quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Oportunidades de aperfeiçoamento na Lei Estadual de Cultura / MG

Retirado do blog da Nexo em 27/02/13 do endereço:

http://nexo.is/oportunidades-lei-estadual-mg

No final de 2012, a Secretaria de Cultura de Minas Gerais anunciou, dentre outras alterações na Lei Estadual de Incentivo à Cultura, a intenção de reduzir a contrapartida obrigatória das empresas dos atuais 20% para percentuais entre 1 e 5%. A princípio, o principal motivo da mudança é a atração de novos investidores para a Lei de Incentivo, que antes não a utilizavam devido a necessidade de aportar recursos próprios na contrapartida.

Acreditamos, no entanto, que mais do que ampliar a quantidade de empresas utilizando o mecanismo, é preciso diminuir a concentração do investimento e tornar mais relevante o investimento de empresas que hoje pouco representam no montante investido.

Observamos uma grande concentração do investimento em poucas e grandes empresas. Em 2011, seis empresas (Vivo, Usiminas, Oi, Ambev, ArcelorMittal e V&M) foram responsáveis por 51,22% do investimento realizado. O grupo de grandes investidores, responsável por 73% do investimento é formado por apenas 15 empresas, entre elas, as 6 citadas acima. Utilizamos como base o ano de 2011, mas tal padrão se repete nos anos anteriores.

Para explicitar a concentração observada na LEIC agrupamos os investidores em três segmentos.

O gráfico abaixo mostra a distribuição dos recursos nesses três segmentos e reforça como o montante está focado nos grandes.

Antes de discutir a mudança da contrapartida,  é preciso ampliar o número de empresas que conseguem aportar quantias relevantes – o que poderia reduzir a dependência dos empreendedores frente aos poucos e grandes investidores, maximizando a descentralização dos recursos. Uma alternativa que consideramos viável é a revisão do mecanismo instituído em 2008 que cria faixas de dedução do ICMS de acordo com o faturamento das empresas.

A mudança realizada em 2008 foi tímida ao estabelecer faixas muito pequenas para os limites ampliados de 10% e 7% do ICMS devido. Esse modelo iguala uma média empresa com faturamento anual de R$30 milhões de reais a grandes empresas com faturamento superior a R$1 bilhão.

Assim, mesmo com a ampliação do limite de isenção, as empresas de menor porte continuaram sem ter capacidade de participar de forma relevante no incentivo à cultura no Estado. De um total de 164 empresas que utilizaram o mecanismo de incentivo à cultura em 2011, 129 tiveram isenção de até R$200 mil. Neste grupo de empresas o valor médio incentivado foi de R$49,6 mil.

Diante desse cenário, acreditamos que um primeiro passo na proposta de aperfeiçoamento seja a revisão das faixas de faturamento que vinculam os limites de isenção por empresa.

Tal mudança, que adota a classificação por porte utilizada pela FINEP, aumentaria significativamente o potencial de investimento das empresas com faturamento até R$300 milhões, tornando-as atores relevantes no processo.

Voltando ao tema da contrapartida, acreditamos que a mudança se faz necessária, porém não no formato proposto. Da forma como foi apresentada, a lógica do investimento direto (contrapartida em dinheiro), que atualmente é praticada por algumas grandes empresas como a V&M do Brasil e a ArcelorMittal, praticamente desaparece. Além disso, a simples diminuição da contrapartida apresentada pelo Governo não garante a ampliação do potencial de investimento e relevância dos pequenos investidores.

As propostas da Nexo Investimento Social consideram dois aspectos: a diferenciação da contrapartida da empresa de acordo com o porte e a criação de incentivos para aporte em dinheiro.

Segue-se a lógica presente na proposta inicial de revisão da lei, mas com novos percentuais que garantam a relevância da contrapartida das grandes empresas e facilitem a participação, via redução do percentual de contrapartidas, para as menores. Acreditamos que a responsabilidade da empresa no financiamento da cultura deve estar atrelado ao seu porte, cobrando maior responsabilidade das grandes e reduzindo a demanda das menores.

Por fim, não podemos deixar de discutir a qualidade da contrapartida aportada pelas empresas. Acreditamos que a Secretaria de Estado de Cultura deveria criar incentivos para o aporte de recursos financeiros diretamente na conta do projeto. Essa medida minimizaria uma série de artifícios praticados por empreendedores e investidores para cumprimento da contrapartida conforme previsto na legislação.

Outro fator importante a ser levado em conta é o valor do teto da renúncia fiscal disponibilizada pela Secretaria de Fazenda. Nos últimos anos, esse valor tem girado em torno de R$ 55 milhões e tem sido atingido até mesmo antes do fim do ano. Neste cenário, entendemos que a proposta inicial apresentada pelo Governo pode gerar dois problemas: redução no montante total de recursos disponíveis para aplicação em projetos e a ampliação da concentração do investimento nas grandes empresas.

