o Beco das Cultura abrindo o dia 24 de dezembro.

Sabemos que não é novidade a realização de um quase-festival como este, temos infinitos exemplos em todo o nosso país, mas por aqui isso ainda dá um trabalhão! E por isso agradecemos a todos os que trabalharam coletivamente neste Beco das Cultura de 2011 e que já estamos ralando para o de 2012, pois o Beco não pode parar!

Comecemos por Michele Rodrigues, Jhonathan Nicolletti, Papo Café, Alquimia Lanches, Sou do Mucuri, Grupo Criativa, Grupo In-Cena de Teatro, Má Companhia de Teatro, Cia de Teatro Os Caras de Palco e todos os que voluntariamente apareceram, carregaram, convidaram, palpitaram, discutiram e apareceram.

O resultado fora para lá de positivo, pois que além de trabalharmos nos prontos nevrálgicos do setor cultural e da economia criativa, o que seriam a profissionalização, articulação e formação de público, e que público!

Tivemos de crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos durante o evento, circulando entre 400 a 500 pessoas em praticamente 16 horas de programação cultural, agradecemos a todos, lembrando que nossa mobilização foi através da internet, blog e redes sociais, colaboração das rádios e tevês, mensagens via celular e o melhor de todos, o boca-a-boca.

Este é mais um exemplo que não perdemos quando nos juntamos. Pelo contrário, conseguimos fazer o que demandaria anos a um grupo menor, tomara que aprendamos a lição que 2011 nos deu, desde a criação do Sou do Mucuri, e que já vínhamos a algum tempo discutindo, de que é preciso nos articularmos, só assim mostramos a importância de nosso trabalho, e só assim trabalhamos como devemos.

Viva à articulação!

Viva o Beco das Cultura!

Viva o Mucuri!

Confira as fotos do Beco das Cultura 2011.

 
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Docinhos


Toda semana um novo curta do

Porta Curtas!

Assista, não perca!


Gênero Animação

Diretor Frederico Pinto, José Maia

Ano 2002

Duração 6 min

Cor Colorido

Bitola 35mm

País Brasil

Local de Produção: RS

Balões, apitos e línguas de sogra. Por trás de tudo isso se esconde uma história de amor impossível entre dois doces de aniversário.

Ficha Técnica

Produção Frederico Pinto, Cristiane Reque

FotografiaNewland Silva

Direção de Arte Maíra Coelho

Trilha originalJackson Zambelli, Gustavo Finkler

Direção de produçãoCristiane Reque

Festivais

Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2002

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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Shows hoje, quinta-feira

Ozmoze e Léo Tripa

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hoje a banda Ozmoze e convidado especial Léo Tripa farão show no Pizza Pátio, vamos curtir um bom rock?

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Prêmio Agente Jovem de Cultura

Enviado por Liberdade Livre, pena que não somos mais mocinhos… (risos)

Retirado do site do MINC em 29/12/2011 do endereço:

http://www.cultura.gov.br/site/2011/12/12/premio-agente-jovem-de-cultura/

MinC anuncia edital para a participação de jovens que produzem cultura no país

Márcia Rollemberg, secretária de Cidadania Cultural do MinC e Severine Macedo, secretária Nacional de Juventude (ao fundo)

Na manhã desta segunda-feira, 12, em Brasília, a secretária de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura (SCC/MinC), Márcia Rollemberg, anunciou a realização do Edital Prêmio Agente Jovem de Cultura: Diálogos e Ações Interculturais,que vai conceder 500 prêmios, no valor de R$ 9 mil cada, a iniciativas culturais já realizadas e concluídas, propostas por jovens agentes culturais de todo o país.

As inscrições para a premiação estarão abertas a partir de quinta-feira, 15 de dezembro, estendendo-se até 31 de janeiro de 2012, e poderão ser realizadas no endereço eletrônico do MinC ou encaminhadas via Correios.  Poderão participar da iniciativa jovens brasileiros natos ou naturalizados e estrangeiros residentes há mais de três anos no país, na faixa etária entre 15 e 29 anos.

O anúncio foi feito momentos antes da realização da plenária final da 2ª Conferência Nacional de Juventude, que reuniu, na capital federal, no período de 9 a 12 de dezembro, quase dois mil jovens, dentre eles, 1.400 delegados de todo o Brasil, observadores e também convidados nacionais e internacionais. O evento foi coordenado pela Secretaria-Geral da Presidência da República, por meio da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ/PR).

Parceria

O Prêmio Agente Jovem de Cultura será desenvolvido pelo MinC, por meio da Secretaria de Cidadania Cultural, em parceria com a Secretaria-Geral da Presidência da República/Secretaria Nacional de Juventude e os ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Saúde (MS). Serão 100 prêmios para a categoria Jovem adolescente (15 a 17 anos), 200 para a categoria Jovem jovem (18 a 24 anos) e outros 200 para a categoria Jovem adulto (25 a 29 anos).

A premiação abrange uma faixa transversal de políticas públicas dedicadas à juventude e conta com recursos totais da ordem de R$ 5,7 milhões. O concurso terá recursos dos programas Brasil Plural eCultura Viva, do MinC. Os ministérios envolvidos também concedem apoio financeiro.

As iniciativas culturais poderão contemplar ações voltadas para as áreas de Comunicação, Articulação e Mobilização Cultural, Cultura e Tecnologia, Pesquisa, Acervo e Diálogos Intergeracionais no Campo da Cultura, Formação Cultural, Produção e Expressão Artística e Cultural, Intercâmbios e Encontros Culturais, e Cultura e Sustentabilidade.

Ação mais permanente

Para a secretária de Cidadania Cultural do MinC, é importante identificar e valorizar o que vem sendo feito por jovens que trabalham com a cultura no Brasil. Mas, segundo ela, “esse prêmio é o primeiro passo de um processo de ação mais ampla e permanente, que vai envolver trabalhos de fortalecimento da formação do agente jovem de cultura, incluindo bolsas de formação, com uma parceria, também, do Ministério da Educação (MEC).”

“O jovem brasileiro precisa ter noção da diversidade, do patrimônio cultural que esse país tem. A partir disso ele terá uma decisão, tomará consciência, com maior propriedade, da participação que terá para o Brasil de amanhã”, enfatizou Márcia. Segundo ela, a partir do próximo ano, o trabalho será amplo, visando fortalecer os agentes de cultura.

A Secretária Nacional de Juventude, Severine Macedo, disse que o prêmio, além de beneficiar jovens que já vêm desenvolvendo experiências na área cultural, abre uma relação estratégica entre o MinC e a SNJ, com apoio dos demais ministérios envolvidos. “Inaugura um período estratégico de uma relação que vai fortalecer o acesso à produção e à cultura como um direito da juventude brasileira”, acentuou. Segundo Severine, a maior parte dos programas que o MinC desenvolve atinge maximamente os jovens.

Clique aqui e acesse todas as informações sobre o Edital Prêmio Agente Jovem de Cultura: Diálogos e Ações Interculturais.