Em relação ao primeiro, se a renúncia está sendo totalmente utilizada, qualquer redução no percentual de contrapartida terá impacto negativo no montante total de recursos disponíveis. Qualquer ação neste sentido deveria ser acompanhada de ampliação do limite de renúncia estabelecido na Lei.

Já em relação a concentração, acreditamos que a redução do percentual de contrapartidas pode ter como efeito a ampliação do interesse e da capacidade de investimento de grandes empresas, devido a necessidade de menor aporte direto.

Ou seja, de uma forma ou de outra, há um potencial aumento no montante a ser investido via incentivo e é preciso que o limite da renúncia, hoje já saturado, acompanhe essa tendência. Caso contrário, corre-se o risco de termos uma mudança que não vai gerar o efeito pretendido, ou até mesmo contribuir ainda mais para a concentração ao ampliar o interesse de investimento dos grandes patrocinadores.

Ressaltamos que as mudanças no sistema de financiamento à Cultura em Minas Gerais não podem se limitar à apenas um de seus mecanismos, mas optamos por focar aqui apenas nas oportunidades de aperfeiçoamento da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Outras reflexões de fundamental importância, como a valorização do Fundo Estadual, não entram nesse post, mas provavelmente serão temas de futuras publicações aqui no blog.

Por fim, acreditamos que qualquer mudança por parte do Governo deve necessariamente vir acompanhada de um diálogo mais próximo com empreendedores e investidores, o que legitima o processo e torna mais eficiente o mecanismo legal.

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Noite de Cabaré no Espaço In-Cena

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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Ação de Interiorização do Programa Música Minas

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Prorrogadas as incrições para o FESTTO 2013

A comissão organizadora do FESTTO - Festival Nacional de Teatro de Teófilo Otoni 2013, decidiu prorrogar por mais uma semana as inscrições dos espetáculos para o festival. Se o seu grupo perdeu o prazo ou se não teve tempo, esta é a chance.

O Festival Nacional de Teatro de Teófilo Otoni 2013, FESTTO, acontecerá nos dias 30 de maio a 02 de junho e serão selecionados 12 grupos de teatro de todo o país, sendo 6 na modalidade palco e 6 rua. O grupo vencedor de mais prêmios ganhará R$ 2000,00. Não perca essa chance e confira o edital.

Baixe o edital e os documentos necessários para inscrição no link abaixo:

http://migre.me/cPuBk

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MinC quer alcançar investimento de R$ 11,3 bi com Vale-Cultura

Retirado do Cultura e Mercado em 26/02/13 do endereço:

http://www.culturaemercado.com.br/politica/minc-quer-alcancar-investimento-de-r-113-bilhoes-com-vale-cultura/

Da Redação

A ministra da Cultura Marta Suplicy falou ao jornal Valor Econômico sobre seus planos em curto prazo à frente da pasta. Nesta semana deve ser regulamentado o Vale-Cultura, principal bandeira do início de sua gestão. De acordo com perspectivas do próprio MinC, o programa que concede um auxílio de R$ 50 a trabalhadores com carteira assinada, para consumo de bens e serviços culturais, deve alcançar, nos próximos anos, o patamar de 18,8 milhões de trabalhadores e R$ 11,3 bilhões em investimentos.

“Faremos forte campanha de publicidade, a partir de junho ou julho, para mostrar as possibilidades para essas pessoas que nunca entraram numa livraria”, afirmou a ministra, ressaltando que o foco será nas classes C, D e E. A meta para este ano é atingir R$ 300 milhões em investimentos e 1 milhão de trabalhadores atendidos.

A ministra admitiu que o foco dos recursos deve ficar concentrado na região Sudeste, já que o benefício só poderá ser concedido por empresas com lucro real, em sua maioria reunidas nesta região. “Para variar, vai ter foco no Sudeste e carência lá em cima. Em algumas cidades não adianta chegar porque não tem o que consumir, não há livraria, cinema…”, afirmou.

Marta acredita, no entanto, que a vigência do Vale-Cultura deve impulsionar prefeituras  a desenvolver suas opções culturais. “Eles [os prefeitos] precisam ficar atentos, porque se não tiverem oferta perderão para a cidade vizinha. Invistam na produção cultural de vocês, verifiquem como abrir uma livraria”, defendeu.

Na entrevista, a ministra falou ainda sobre a possível saída do presidente da Agência Nacional do Cinema (Ancine) Manoela Rangel do cargo, a aprovação do Procultura e a criação de um órgão que fiscalizará o Ecad (Escritório de Arrecadação e Distribuição).

Clique aqui para ler a íntegra da entrevista.