(Texto: Glaucia Lira e Patrícia Saldanha – Ascom/MinC)

(Fotos: Bruno Spada – Ascom/MinC)

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Curso de Fotografia

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Um ano de pletora musical

Retirado do  Jornal OTEMPO em 29/12/2011 do endereço:

http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=191699%2COTE&IdCanal=4

Por DANIEL BARBOSA

Trata-se de um processo em andamento já há alguns anos, mas foi em 2011 que o Brasil se consolidou como rota de festivais mastodônticos e atrações paquidérmicas. Concentrados entre setembro e novembro, SWU, Rock in Rio e Planeta Terra promoveram um verdadeiro desfile de estrelas internacionais - gente do calibre de Stevie Wonder, Metallica, Red Hot Chili Peppers e Katy Perry. O público (paulista e carioca, principalmente) ainda pôde conferir, dispersas ao longo do ano, atrações de diferentes gêneros, épocas e latitudes, de Justin Bieber a Slayer.

No primeiro semestre, dois pesos-pesados centralizaram as atenções: Paul McCartney, em maio, e Amy Winehouse, em janeiro. A morte da diva soul, aliás, é outro fato incontornável na retrospectiva musical de 2011. Belo Horizonte entrou, ainda que timidamente, nessa intensa agenda de shows internacionais. Passaram por aqui nomes como Ozzy Osbourne, Judas Priest e Ben Harper, entre outros.

Se por um lado os grandes eventos atraíram as atenções dos quatro cantos do país, por outro, os festivais de menor porte, com foco prioritário na cena independente, se alastraram como epidemia. Há dois ou três anos, não passavam de 20 os que tinham repercussão. Atualmente, são mais de 150, segundos dados da Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin). Ela própria, aliás, entrou no foco dos acontecimentos do ano na cena musical quando, há menos de um mês, encarou a debandada de 13 dos principais festivais que a integravam.

As razões dessa dissidência resvalam no Fora do Eixo - a associação de coletivos espalhados pelo Brasil e alguns pontos da América Latina que, ao longo deste ano, engordou, fez e aconteceu, viu seus contornos políticos serem reforçados e - consequência disso - tornou-se alvo de críticas, o que não implica ter perdido o seu potencial de aglutinação e realização.

Seguindo seu curso, a indústria fonográfica manteve o compasso de anos anteriores: aumento de vendas digitais, retração do comércio de mídias físicas, o velho vinil reconquistando e consolidando um espaço próprio e a chegada de serviços como o Grooveshark e Rdio, pelos quais o assinante paga uma mensalidade e tem acesso, via streaming, a vastos acervos musicais.

E por falar em indústria musical, algumas estrelas do primeiro escalão da MPB lançaram novos discos. Entre elas, Chico Buarque, Marisa Monte e Gal Costa, que, nos estertores do ano, há cerca de um mês, apresentou o revolucionário (dentro de sua própria discografia) "Recanto", de forte verniz eletrônico, que caiu nas graças da crítica especializada. Também mereceram efusivos e quase unânimes aplausos por parte de quem está atento ao que acontece no cenário musical brasileiro os paulistanos Rômulo Fróes e Criolo - o primeiro, pelo álbum "Um Labirinto em Cada Pé", o segundo, por "Nó na Orelha".

Em fase de muito trabalho, a despeito da idade, Cauby Peixoto sintetiza outro fenômeno marcante da indústria do disco em 2011: a reposição em cena de artistas representantes de priscas eras da MPB - processo este capitaneado por produtores como Thiago Marques Luiz e Rodrigo Faour e por selos como o Joia Moderna. E, na outra ponta, confirmando a fama de país das cantores, o Brasil viu a estreia em disco de vários novos nomes, como Ana Cristina, Roberta Nistral, Luzia e Maíra Freitas, entre outras.

Cena mineira em ebulição

Juliana Perdigão lançou álbum próprio e com o Graveola

 

Cabe dizer que, na retrospectiva musical de 2011, Minas Gerais é um caso à parte. Possivelmente não houve outro Estado do país com um cenário tão movimentado e profícuo quanto o que vicejou por essas plagas. Para se ter uma ideia, o espaço aqui seria insuficiente para listar todos os grupos e artistas e os respectivos álbuns que lançaram este ano. E a ebulição criativa se dá em todos os gêneros.

Lô Borges, com seu "Horizonte Vertical", evoca o Clube da Esquina, Aline Calixto, com "Flor Morena", representa o samba, Renegado, com "Minha Tribo É o Mundo", e Julgamento, com "Muito Além", falam pelo hip hop. Para além dos rótulos, Garbo, Ram, o baterista Neném, Gustavo Maguá, 4Instrumental, Transmissor, Graveola e o Lixo Polifônico, Juliana Perdigão, The Hell’s Kitchen Project, Patrícia Ahmaral, Capim Seco, O Melda e muito mais gente trouxe à luz novos discos - em alguns casos, o de estreia.

São vários os possíveis fatores para toda essa movimentação. O bom andamento do programa Música Minas e as ações em bloco do Fórum da Música de Minas Gerais certamente são um deles. A articulação de coletivos em Belo Horizonte e cidades do interior, ligados ao Fora do Eixo, e o consequente incremento do circuito de festivais é outro.

Com espaço para tocar e a possibilidade de formar um público cativo, é natural que os artistas queiram mostrar seus trunfos. E as maneiras são as mais variadas possíveis. O Graveola, por exemplo, elegeu a comunidade Dandara para fazer o show de lançamento de "Preciso de um Liquidificador", agregando conteúdo político à sua arte.

Além da ebulição criativa e da consolidação de novos nomes na cena (alguns nem tão novos assim), como Zimun, Fusile, Dibigode, Iconili e Fred Heliodoro, entre muitos outros, o que se firmou também foi o calendário de shows e festivais. Foram vários, de todos os tipos e para todos os gostos, ao longo do ano: Conexão Vivo, Music Station, Flaming Night, Eletronika, Compositores.BR, Série Instrumental são apenas alguns deles.

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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Lei Rouanet – 20 anos

Retirado do site do MINC em 28/12/2011 do endereço:

http://www.cultura.gov.br/site/2011/12/23/134698/

Desde 1991, R$ 9,1 bilhões já foram investidos na Cultura. Expectativa agora é pelo Procultura

Hoje, 23/12, a Lei nº 8.313 /91, conhecida como Lei Rouanet, completa 20 anos de existência. Em duas décadas, por meio de renúncia fiscal, o Ministério da Cultura apoiou 31.125 projetos, investindo R$ 9,1 bilhões (última atualização em 22/12/11). Neste período, ao mesmo tempo em que aprimorou a lei – com diversas instruções normativas – o MinC também buscou propor uma nova legislação, após amplo debate com a sociedade. O projeto de lei do Procultura (PL 6.722/10) encontra-se na Câmara dos Deputados, na Comissão de Finanças e Tributação. A expectativa é que seja aprovado no próximo ano. “A cultura se desenvolveu tanto que já não cabe na lei atual, em dimensão e em diversidade”, diz Henilton Menezes, secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do MinC.