*Com informações do jornal Valor Econômico

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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Organizações convocam para II Cúpula Continental de Comunicação Indígena

Retirado do site do Observatório da Diversidade Cultural em 25/02/13 do endereço:

http://observatoriodadiversidade.org.br/site/organizacoes-convocam-para-ii-cupula-continental-de-comunicacao-indigena/

Defendendo o direito a exercer uma comunicação autônoma, que respeite e preserve a pluralidade cultural e linguística dos povos, é que organizações indígenas da América Latina se preparam para a II Cúpula Continental de Comunicação Indígena dos povos indígenas de Abya Yala. O evento ocorrerá na comunidade Tlahuitoltepec, Mixes, no estado de Oaxaca, México, de 7 a 13 de outubro deste ano.

De acordo com a convocatória, o objetivo do evento é contribuir para o fortalecimento dos processos de comunicação dos povos indígenas de Abya Yala, “no marco de diálogo, intercâmbio, reflexão e propostas”, além de criar e fortalecer políticas públicas para este setor diante de organismos nacionais e internacionais, e desafiar a comunicação hegemônica que serve aos interesses políticos e de grandes empresas.

As organizações responsáveis pela Cúpula destacam que a construção de sociedades plurais e inclusivas só será possível com a transformação dos meios de comunicação e com a valorização e o reconhecimento cultural dos povos indígenas. Por isso, a ideia, segundo a convocatória, é avançar na construção e implementação de um plano de formação integral em comunicação indígena (Escola Itinerante).

O evento deve abordar temas que enfoquem os princípios da comunicação indígena; a comunicação na defesa dos territórios e bens comuns dos povos indígenas; políticas públicas em comunicação indígena; entre outros.

De acordo com dados da Minga Informativa dos Movimentos Sociais, apenas a Bolívia e a Argentina já destinaram uma porcentagem de suas leis de comunicação para os povos indígenas. Os demais países do continente Abya Yala ainda não apresentam regulamentação específica, que permita aos povos indígenas exercer seu direito à comunicação.

Inscrições de participantes

Comunicadores indígenas, representantes de organizações indígenas ou especialistas neste campo interessados em contribuir com as mesas de trabalho da Cúpula têm até o dia 20 de agosto para enviar propostas com base nos temas do evento. Os trabalhos devem ser enviados para o sitewww.comunicacionesabyayala.org. Além das mesas, também haverá sessões plenárias, laboratórios prático que promoverá troca de experiências, seminários-oficinas e exposições culturais.

Os/as interessados/as em participar da Cúpula devem se inscrever até o dia 20 de setembro, também pelo site, enviando uma carta de apresentação de suas organizações ou comunidades.

A Cúpula é uma iniciativa de diversas organizações indígenas como o Congresso Nacional de Comunicação Indígena (CNCI – México), Conselho Regional Indígena de Cauca, Colômbia (CRIC), Coordenadora Andina de Organizações Indígenas (CAOI), Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE), entre outras.

Para mais informações: www.comunicacionesabyayala.org

FONTE: ADITAL – http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&img=S&cod=73560

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Balanço do PAC 2 - Centros de Artes e Esportes Unificados (CEUs) serão implantados em 326 municípios brasileiros

Enquanto isso aguardamos notícias sobre o Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU) de Teófilo Otoni.

Retirado do site do MinC em 25/02/2013 do endereço:

http://www.cultura.gov.br/site/2013/02/22/balanco-do-pac-2/

Centros de Artes e Esportes Unificados (CEUs) serão implantados em 326 municípios brasileiros

A ministra da Cultura, Marta Suplicy, participou na manhã desta sexta-feira (22), da apresentação do 6º Balanço da segunda fase  do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). A execução global do PAC 2 atingiu R$ 472,4 bilhões em ações de infraestrutura e desenvolvimento social, correspondendo a 47,8% do previsto para o período 2011-2014.

O PAC 2 apresentou um crescimento de 31% nas execuções das ações do programa em 2012, quando comparado com o resultado do ano anterior.

O balanço do programa foi apresentado pela ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Míriam Belchior, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, e contou com a presença de vários outros ministros e autoridades governamentais.

O PAC 2 concentra ações nas área de Transporte, Aeroportos, Portos, Energia, Combustíveis como Petróleo e Gás Natural, Saneamento, Prevenção em Áreas de Riscos, Drenagem, Saúde, Creches e Pré-Escolas, Esporte e Cultura.

A área da Cultura está inseridas nas ações do PAC 2 com os Centros de Artes e Esportes Unificados (CEUs)- antigas Praças dos Esportes e da Cultura -, ação interministerial coordenada pelo Ministério da Cultura (MinC). De acordo com o balanço apresentado pela ministra Míriam Belchior, foram contratadas 360 unidades dos CEUs em 326 municípios brasileiros, somando um investimento de R$ 801 milhões. Quarenta e nove por cento destas unidades  estão sendo construídas.