Concentração: Sudeste e Cênicas

Segundo ele, o modo como a lei atual foi desenhado acabou por concentrar recursos em segmentos culturais – naqueles cuja renúncia chega a 100% – e em regiões que são pólos econômicos, sobretudo o eixo Rio-São Paulo, que detém a maior parte do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. “A nova lei tem de buscar a correção destas distorções”, avalia o secretário.

Lei Rouanet 20 anos depois – Leia artigo do secretário Henilton Menezes

No ano passado, por exemplo, dos R$ 1,16 bilhão captado, 77% ficaram no Sudeste, enquanto o Norte do país ficou com apenas 2,3%. Em 20 anos, 67,3% dos projetos que conseguiram captar recursos da lei tiveram origem nesta região.  Assim como houve concentração em uma das regiões brasileiras, o mesmo ocorreu nos segmentos culturais. Em 20 anos, as Artes Cênicas foram as que mais tiveram projetos (6.704) com captação de recursos, enquanto a área de Artes Visuais foi a com menor quantidade (2.324).

Menezes explica que a lei atual continuará sendo aperfeiçoada – em janeiro o MinC deve publicar nova IN com algumas mudanças – até o Procultura entrar em vigor. Depois de a nova lei ser sancionada, o MinC tem 180 dias para regulamentá-la. “Aperfeiçoamos uma, enquanto paralelamente discutimos a outra”, diz. Na sua avaliação, a transição entre uma e outra lei deverá levar entre três e cinco anos, em razão da quantidade de projetos em execução, cerca de 12 mil.

Única bala

Quando a lei foi criada, em 1991, o Ministério da Cultura havia sido extinto e se transformado em uma secretaria – assim como outras instituições. O investimento em cultura, por meio de renúncia fiscal, era praticamente a única política de Estado para a área. No primeiro ano da existência da lei foram apresentados 32 projetos culturais e 11 autorizados a captar recursos. Não houve captação de recursos pelos projetos em 1992. No ano seguinte, em 1993, conseguiram captar recursos apenas dois projetos culturais, no valor total de R$ 21.212,78.

Com o governo Lula, a partir de 2003, e a ampliação do conceito de cultura – considerada sob três dimensões (cidadã, simbólica e econômica), houve um boom de investimento no setor, pois o espectro das áreas passíveis de receberem investimento com renúncia fiscal aumentou. No primeiro ano do governo Lula, por exemplo, foram captados R$ 430,8 milhões. No ano passado, o volume chegou a R$ 1,16 bilhão.

Procultura: melhor distribuição

Menezes diz que há um sentimento, errado, de que a lei deveria atender apenas aos pequenos – o que não está escrito em seus objetivos. “A lei é para todos, o que deveria haver é uma pontuação de que ganhasse mais renúncia fiscal aquele que desse maior retorno à sociedade”, avalia.

Segundo ele, a proposta do Procultura é que, para diminuir as distorções atuais, o percentual de renúncia não seja por segmento cultural e, sim, por um sistema de pontuação, cujos critérios poderiam ser gratuidade, realização das ações em vários estados (e não apenas no estado de origem do recurso), promoção de formação continuada, possibilidade de troca de experiências e outros critérios que promovam retorno a todos os brasileiros. Ou seja, quanto maior o impacto no meio cultural, maior será o incentivo oferecido pelo governo.

Desde modo, conseguiria a renúncia de 100% aqueles que tivessem uma pontuação alta. Assim, quanto menos pontos, menor também seria a renúncia – independente do segmento cultural. Com isso, segundo Menezes, não só haveria uma melhor distribuição por segmentos e regiões, mas também uma possibilidade de apresentação de projetos que irão ao encontro da demanda da sociedade brasileira.

Ele cita como exemplo um espetáculo, que pode ser levado a regiões de difícil acesso, que tenha tradução em libras (a linguagem dos sinais) ou audiodescrição, que culmine com debates em escolas. Ou seja, que não fique restrito ao circuito corriqueiro de uma produção cultural.

Os critérios de pontuação estão sendo discutidos no Congresso Nacional – há aqueles que acreditam que devam estar na lei e outros, que devem ser normatizados pelo MinC.

Reforço do Fundo

Outra mudança proposta com o Procultura é que um percentual da renúncia fiscal componha o Fundo Nacional da Cultura (FNC), de modo que o Ministério da Cultura pudesse então investir anualmente em projetos ligados às prioridades da política cultural. Em 2011, por exemplo, o FNC – sem este recurso – não ultrapassou os R$ 300 milhões, enquanto a Lei Rouanet investiu R$ 1,35 bilhão.

Menezes explica que, teoricamente, quando a lei foi criada, o FNC atenderia aos projetos que não conseguissem ser contemplados pela renúncia fiscal. No ano passado, o que foi captado pelo incentivo fiscal atendeu apenas 24,61% de toda a demanda brasileira por esses incentivos, que atingiu o montante de R$ 4,7 bilhões. Nesse mesmo ano, o MinC recebeu 10.256 ações em busca de recursos, vindas de todos os estados brasileiros.

O secretário lembra ainda que, só ano passado, a renúncia fiscal brasileira somou R$ 77 bilhões e apenas R$ 1,16 bilhão foi para a cultura. Ele acrescenta, ainda, que a Lei Rouanet é o mais transparente mecanismo de incentivo fiscal do Brasil. Todos os projetos são públicos, o processo de análise tem participação ativa da sociedade, o acompanhamento é feito pelo MinC durante a realização das ações e a prestação de contas é obrigatória para aqueles que recebem o incentivo. Além disso, todos os números estão à disposição de qualquer brasileiro, em qualquer lugar, pois estão na página eletrônica do ministério, para consulta pública.

Ano

Projetos apresentados

Projetos aptos a captar

Captação(em projetos)

Captação(em R$)

1º ano (1992) 32 11 0 0
5º ano (1997) 3.781 2.773 735 207.949.307,41
10º ano (2001) 3.972 2.390 1.215 368.049.587,03
15º ano (2006) 7.763 6.533 2.927 852.711.246,87
20º ano 7.473 8.375* 2.539 769.363.048,45

* Incluem projetos apresentados no ano anterior

(Fonte: Ascom/MinC)

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A cultura como não-problema

Retirado do Cultura e Mercado em 28/12/2011 do endereço:

http://www.culturaemercado.com.br/pontos-de-vista/a-cultura-como-nao-problema/

Por Marcelo Gruman

Desde o primeiro ano do governo do ex-presidente Lula o Ministério da Cultura, aquele que sempre foi considerado o “patinho feio” da Esplanada, vinha engordando timidamente o seu cofrinho. É verdade que nunca se aproximou da meta proposta pela Agenda 21 e ratificada pela UNESCO de dispêndios estatais em cultura na ordem de 1% do orçamento da União, o que não impede de louvarmos a consideração dos poderes executivo e legislativo por um setor da sociedade brasileira até então considerado “acessório” às grandes questões nacionais. O reconhecimento objetivo da cultura refletia a maneira como o Estado passou a compreendê-la, não mais a “cereja do bolo”, mas o substrato da identidade de cada habitante do país, da forma como cada um se vê e quer ser visto pelos outros.

Na realidade, passou-se a operar com o conceito de cidadania cultural, significando que não basta ter uma vida socialmente digna, como culturalmente satisfatória. Este conceito passou a nortear as diretrizes das políticas públicas de cultura do MinC, sobretudo a partir da criação da Secretaria da Identidade de Diversidade – SID. Em 2010, os recursos do MinC minguaram a 0,23% do total dos impostos arrecadados pela União, ainda que seu orçamento tenha sido o mais robusto desde 2003.

Em 2011, primeiro ano do governo de Dilma Rousseff, houve um corte de cerca de R$ 160 milhões (de R$ 2,29 bilhões para R$ 2,13 bilhões).  Recentemente, a imprensa divulgou notícias que dão conta de um novo corte orçamentário, previsto para o ano de 2012, este ainda mais profundo, diminuindo a verba do Ministério da Cultura em mais cerca de R$ 340 milhões (queda de 16% em relação ao ano anterior). No entanto, segundo Vitor Ortiz, secretário-executivo do MinC, há a possibilidade de engordar os recursos em até R$ 600 milhões com a aprovação de emendas parlamentares à Lei Orçamentária Anual – LOA. Destaco uma frase emblemática do secretário-executivo, que servirá de gancho para o meu argumento nesta curta reflexão: “Todo governo tem prioridades, e é daí que vêm as variações de cada pasta”.

Podemos trocar o termo “prioridades” por “problemas”, com o mesmo sentido atribuído pelo secretário-executivo do MinC. A razão por que alguns problemas recebem mais atenção do que outros por parte das autoridades se encontra tanto nos meios pelos quais esses atores tomam conhecimento das situações quanto nas formas pelas quais essas situações foram definidas como problemas. As pessoas, dentro e fora do governo, reconhecem os problemas de diversas maneiras. Em geral, são situações que colocam em cheque valores importantes para uma dada comunidade. O reconhecimento de problemas é um passo crítico para o estabelecimento de agendas. A construção da agenda envolve, portanto, um processo de especificação de alternativas. Nesse processo, restringe-se o grande conjunto de possibilidades a um grupo menor, a partir do qual as escolhas são, realmente, efetuadas. A ideia de inclusão na agenda, em geral, refere-se ao estudo e à explicitação do conjunto de processos que levam os fatos sociais a adquirirem status de problema público.

A maneira pela qual os problemas são reconhecidos – se são reconhecidos – determina a relevância com que eles serão tratados. Uma enorme variedade de fatores políticos, sociais e ideológicos determina quais problemas ganham acesso à agenda de políticas públicas. Dessa forma, a formação da agenda, suas questões prioritárias, pode surgir de campos distintos: de grupos não governamentais e daí se expandem até a agenda do governo; os lideres políticos iniciam a política pública, mas precisam de apoio do povo para sua implementação e tentam passar o tema da agenda formal para a agenda pública; de grupos influentes com acesso especial aos tomadores de decisão iniciam uma política pública, e não necessariamente querem que ela seja expandida e contestada pelo povo.  Desdobramentos na esfera política são poderosos formadores de agenda. Por exemplo, um novo governo muda as agendas, completamente, ao enfatizar suas concepções dos problemas e suas propostas. Portanto, é bem menos provável que assuntos que não estejam entre suas prioridades recebam atenção.

Quando uma questão ou demanda deixa de ser um difuso estado de coisas e se transforma em um problema político prioritário, ela passa a compor a agenda governamental. A partir desse momento, tem início a formulação de alternativas, quando os atores expressam claramente suas preferências e interesses. A formulação de políticas envolve um processo de definição, consideração, rejeição ou aceitação das opções de políticas a serem adotadas. Desse modo, as alternativas começam a ser formuladas, e as aspirações e necessidades expressas pelas demandas assumem a forma de expectativas quanto à resolução de um problema. Há atores que esperam obter vantagens com uma decisão, e outros que acreditam que essa decisão lhes será desfavorável. A partir dessas expectativas, os atores mobilizam-se para defender seus interesses e promover as alternativas de políticas que lhes sejam favoráveis.

Dois fatores podem influenciar a construção da agenda e a especificação de alternativas: os atores ativos e os processos pelos quais alguns assuntos ou itens sobressaem. Os atores ativos são os governamentais – executivo, parlamentares, funcionários do congresso, dentre outros. Possuem como recurso a autoridade legal, a publicidade e a longevidade. Os não-governamentais estão divididos em agentes externos, partidos políticos, grupos de pressão, opinião pública, mídia etc. O tipo do grupo de pressão influencia mais ou menos na construção da agenda. Para que uma ideia entre na agenda, é necessário que seja factível tecnicamente; seja aceitável pelos especialistas; passe pelo critério do público, para, então, formar consenso. O consenso na arena política é obtido por meio da barganha, entretanto, no processo de formulação de políticas, a capacidade de incluir determinado assunto na agenda não é igual para todos os atores. Determinadas categorias sociais possuem recursos de poder muito superiores a outras.

Retomando a afirmação de Vitor Ortiz, podemos estabelecer uma comparação entre os momentos vividos pelo MinC em 2003 e 2011. No primeiro, a cultura foi alçada ao status de problema público, entrando na agenda governamental e alvo de políticas públicas de médio e longo prazo. Atores de dentro e de fora do governo contribuíram na construção de alternativas ao “problema da cultura”, da sua marginalização frente às demais áreas de atuação do Estado brasileiro. Marginalização não só em termos financeiros, com orçamentos exíguos, mas, sobretudo simbólica, de não-reconhecimento da cultura como direito humano fundamental. O que observamos neste segundo momento é o rebaixamento da cultura a não-problema, uma vez que, como o próprio secretário-executivo admitiu, há outras prioridades para o atual governo. Esta reviravolta desagradável é comprovada, objetivamente, pela redução do orçamento da pasta para o ano de 2011 e a previsão de novo corte para o ano de 2012.

Resumo da ópera: ou os atores ativos, como a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Cultura, deputados e senadores simpáticos às demandas do setor cultural e os próprios dirigentes do Ministério da Cultura, em conjunto com os atores não-governamentais, se articulam em defesa de uma agenda positiva e ativa para o MinC, demandando cada vez mais investimentos, ou ficaremos dependentes e à reboque dos favores de mecenas pós-modernos que financiam a cultura quando, como e com quanto bem entendem. A cultura não pode permanecer como um eterno “estado de coisas”.

Marcelo Gruman

Antropólogo e especialista em gestão de políticas públicas para a cultura. Para mais artigos deste autor clique aqui

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bacana groove recebe giuliano fernandes, hoje.

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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Controle ou seja controlado

Retirado do Cultura e Mercado em 27/12/2011 do endereço:

http://www.culturaemercado.com.br/tvcem/controle-ou-seja-controlado/

Por Leonardo Brant

O ponto de partida para a realização da pesquisa-ação intitulada Ctrl-V foi o meu envolvimento com a construção da Convenção Internacional, no âmbito da UNESCO, para promoção e proteção da diversidade cultural.