Os CEUs integram em um mesmo espaço físico programas e ações culturais com práticas esportivas e de lazer. Em dezembro passado foram inaugurados os primeiros CEUs nas cidades de Pato Branco e Toledo, ambas no Paraná. Para 2013 está prevista a entrega de cerca de 100 Centros de Artes e Esportes Unificados a comunidades em todo o país.

Unidades por região

 

A região Sudeste tem o maior número de CEUs contratadas no PAC 2. São 152 unidades e deste total 39% estão em obras.

O Nordeste do País tem 94 unidades, com 49% dos prédios em início de construção.

O Sul vem na sequência, com 60 CEUs contratados no Programa e 60% em obras.

A região Norte conta com 28 unidades, sendo que 61%  em fase de construção.

No Centro-oeste são 26 CEUs com 73% dos prédio em construção.

(Texto: Lara Aliano, Ascom/MinC)
(Fotos: Elisabete Alves, Ascom/MinC)

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Projeto da Espanha virá ao Teatro Municipal de Cerquilho

Enviado por Cristiane Grando

A cidade de Cerquilho foi citada recentemente na imprensa espanhola em textos que difundiram a entrega do Prêmio Progresso da Andaluzia 2013 ao projeto EDITA–Encontro Internacional de Editores Independentes, dirigido por Uberto Stabile em Punta Umbría (Espanha). De 21 a 23 de maio próximo, o Teatro Municipal de Cerquilho acolherá esse projeto que já conta com mais de 20 anos de existência e 25 edições na Espanha, México e Colômbia. Com coordenação de Cristiane Grando, diretora do Teatro, e de Uberto Stabile, acontecerão no auditório do Teatro Municipal recitais, performances e palestras durante o XXVI EDITA BRASIL: Encontro Internacional de Editores Independentes. Nas mesmas datas, acontecerá a I Feira do Livro no Teatro, na recepção, com exposição e venda de livros das editoras convidadas a participar do EDITA. Com o intuito de integrar os dois continentes, América e Europa, assim como de compartilhar experiências, a convocatória e ficha de inscrição para esses eventos destinam-se a todo o território nacional e aos países hispânicos – podem ser lidas em português e espanhol.

Na inauguração do EDITA BRASIL e da FEIRA DO LIVRO NO TEATRO haverá atividades vinculadas ao projeto Mãos Cerquilhenses: exposição e venda de artesanato, um projeto do Teatro Municipal de Cerquilho e da Coordenadoria de Cultura que será lançado ao público em março próximo. No encerramento, no dia 23 de maio, além da programação do EDITA BRASIL, os convidados nacionais e internacionais participarão de um evento tradicional: o Encontro dos Tropeiros.

EN ESPAÑOL: Escuelas de español interesadas en visitar el XXVI EDITA BRASIL y/o la I FERIA DEL LIBRO EN EL TEATRO pueden inscribirse aquí.

EN ESPAÑOL: Editoras y escuelas interesadas en participar del XXVI EDITA BRASIL pueden leer la convocatoria e inscribirse aquí.

EN ESPAÑOL: Editoras interesadas en cumplimentar la ficha de inscripción del XXVI EDITA BRASIL pueden inscribirse aquí.

EM PORTUGUÊS: Escolas interessadas em visitar o XXVI EDITA BRASIL e/ou a I FEIRA DO LIVRO NO TEATRO podem se inscrever aqui.

EM PORTUGUÊS: Editoras interessadas em preencher a ficha de inscrição do XXVI EDITA BRASIL podem inscrever-se aqui.

EM PORTUGUÊS: Editoras e escolas interessadas em participar do XXVI EDITA BRASIL podem ler o edital e inscrever-se aqui.

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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Grito Rock Teófilo Otoni

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Vale-Cultura

Retidado do site do MinC em 19/02/13 do endereço:

http://www.cultura.gov.br/site/2013/02/18/vale-cultura-16/

Ministra apresenta Vale-Cultura para mais de 150 sindicatos patronais representados pela Fecomercio

A Ministra da Cultura, Marta Suplicy, apresentou, em São Paulo, na tarde desta segunda-feira (18), o Vale-Cultura para representantes dos mais de 150 sindicatos patronais representados pela Fecomercio.

“Acredito que o benefício será muito grande em termos culturais. É a primeira vez que estamos tendo uma injeção de recursos deste tipo para a classe trabalhadora poder ter cultura  a sua escolha”, afirmou a Ministra Marta Suplicy em entrevista aos jornalistas.

Para Marta, o Vale-Cultura vai fomentar o mercado cultural na medida em que possibilitará a milhões de brasileiros o acesso à Cultura. Segundo levantamento realizado pelo Governo Federal, 18,8 milhões de trabalhadores podem receber o benefício, gerando uma injeção de R$ 11,3 bilhões na cadeia produtiva da Cultura.