Conheci e passei a colaborar ativamente com a Internacional Network for Cultural Diversity (INCD) em 2001, numa conferência na Cidade do Cabo, na África do Sul. Dali em diante, o tema passou a direcionar todos os meus esforços de pesquisa. Participei ativamente da INCD e das discussões em torno do tema, em conferências, reuniões internacionais, articulações com governos e com organismos internacionais, como a própria UNESCO.

O Brasil teve participação destacada nesse processo, sobretudo a partir de 2003, pela presença ativa de Gilberto Gil, músico e compositor que ocupou o Ministério da Cultura neste período, com quem colaborei pelo lado da sociedade civil. Estivemos, cada qual com a sua função, em diversas dessas conferências, como na Croácia, Senegal, China e, por fim, no Brasil, em 2006, quando o ministro organizou a conferência pelo lado dos governos e eu pelo lado da sociedade civil. Na época eu ocupava a vice-presidência da RIDC.

A Convenção da UNESCO tinha sido aprovada no ano anterior, com uma votação inédita e avassaladora. Estados Unidos e Israel foram os únicos países a votar contra o documento, contra 148 países-membro a favor. Durante todo o processo de negociação, o país presidido por George W. Bush pressionou fortemente todas as delegações, tentando dissuadir os Estados-membros aliados a deliberarem a favor da convenção. Mesmo a presença ameaçadora de Condoleezza Rice durante a votação não foi suficiente para abafar a derrota avassaladora dos EUA.

Esse processo todo revela a importância estratégica do mercado internacional de audiovisual para a consolidação dos EUA como potência mundial, mas já se mostrava anacrônica e ineficaz. Quando o resto do mundo resolveu atentar para a articulação entre poderio econômico e simbólico-cultural, a indústria audiovisual dominante já apresentava sinais de mudança em sua lógica de sustentação de poder, transformando-se no principal instrumento de difusão do que chamamos de globalização econômica, que também é cultural. A função estratégica antes atribuída ao poder imperialista norte-americano agora se configura cada vez mais como mecanismo de difusão das grandes corporações multinacionais.

Ainda assim, valia a pena investigar a correlação de poder da indústria cultural com o Estado norte-americano, as indústrias bélica e financeira, e a sociedade de consumo como paradigma cultural do processo de globalização, engendrado como um projeto imperialista. Uma cultura única, com valores, sentidos e visões de mundo mais ou menos homogêneas se alastrava pelo mundo a partir do domínio absoluto do mercado da imagem. Um mergulho sobre os processos históricos que possibilitaram a criação do oligopólio global das chamadas majors norte-americanas e suas relações diretas com as políticas internacionais e o grande capital fazia-se necessário.

A leitura crítica da Convenção é imprescindível para compreender as motivações de Ctrl-V. O relatório do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) de 2004, intitulado Liberdade Cultural num mundo diversificado, revela as bases políticas que justificam uma intervenção dos organismos internacionais no campo do audiovisual.

Os caminhos teóricos deixados pela Escola de Frankfurt a respeito dos riscos e implicações de uma nova indústria cultural, em plena ascensão naquela época, e a profunda alteração nos sentidos e significados da arte, foram excelentes pontos de partida para a nossa investigação teórico-prática.

A influência de Marshall McLuhan, ainda na universidade, foi preponderante para a compreensão da complexidade e da onipresença dos processos midiático em nosso cotidiano. Reli e ressignifiquei Undestanding Media, ainda uma espécie de livro de cabeceira durante todo o período de leituras relacionadas ao Ctrl-V. A Sociedade do Espetáculo denunciada por Guy Debord é outra dessas publicações, que nos deram o norte necessário em direção àquilo que procurávamos. Fui igualmente influenciado por diversos autores dedicados ao tema da pós-(híper-líquida)modernidade, como Zygmunt Balman, Stuart Hall e Gilles Lipovetsky, este último presente no documentário.

Durante todo o processo de busca em relação à diversidade cultural, resolvi empreender uma organização cultural no Brasil, para desenvolver esta importante agenda política, nas mais diversas esferas da sociedade. O Divercult cumpriu seu papel internamente, até que, em 2007, com a publicação da Convenção, estava pronto para novos desafios.

Foi aí que entrou Fernanda Martins, com uma bagagem de pesquisas e inquietações a respeito do tema. E ideias sobre cooperação internacional para a diversidade. Resolvemos levar o Divercult para a Espanha, uma excelente porta de entrada para a Europa, que começava a implementar iniciativas voltadas para o assunto, ainda num momento anterior à crise econômica que assola todo o continente.

Além de conferências, debates e pesquisas sobre diversidade cultural, o Divercult encampou, em parceria com o Instituto Pensarte, a publicação de uma coleção de livros que constitui o pontapé inicial para a pesquisa do Ctrl-V. A série Democracia Cultural traz o primeiro livro brasileiro sobre Diversidade Cultural, organizado por mim, com textos de ativistas e pensadores de todos os continentes. Consolidamos, logo em seguida, uma pesquisa sobre Democracia Audiovisual, assinada por André Martinez. E por último, a tradução para o português do livro Artes Sob Pressão, de Joost Smiers, amigo de jornadas pela diversidade cultural.

Mas foi numa visita casual à Livraria da Vila, na Vila Madalena, em companhia do antropólogo Massimo Canevacci, colaborador de primeira hora de Ctrl-V, que descobri O Grande Filme, de Edward Jay Epstein. A partir dele comecei a visualizar, mais concretamente, um roteiro para a pesquisa que virou filme. E Epstein se transformou em um dos personagens centrais do filme.

Fiz conexão automática daquela publicação com Vida: o Filme, de Neal Gabler, cuja leitura no passado marcou-me profundamente. Mais tarde, depois de entrevistá-lo nos Estados Unidos, tive contato com The Empire of Their Own, sobre os primórdios de Hollywood. Esse conteúdo tomou toda a primeira parte do documentário fruto desta pesquisa.

Nessa fase já tínhamos, eu e Fernanda, uma nova aliada. Roberta Milward foi fundamental para trazer novas referências e buscar outros pesquisadores, relevantes à pesquisa. Ela mapeou, por exemplo, inúmeras organizações e projetos audiovisuais ibero-americanos, que tinham em comum a alfabetização audiovisual e o ensino da linguagem cinematográfica. Junto com alguns produtores e realizadores, essa foi a base constitutiva da RAIA (Red Audiovisual IberoAmericana), criada a partir do apoio concedido pela AECID (Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento) no começo de 2009. A liderança, as articulações e as contribuições de Ana Tomé, que ocupava a direção da organização no Brasil, foram fundamentais para a consolidação dessa pesquisa-ação.

Algumas leituras foram importantíssimas para abrirmos janelas e compreendermos o nosso trabalho como uma mera continuidade de movimentos do passado. Resolvemos, por influência de Daniel Gonzalez, um generoso colaborador de todo o processo, viajar para a Argentina em busca de novos olhares e propostas para a questão audiovisual. Octavio Getino, o mais importante pensador de políticas ibero-americanas para o audiovisual, com seu livro Cine Iberoamericano: los desafíos del nuevo siglo, é peça fundamental na composição do nosso tabuleiro de xadrez.

Estava em pleno processo de edição da primeira parte do documentário quando percebi a importância do livro Tela Global, de Gilles Lipovetsky, para definir abordagens e até mesmo a linguagem adotada no filme, com referências filmográficas e quebras de preconceitos a respeito da capacidade de autocrítica de Hollywood, além das inúmeras proposições teóricas a sobre a relação intrínseca do cidadão global com as novas redes e telas convergentes. Corremos atrás de Lipovetsky e conseguimos gravar uma entrevista em praça pública, em Madrid, na Espanha.

Não posso deixar de citar as inúmeras influências absorvidas do meu cotidiano como pesquisador de políticas culturais e sua relação com o audiovisual, a mídia e os sistemas de poder. Cidadania Culturale Simulacro e Poder, ambas de Marilena Chauí, são bons exemplos disso. Simulacro e Simulação, de Jean Baudrillard, dentre as referências, talvez seja a mais marcante. Autores como Michel Foucault, Gilles Deleuze, Edgar Morin, Roland Barthes, entre outros, constituíram um terreno teórico fértil para essa vôo rasante rumo às novas possibilidades para a produção audiovisual na era da convergência digital.

A última parte da investigação é destinada aos fenômenos contemporâneos, aos novos comportamentos gerados a partir das redes sociais e à multiplicação de telas, em movimentos que nos assaltam, seduzem e hipnotizam diariamente. Todas as possibilidades levantadas porCibercultura, de Pierre Lévy foram consideradas, além das novas formas de relação com a propriedade intelectual abordadas em Free Culture, por Lawrence Lessig.

Mais do que referências teóricas, esses livros nos ajudaram a moldar o processo participativo, a constituição de uma comunidade de conhecimento em torno dos desafios do audiovisual em nossa sociedade, a partir da RAIA, com diálogos, trocas de experiência e propostas concretas de cooperação, tão importantes para a constituição de Ctrl-V quanto a bagagem trazida das leituras e estudos.

A partir de um primeiro esboço, construído depois de um seminário em São Paulo, com a presença de membros-fundadores da RAIA, é que começamos a visualizar a história que iríamos contar, com formato, linguagem e léxico próprios. Depois saíram mais duas versões restritas à RAIA e o Ctrl-V 2.0, a segunda parte do documentário, que mais tarde foi totalmente modificado, a partir das minhas próprias percepções da pesquisa e sobretudo pelas valiosas contribuições e debates da rede.

A presença da rede no processo de construção dessa pesquisa não é acidental. Buscamos referências, leituras, promovemos debates em Barcelona e em São Paulo a respeito das possibilidades da rede como elemento ativador de novas possibilidades de produção audiovisual. Nesse sentido, nada mais relevante que a leitura de A Cauda Longa, de Chris Anderson eCultura da Convergência, de Henry Jenkins. Incentivadores de uma nova maneira de enxergar a relação entre grande mídia e processos participativos do novo milênio, tornaram-se contribuições valiosíssimas.

A partir dessas leituras, começamos a visualizar as novas possibilidades de produção, baseadas numa trincheira entre os velhos modelos de negócios e as mudanças de comportamento decorrentes de uma nova Cultura da Participação, do também entrevistado Clay Shirky.

Ctrl-V é propositivo. Vislumbra a possibilidade de uma nova indústria, multiprotagonista, capaz de promover a autorrepresentação, a conquista de autonomia e independência no campo simbólico. Mas não é romântico, aponta desafios para a educação, para a regulação do mercado e convoca os realizadores audiovisuais para uma nova atitude diante das oportunidades geradas com a convergência audiovisual.

Leonardo Brant http://www.brant.com.br

Pesquisador cultural, autor do livro "O Poder da Cultura", diretor do documentário Ctrl-V, criou e edita este Cultura e Mercado. É sócio da Brant Associados e do Cemec. Idealizou e coordena o programa Empreendedores Criativos. Para mais artigos deste autor clique aqui

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DISCO VOADOR

Retirado do Grafites BH em 27/12/2011 do endereço:

http://grafitesbh.blogspot.com/2011/12/disco-voador.html


foto: pupu

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Audiovisual–SAv lança cinco editais com investimento total de R$ 17,9 milhões.

Retirado do site do MINC em 27/12/2011 do endereço:

http://www.cultura.gov.br/site/2011/12/26/audiovisual-22/

A Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura – SAv –  abre, a partir de 28 de dezembro, as inscrições para cinco novos editais de fomento à produção audiovisual, que juntos representam um investimento total de R$ 17,9 milhões. As inscrições vão até 10 de fevereiro de 2012.

Os editais abrangem todas as regiões do país e foram concebidos para apoiar obras de longa e curta-metragem de baixo orçamento, entre ficções, animações e documentários, roteiristas profissionais e estreantes, além de apoiar cinco iniciativas de documentários de longa-metragem com orçamento de mercado.

Veja abaixo o resumo de cada edital e acesse os documentos completos:

Edital de Apoio à Produção de Obras Audiovisuais Cinematográficas, Inéditas, de Ficção, de Baixo Orçamento – apoiará, com até R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais), cada umas das 10 (dez) obras cinematográficas inéditas de baixo orçamento, de ficção, com duração de até 70 (setenta) minutos com uso ou não, parcial ou total, de técnicas de animação, sendo permitida a incursão experimental com caráter de inovação de linguagem. Cuja destinação e exibição seja prioritária e inicialmente voltada ao mercado de salas de exibição. Valor total: R$12 milhões. Acesse o edital.

Edital de Apoio à Produção de Obras Audiovisuais Inéditas de Curta Metragem, do Gênero Ficção, Documentário e Animação – fomentará a produção de até 25 (vinte e cinco) projetos, destinando apoio individual no valor de até R$ 100.000,00 (cem mil reais). As obras cinematográficas devem ser inéditas, de curta metragem de ficção, documentário e animação, sendo permitida a incursão experimental, com caráter de inovação de linguagem. As produções devem ter duração entre 10 (dez) e 15 (quinze) minutos. Valor total: R$ 2.5 milhões. Acesse o edital.

Edital de Apoio ao Desenvolvimento de Roteiros Cinematográficos Inéditos, de Ficção para Roteiristas Profissionais* – tem o objetivo de selecionar até 13 (treze) projetos, que terão apoio individual no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Serão contemplados 8 (oito) projetos de desenvolvimento de roteiros cinematográficos, inéditos, com duração de até 70 (setenta) minutos, de ficção e 5 (cinco) projetos de desenvolvimento de roteiros, com duração de até 70 (setenta) minutos, com temática infantil, inéditos, de ficção. Os roteiros com temática infantil devem ser dirigidos ao público com faixa etária de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.

*ROTEIRISTA PROFISSIONAL é a pessoa física, autor da obra literária, adaptada ou não, a ser utilizada na produção de filme ficcional, que tenha ao menos um roteiro de longa-metragem de sua autoria filmado e exibido em circuito de salas de exibição comercial ou em mostras e festivais de cinema e/ou canais de televisão. Valor total: R$ 650 mil. Acesse o edital.