Segundo a ministra, a previsão de o Vale estar em vigor é entre junho e julho deste ano. No momento, o programa passa por sua regulamentação, até o final de fevereiro, e em seguida, haverá a fase de implementação.

Marta também informou que o benefício será acumulativo, podendo a sobra ser utilizada nos meses seguintes. Assim permitirá que o trabalhador planeje seu uso e tenha a oportunidade de usufruir de eventos culturais de valores mais altos.

O Vale-Cultura

Pela proposta, o trabalhador receberá um valor mensal de R$ 50. O beneficio será cumulativo e a sobra poderá ser utilizada nos meses seguintes. A prioridade será dada aos trabalhadores que recebem até cinco salários mínimos mensais. Pode aderir ao Vale-Cultura qualquer empresa registrada que tenha trabalhadores com carteira assinada.

A regulamentação do Vale-Cultura irá detalhar as regras para a utilização deste benefício. As informações serão divulgadas através de Portarias do Minc, no Diário Oficial da União.

(Texto: Rodrigo Cipriano, Ascom/MinC)
(Fotos: Luiz Carlos Murauskas, Ascom/MinC)

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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Praças do Esporte e Cultura (PEC)

Em tempo: Teófilo Otoni também foi contemplada com uma PEC, ou CEU das Artes. Os recursos estão disponíveis em conta mas ainda não há nenhuma informação oficial por parte da Prefeitura Municipal.

Retirado do site do MinC em 15/02/13 do endereço:

http://www.cultura.gov.br/site/2013/02/14/pracas-do-esporte-e-cultura/

Secretária-executiva Jeanine Pires visita locais onde serão construídas PECs em Alagoas

Ao lado do prefeito de Maceió (foto), Rui Palmeira, a secretária Executiva do Ministério da Cultura (MinC), Jeaninne Pires, visitou, nesta quarta-feira (13), os dois bairros onde serão construídas as duas Praças de Esportes e da Cultura (PEC), nos bairros da Santa Lúcia e no Benedito Bentes. No total o Ministério da Cultura investirá R$ 4,7 milhões no projeto. Os recursos foram garantidos pela própria ministra da Cultura, Marta Suplicy, em reunião com o prefeito de Maceió no último dia 28, em Brasília.

No Complexo do Benedito Bentes, onde a PEC será implantada no Conjunto Frei Damião, o prefeito, a secretária Jeaninne Pires e a comitiva foram saudados com o batuque do Bumba Meu Boi Águia, tradicional grupo da cultura local.

Após conhecer os locais da construção das praças, a secretária Jeaninne Pires, parabenizou a iniciativa do prefeito Rui Palmeira em iniciar os investimentos em cultura nos bairros mais carentes de Maceió.

“Espero voltar em breve para ver este projeto transformar esta realidade de Maceió. Dois bairros considerados carentes estarão recebendo do governo federal em parceria com a Prefeitura de Maceió duas Praças de Esportes e Lazer com iniciativa de levar arte para as crianças e jovens”, avaliou a secretária.

“Um jovem, uma criança com a mente ocupada tem futuro garantido; será um cidadão de bem. As Praças de Esporte e da Cultura que serão construídas na Santa Lúcia e no Conjunto Frei Damião, no Benedito Bentes, vão colocar à disposição dessa juventude cinema, teatro, aulas de computação, no período em que eles estiverem sem atividades na escola?, afirmou o prefeito.

A visita foi acompanhada por secretários e e representantes das diversas secretarias envolvidas no projeto: Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), Esportes e Lazer (SEMEL); Planejamento e Desenvolvimento (SEMPLA); Infraestrutura (SEMINFRA); Trabalho, Abastecimento e Economia Solidária (SEMTABES); Assistência Social (SEMAS); e Segurança Comunitária e Cidadania (SEMSCC). Todas as pastas terão participação na execução do projeto que é de natureza multidisciplinar.

PEC

As Praças dos Esportes e da Cultura (PECs) incluem telecentros, teatro, cinema, bibliotecas, além de Centros de Referência de Assistência Social (Cras). As PECs compõem as ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) no eixo Comunidade Cidadã, que levam ações e projetos efetivos de combate à violência e exclusão social por meio de atividades que aliam esporte, educação e cultura.

(Texto: Ascom MinC com informações da  Secom / Prefeitura de MaceióFotos: Yvette Moura)

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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O abacaxi da cultura

Indicado por Sávio Leite e retirado do Estadão em 14/02/13 do endereço:

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-abacaxi-da-cultura,995433,0.htm

Para antropólogo, governo tem dificuldade em implantar uma política cultural, mas a anticultural é corriqueira

Por Ivan Marsiglia, de O Estado de S. Paulo

Com a sua peculiar estridência, a assim chamada "nova classe média" ocupa, além de aeroportos e manchetes de economia, o centro da cena cultural brasileira. É o carnaval do Ai se eu te Pego, do tchererê-tche-tchê, da Beyoncé paraense Gaby Amarantos, da redenção do funk carioca e também da tragédia da Gurizada Fandangueira. Nessa explosão de sentidos figurados e literais, que marcas deixarão impressas na cultura nacional os cerca de 40 milhões de "ex-pobres" - na jocosa definição de MC Papo - que ascenderam ao mercado na última década?