Edital de Apoio ao Desenvolvimento de Roteiros Cinematográficos Inéditos, de Ficção para Roteiristas Estreantes* – irá fomentar a produção de até 10 (dez) projetos, com o valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) para cada um. Serão contemplados os projetos de desenvolvimento de roteiros cinematográficos, inéditos, de ficção, exclusivamente para roteiristas estreantes.

*ROTEIRISTA ESTREANTE é a pessoa física, autor da obra literária, adaptada ou não, a ser utilizada na produção de filme de longa metragem ficcional, que nunca teve um roteiro de longa metragem de sua autoria filmado, e exibido em circuito comercial ou em mostras e festivais cinematográficos e/ou canais de televisão. Valor total: R$ 250 mil. Acesse o edital.

Edital de Apoio à Produção de Obras Audiovisuais Cinematográficas do Gênero Documental inéditas – prevê a seleção de até 5 (cinco) projetos, destinando apoio individual no valor de até R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). Serão contempladas produções cinematográficas, com duração de até 70 (setenta) minutos, inéditas, do gênero documentário, com uso ou não, parcial de técnicas de animação, sendo permitida a incursão experimental com caráter de inovação de linguagem. Valor total: R$ 2.5 milhões.Acesse o edital.

Informações: concurso.sav@cultura.gov.br

(Fonte: SAv/MinC)

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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Revista Mucury, nº 8

Mucuryanos,
Com algum atraso – quase 1 ano – foi lançada na última sexta-feira no Beco das Cultura, a nossa Mucury 8!
Um excelente trabalho da equipe de  Projeto Gráfico, Daniella Salles, Marcelo Torres e Viviane Silva, da nossa Editora, Clarice Palles e ainda o trabalho de legendar as imagens coordenado por Harkirene Ramos, com contribuição de Fanny Moreira e Igor Sorel Tavares.
Esta revista ainda mais rechonchuda, recheada com antropologia, sociologia, história, filosofia, arte, literatura, poesia e botocudos!
Não reparem nas datas, porque esta edição fora planejada para 2010, mas conseguimos e a partir de agora não invetemos mais! 1 (uma) Mucury por ano! E ufa!
Agradecemos todos os colagoradores e convidamos para que eles e vocês leitores contribuam para a Mucury 9!
Deliciem-se com a beleza e aproveitem o conteúdo!
 

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Leia Mais, Seja Mais

Retirado do site do MINC em 26/12/2011 do endereço:

http://www.cultura.gov.br/site/2011/12/23/leia-mais-seja-mais/

Campanha do MinC de estímulo à leitura sai em 74 jornais e 4 revistas nacionais

Uma campanha de valorização da leitura como hábito que gera prazer e conhecimento e, assim, projeta um outro tamanho para os sonhos e as conquistas pessoais. É com este mote que o Ministério da Cultura lança hoje (23/12), em todo o país, campanha publicitária com o slogan Leia Mais, Seja Mais.
A ação ocupa as páginas de 74 jornais de todos os estados –como Folha, Globo, A Crítica, Zero Hora, Estado de Minas e outros–, ao mesmo tempo que tem início também nas edições especiais de fim de ano de quatro revistas semanais nacionais –Veja, Época, Istoé e CartaCapital.
O desafio lançado pela campanha ultrapassa a esfera individual: instiga as pessoas a ler com seus filhos e a incentivar uma criança ou jovem a apreciar os livros e a freqüentar bibliotecas.

Formadores de opinião

Por isso, a campanha Leia Mais, Seja Mais – criada pela DM9– se dirige primeiramente aos formadores e multiplicadores de opinião em todo o país. Depois, ao longo de 2012, ela se voltará a públicos alvo específicos, inclusive agregando canais diferenciados. Assim, o objetivo é que a aquisição ou reforço de um ato como a leitura vire na verdade um hábito nacional.

A campanha terá novidades ao longo de 2012 vindas dos programas de Livro, Leitura e Literatura, os quais são de responsabilidade da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), vinculada ao MinC.
“A leitura abre a mente para a bagagem cultural acumulada por séculos, assim como exercita a imaginação e a reflexão sobre as diversas formas do pensamento”, afirma a Ministra da Cultura Ana de Hollanda.
“As campanhas para estimular o ato de ler e ressaltar a função social da leitura constituem, ao lado dos programas para ampliar o acesso aos livros e do domínio das habilidades leitoras, um pilares mais importantes das políticas de fomento à leitura”, diz o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim.

Norteadores fundamentais

O slogan Leia Mais, Seja Mais engatilha posturas que são simultaneamente uma atitude e um claro benefício para a pessoa: Sonhe Mais; Conquiste Mais etc. E ainda estimula uma atitude cidadã em direção às novas gerações: Desperte o prazer da leitura em um jovem. Indique livros; ou: Descubra novos livros. Leia com seu Filho.
A campanha ressoa norteadores fundamentais para o país. Por exemplo, o Plano Nacional de Cultura, cujas metas foram lançadas no início do mês pela Ministra Ana de Hollanda. Uma das 53 metas do plano, que tem horizonte de 10 anos, é que o brasileiro, que atualmente lê apenas 1,8 livro, fora os escolares, chegue ao índice de quatro até 2020.
Este empuxo para a leitura está sinalizado ainda no convênio assinado também em dezembro pelos ministros Ana e Fernando Haddad (Educação) e que deve ser implementado já no início de 2012.

Livro Popular

Outro referencial para a campanha é o fato de que se vive hoje a era do conhecimento. Como requisito para o desenvolvimento pessoal e de uma nação, a aquisição do conhecimento vira também fator fundamental para que se atinja a meta traçada no slogan “País rico é país sem pobreza”.
A perspectiva de o país ocupar a condição de quinta ou quarta economia do mundo é coerentemente acompanhada pela projeção internacional de sua cultura, com destaque para a literatura.
Assim, o Brasil é o homenageado da Feira do Livro de Frankfurt, em 2013 – isso, depois de ser o centro do maior festival de cultura da Europa, o Europalia, com mais de 500 atrações em cinco países, aberto em outubro na Bélgica pela Presidenta Dilma e a Ministra Ana (encerra-se em 15/01/2012).
A própria Presidenta, durante a Feira do Livro do Rio deste ano, lançou com a Ministra Ana e o presidente Amorim, da FBN, uma proposta, atualmente em desenvolvimento: a do Livro Popular.

(Fonte: Ascom/MinC)

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O natal de charlie Brown

Publicado em artes e ideias por Vítor Martins e retirado do Obvious em 26/12/2011 do endereço:

http://obviousmag.org/archives/2011/12/o_natal_de_charlie_brown.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+OBVIOUS+%28obvious+magazine%29

A tristeza do personagem das tirinhas Peanuts é ainda mais visível durante o Natal. Charlie Brown se sente ainda mais triste durante essa época do ano - ele realmente não entende a importância que as pessoas dão a presentes superficiais. Toda a sutileza do humor de Charles Schulz está presente no curta animado "O Natal de Charlie Brown".

Charlie Brown

Charlie Brown é acima de tudo um personagem inquieto. Mesmo que resignado, é na maioria das vezes questionador, tem imensas preocupações. Uma deles bem presente no especial de natal de 1965. Em O Natal de Charlie Brown o significado da data é questionado. Charlie não entende principalmente a comercialização da época e o fato de ninguém se importar com ele. O garoto de oito anos e meio não recebe nenhum cartão natalino.

Para ajudar Charlie Brown a ficar mais feliz durante esse momento do ano, sua amiga egocêntrica, Lucy, propõe que Charlie seja o diretor da peça de natal que sua turma irá realizar. Desacreditado pelas outras crianças por sempre estragar todas as brincadeiras, Charlie se motiva a dirigir o espetáculo. Enquanto as demais crianças queriam apenas dançar e se divertir, Charlie se empenha na tarefa de conduzir a peça. Na busca de uma caracterização melhor do cenário, Lucy convence Charlie a buscar uma árvore de natal, especificando que quer uma grande e bonita de metal, mas Charlie decide levar uma pequena e frágil, porém viva. As outras crianças ficam inconformadas e constatam que Charlie Brown não consegue fazer nada direito.

A árvore, no entanto, pode representar o que Charlie Brown quer entender do Natal. É muito mais do que aparência, é um sentimento a ser cuidado, cultivado. Não é um produto, um presente. É mais do que uma árvore de metal, por mais bonita que essa seja, é uma árvore de verdade. Por isso a incompreensão do personagem face ao significado que as outras pessoas dão à data, mais superficial do que o depressivo Charlie consegue enxergar na árvore.

Criado pelo cartunista Charles Schulz , Charlie Brown faz parte das tirinhas Peanuts que foram publicadas de 1950 até o ano da morte de seu autor, em 2000. É somente em 1973 que os personagens de Peanuts ganham uma série de episódios animados frequentes. O humor melancólico de Schulz não está presente apenas em Charlie Brown, mas o personagem talvez seja a máxima expressão. Charlie Brown é um existencialista, e por isso questiona a vida, o amor, o Natal. E por não compreendê-los, pelo menos não da maneira que a maioria das pessoas os compreende, é que se torna mais amargurado. A tristeza de Charlie Brown, assim, não é somente um estado de espírito, mas sim uma parte de sua personalidade.

O não entendimento de coisas aparentemente banais faz de Charlie Brown uma pessoa incompreendida, e é dessa incompreensão para com ele e dele para com o mundo que surge sua melancolia. Mas o que o impulsiona é sua persistência em tentar compreender o que não entende. A obstinação do personagem por respostas só não é maior do que a vontade de fazer perguntas. Ele sempre substitui uma preocupação por outra - essa é sua razão de viver. Por estar sempre preocupado, a tristeza é parte integrante do personagem. O que não impede de Charles Schulz ver isso com bom humor.

A genialidade de Schulz não está em ver o mundo com estranheza, de ombros baixos, ressentido, mas sim em conseguir achar graça nessas situações. Mas não é um humor escrachado, de gargalhadas, é um humor de risada de canto de boca, de sorriso leve, um humor meio Charlie Brown.

Charlie Brown

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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

pra abrir o verão na estação, hoje: tomaz & cabelo

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pre-natal na estação

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Oficialmente, Beco das Cultura

FLAYER25

O Beco das Cultura

Idealizado pela fotógrafa Michele Rodrigues, chegou-se recentemente, pela importância da iniciativa ao nome Beco das Cultura, descaradamente inspirado no Beco das Garrafas carioca, que deu novo impulso à cultura brasileira.

Uma espécie de tropicalismo botocudo mucuriano, no qual uma série de expressões terão sua vez em alguns espaços: Fotografia, Teatro, Música, Cinema, Graffitti, Quadrinhos, Performances, tudo quanto há feito no Mucuri ou não: ARTE.

Este é o espírito desta proposta: liberdade criativa.

É uma mostra de que Arte é possível e exequível neste nosso Mucuri, e aqui em Teófilo Otoni.

O nome além de ser um bricolage, é nossa variação dialetal, uma brincadeira entre nossa gramática lusitana e tupiniquim, no qual o substantivo não precisa de plurais, costumeiramente nesta terra flexionamos os artigos, como “Os peixe”, “Os Menino”. No caso específico, adicionamos ao artigo a preposição “de” com valor situacional, como nos diria Celso Cunha, ficando “das Cultura”, dizem que isso vem do tupi-guarani, tudo bem que descendemos dos “botocudos”, mas linguisticamente os ameríndios litoraneos foram mais eficazes.

Enfim, estão TODOS convidados, aqui não há nenhum pré-requisito para entrar ou sair.

Ah, e é de graça, se quiser, contribua à nossa Caixinha de Natal com o que seu bolso ainda permitir.

Para visitar a página do Beco das Cultura:

O evento será transmitido pelo blog a partir das 18h:30min, se não puder vir, não perca!

evento no Facebook

mucurycultural.org

Programação:

Programação Infantil

Local: Papo Café

12h:00min – Mostra de Quadrinhos “Jogo do Bicho” de Enzo e J.J. Ribeiro;

12h:30min – Contação de História com Cida Norte;

13h:45min – Espetáculo “O Palhaço e a Bailarina” com a Cia. Os Caras de Palco.

Programação Livre

Local: Papo Café

18h:30min – Abertura oficial do Beco das Cultura

18h:30min – Abertura da Mostra fotográfica Ousia de Michele Rodrigues;

18h:30min – Cartoons, caricaturas com Vinícius Figueiredo;

18h:30min – Grafitagem com Mayara Pascotto;

18h:40min – Esquete com Andreia Presley;

18h:55min – Pocket Show com o grupo Los dEl Chavo

19h:35min – Lançamento da Revista Mucury nº 8

19h:45min – Pocket Show com Carol Trindade e Marcela Veiga;

20h:30min – Esquete Teatral com Grupo In-Cena;

21h:15min – Premier do ensaio-fílmico Dia de Água Limpa – Cineclube Eduardo Veloso /Grupo Criativa/Mucury Cultural;

 

Programação Adulta

Local: Alquimia Lanches

23h:00min – Grafitagem com Mayara Pascotto;

23h:00min – Artes Visuais com Henrique Nunes e Gisele Godinho;

23h:00min – Pocket Show com Gregório, Carol Trindade e Dandara;

23h:40min – Esquete com Andreia Presley;

23h:55min –Pocket Show com Fabriny Ramos;

00h:35min – Pocket Show com Saulo Fasciani e Zeus Reis;

01h:15min – Discotecagem – Lucas Tolentino.

Endereços:

Papo Café – Rua Dr. Manoel Esteves, 150 - LJ 5

Alquimia - Rua Engenheiro Lindembeg, 165 (ao lado dos galpões do HAMAPA).

Clique aqui e veja o mapa: Beco das Cultura 2011.

Realização:

Michele Rodrigues

Jhonathan Nicolletti

Papo Café

Alquimia Lanches

Sou do Mucuri

Grupo Criativa

Grupo In-Cena de Teatro

Má Companhia de Teatro

Cia de Teatro Os Caras de Palco

Mucury Cultural

Patrocínio:

Fino Trato Design

Gráfica Modelo

Apoio:

Centro Fotográfico

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