Na opinião do antropólogo Hermano Vianna, antes de mais nada vale a pena remeter para a discussão da cultura a crítica feita pelo ex-presidente FHC ao termo nova classe média. "Há de tudo nela: pastores de igrejas evangélicas, DJs de tecnobrega, militantes de coletivos periféricos, donos de lan houses", diz o irmão mais velho do guitarrista Herbert Vianna, dos Paralamas, e um dos mais importantes pesquisadores musicais do País. "O rótulo impreciso tenta dar conta de uma grande transformação da sociedade brasileira ainda não analisada devidamente."

Aos que denunciam um suposto empobrecimento geral das manifestações artísticas no País, o doutor em antropologia social pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - que também é consultor do programa Esquenta!, de Regina Casé, na Globo -, lança mão de uma metáfora, a do disco voador: trata-se de um olhar que sobrevoa o País sem conexão com o mundo de baixo que agora penetra a fuselagem da nave, incomodando seus finos tripulantes. E reedita, em tom de provocação, a enfática defesa que faz há anos da música mais popular dos morros cariocas. "Encontro no funk muitos elementos que o tornam superior a uma sub-MPB que tentam me empurrar como música de qualidade."

Na última década, o Brasil vive a ascensão de uma nova classe média e a chamada inclusão pelo consumo. De que forma essa transformação se expressa no âmbito da cultura?

Em seu artigo de domingo passado no Estado, Fernando Henrique Cardoso escreveu que "a dissolução do conceito de classes em 'categorias de renda' chamadas classes A, B, C, D, ou nesta 'nova classe média', dificilmente se sustenta teoricamente". Falou mais como sociólogo do que como ex-presidente ou político da oposição. Eu, como antropólogo, orientando de Gilberto Velho - por sua vez orientando de Ruth Cardoso, corajosa o suficiente para, durante a ditadura militar, aceitar que Gilberto fizesse tese sobre o consumo de drogas entre jovens da velha classe média -, posso afirmar que tal dissolução também não se sustenta culturalmente. Quando dizemos "nova classe média" estamos pensando num grupo extremamente heterogêneo em termos de estilos de vida e visões de mundo. Há de tudo nela: pastores de igrejas evangélicas, DJs de tecnobrega, militantes de coletivos periféricos, donos de lan houses, etc. O rótulo impreciso tenta dar conta de uma grande transformação da sociedade brasileira, ainda não analisada devidamente.

Em que termos falta analisá-la?

Ela não é apenas uma transformação econômica. Aconteceu ao mesmo tempo em que outras mudanças profundas se processavam. Na cultura, as consequências da revolução digital foram imediatas. O modelo de negócios da "indústria cultural", que funciona na base do broadcast, poucos-para-muitos, ainda não conseguiu se adaptar ao mundo das redes, muitos-para-muitos. Por exemplo, o mundo das gravadoras de discos, que comandava o mercado mundial de música popular, praticamente desmoronou. Milhares de pequenos estúdios surgiram em todas as periferias. Seus produtos são distribuídos via internet e fazem sucesso sem precisar de rádio, imprensa, TV. Em 2006, quando escrevi o texto para lançamento do programa Central da Periferia, na Globo, deixei claro: somos a mídia de massa correndo atrás da música mais popular nas ruas brasileiras que nunca esteve na TV antes. Descrevi a grande mídia como um disco voador, sobrevoando o País, sem conexão com o mundo "de baixo". De lá para cá, nada mudou tanto assim: apenas o barulho de fora (Ai se eu te Pego), amplificado por milhões de alto-falantes de som automotivo ou de celulares ligados em redes sociais, já penetra a fuselagem da nave, incomodando seus finos tripulantes.

O sr. quer dizer que há um incômodo com a democratização da cultura?

O melhor texto sobre isso é o do Otávio Velho dizendo que não há mais grotões no Brasil. Ele criticava a opinião de que os votos que elegeram Lula vinham de grotões ignorantes e sem conexão com a realidade contemporânea. Quem não viaja pelo interior não deve se dar conta disso. Quando piso em qualquer biboca, longe das capitais, logo encontro grupos articuladíssimos, tocando projetos sociais e culturais muitas vezes com repercussão internacional. E há também uma politização geral nesse interior que não é só de esquerda, e quase sempre não tem lugar definido no espectro ideológico tradicional. Ela é alternativa à vida político-partidária, parte do "disco voador", e produziu importantes organizações como a Cufa (Central Única de Favelas) e o AfroReggae. O pop periférico e a politização cultural periférica - que não mantêm relações harmoniosas entre si - são as principais novidades culturais brasileiras das duas últimas décadas.

E as políticas de cultura do País, estão dando o melhor a essa população ou apenas reforçando estereótipos?

Políticas de cultura não devem "dar" nada para a população. Isso se parece com promessa velha de político acostumado ao ar condicionado no disco voador: "Vou levar cultura para as favelas". A imagem tradicional era a favela como vazio cultural que devia ser iluminada com arte de fora. Os próprios favelados já deram a resposta: "Qual é, mané, o que não falta aqui é cultura". As políticas de cultura, então, precisam trabalhar junto com o que já acontece em cada lugar, possibilitando uma melhor circulação de informações e contribuindo para ampliações de horizontes de maneiras de fazer arte, que foram criadas muitas vezes aos trancos e barrancos (ou dentro de barracos). Outro dia vi um censo cultural realizado com jovens de áreas "ex-pobres" - expressão inventada pelo MC Papo, rei do reggaeton mineiro - do Rio revelando uma maioria absoluta que nunca tinha ido a um show musical. Conheço bem as áreas onde a pesquisa foi aplicada e sei que essa rapaziada frequenta baile funk com muitas apresentações ao vivo. Aquilo não é considerado show musical? Por quem, o pesquisador ou o pesquisado? Show musical é o quê? Só o que acontece no Citibank Hall?

O sr. foi um defensor dos CEUs e dos Telecentros da então prefeita Marta Suplicy. O que achou do Vale Cultura, apresentado pela agora ministra?

O Vale Cultura não foi inventado pelo ministério Marta. Tem longa história de formulação e debate, anterior até à data de 2009, quando foi para o Congresso. Na época, o então ministro Juca Ferreira já precisou atacar a opinião de que o dinheiro "não deveria ser usado em baile funk". Juca seguiu o pensamento de Gilberto Gil, que numa de suas melhores frases como ministro disse: "Cultura ruim também é cultura". É isso, não tenho o que acrescentar porque sei que Gil e Juca sabem que funk não é cultura ruim. Gil até já cantou, em declaração de amor para o Rio, "quero ser teu funk".

Então o sr. concorda com a resposta da ministra aos críticos do Vale Cultura: 'Se quiser comprar revista de quinta categoria, pode' e 'compra porcaria quem quiser'?

É engraçado: quando a política deixa o mercado decidir como o incentivo vai ser usado, é acusada de sustentar cultura de mercado com dinheiro público. Quando quer corrigir "distorções do mercado", como o fato de a região Sudeste acabar com a maior porcentagem do dinheiro da Lei Rouanet, é acusada de dirigismo cultural. Parece que todos preferem o imobilismo - que o ministério não proponha política nenhuma. Não morro de amores pelo Vale Cultura, mas encaro sua implementação como uma experiência. Por que, de antemão, achar que ele vai ser usado só em porcaria? Essa é a imagem que temos do tal "povo", coitadinho, que precisa de nossa orientação para saber o que é bom. E se for assim, por que esses críticos não partem para a porta das fábricas para ensinar ao povo o que é bom, com serviço de van grátis direto para a Sala São Paulo?

A ida de Juca Ferreira, um baiano, para a Secretaria de Cultura paulistana de Fernando Haddad, lhe agradou?

Confesso que fiquei surpreso. Estamos acostumados a pensar a política estadual ou municipal de forma paroquial, como se só os locais pudessem lidar com realidades locais. Então foi surpresa boa: uma pessoa de fora pode descobrir maneiras novas para resolver velhos problemas já naturalizados pelos nativos. Mesmo quando entende as coisas de forma errada. Lembro a descoberta do tropicalismo pelos críticos estrangeiros nos anos 1990: eles falaram muita besteira, não captavam as sutilezas do nosso contexto, terrivelmente complexo para gringos. Mas aquilo me fez entender nosso passado musical com novos olhos, e tudo ficou ainda mais interessante. Espero que o mesmo aconteça com o diálogo entre o baiano Juca e os paulistanos, que sempre souberam acolher bem os baianos, a ponto de ninguém poder dizer com certeza se o tropicalismo é baiano ou paulistano. Mandei até uma sugestão, de que uma das primeiras ações do novo secretário deveria ser um encontro com a grande comunidade do samba paulistano.

E como vai a cultura em sua cidade, o Rio?

No Rio acontecem outras surpresas: uma pessoa de fora, o gaúcho Beltrame, impulsionou o projeto das UPPs. Por anos fui defender o funk e a possibilidade de realização dos bailes na Secretaria de Segurança - já que a Secretaria de Cultura nunca se pronunciava. Hoje, há uma nova era de projetos culturais. Bom sinal para a cidade, que agora, pós-tragédia em Santa Maria, terra do Beltrame, percebe como as coisas estavam descontroladas. Havia a tal da Resolução 013 que era sempre usada por policiais quando queriam fechar um baile. Tudo podia ser motivo: falta de saídas de emergência, banheiros, isolamento acústico, etc. Agora sabemos que mesmo os espaços culturais da prefeitura ou do Estado funcionavam contrariando regras de segurança. Por que só os bailes eram fechados?

E o carnaval? Nessa semana de exaltação e júbilo país afora, temos o que comemorar?

Este carnaval é do sertanejo, do arrocha, do funk paulistano. Ela é Top, do paulistano MC Bola, é a música mais tocada no rádio em Salvador, com versão bem local. Essa é a brincadeira musical preferida atualmente: os sucessos ganham versões em todos os ritmos do momento. E os estilos se misturam. Quem diria que o sertanejo iria virar música de balada? Quem diria que Campo Grande, Mato Grosso do Sul, iria se transformar na capital do pop brasileiro? Eu não entendia muito bem o mundo do sertanejo. Até que fui numa festa de fundo de quintal, bem familiar, em Campo Grande. Uma dupla tocava canções que eu nunca ouvira antes e todo mundo fazia coro, com emoção tão explosiva quanto no momento mais animado do bumbódromo de Parintins. Foi minha rendição: gosto de pop fake, mas também não resisto diante da autenticidade. Naquele momento, gostei por motivos antropológicos, o que me encantava era o amor que aquelas pessoas sentiam por aquela música. Estava claro que algo grande iria acontecer dali. Hoje gosto também por motivos musicais. Mas há outro aspecto interessante nessa brincadeira, que é bem mais que música. Ninguém, nem mesmo o fã mais "inculto", acha que Ai se eu te Pego é um clássico de Tom Jobim. Aquilo é outra coisa: um mote para festa, para animação coletiva. Começou com uma cantoria de meninas paraibanas viajando para a Disney, virou refrão para animar turistas em Porto Seguro e depois forró em Feira de Santana. Michel Teló transformou o resultado em canção pop, que já foi apropriada em vídeos em todo o planeta, como Gangnam Style. O que importa aí é o processo, a diversão agora, o riso solto, e não a obra-prima para ser venerada como fuga de Bach. É preciso julgar as duas coisas com critérios diferentes.

O sr. parece otimista, mas há alguns dias o sambista Zeca Pagodinho criticou o carnaval no Rio, disse que 'tudo foi roubado' e não se vê mais nem enfeites nas ruas de periferia. Sambas-enredo falam de países distantes e cavalos manga-larga por exigência de patrocinadores. E até o elogiado renascimento dos bloquinhos de rua, em contraponto ao megashow mercantilizado do sambódromo, já é promovido por marcas de cerveja. A massificação põe em risco a riqueza da festa?

O carnaval é uma festa moderna, que cresceu mesmo a partir do final do século 19. O primeiro desfile de escola de samba aconteceu em 1929, e o patrocínio dos jornais foi importante para sua popularização e "oficialização". Antes era algo menor no calendário cultural do Rio. A grande festa da cidade era o Divino, que ocupava o Campo de Santana durante várias semanas. Desapareceu. Nem por isso o Rio deixou de ser o Rio. Tudo muda. E muitas novidades importantes têm origem em desrespeito a tradições. O baiano Hilário queria botar seu terno de Reis nas ruas cariocas. Notando que o 6 de janeiro não era dia de folia no Rio, resolveu sair no carnaval. Deu nos ranchos, nas escolas de samba e assim por diante. Se fosse fiel às regras tradicionais, a cultura da cidade hoje seria bem diferente. Eu adorava o carnaval no Centro do Rio no início dos anos 80. Cacique de Ramos e Bafo da Onça desfilavam gigantescos, empolgadíssimos. Aquilo foi minguando, melancolicamente. Houve ano que não escutei nenhum som de blocos na rua. Hoje há cada dia mais blocos, cada vez maiores. A garotada carioca, de todas as classes, voltou a ter no carnaval sua melhor festa. Você não gosta de blocos comerciais? Não se preocupe, há muitos outros que fogem do comércio. Neste ano vai ter até bloco que só canta marchinhas baseadas em tragédias gregas.

Há quem veja, no entanto, um empobrecimento nas manifestações artísticas de hoje, especialmente se lembrarmos do samba de raiz de Cartola e Pixinguinha, por exemplo. Não há em seu discurso uma certa correção política que impede a crítica?

Cito mais uma vez Gil: raiz para mim só de mandioca. Samba é música moderna, criada no início do século 20, inclusive com a invenção de instrumentos novos, como o surdo, criado a partir de tonéis industriais. Tudo muda, o tempo todo. Ficou mais pobre? A partir de que critério? Sei que o relativismo está fora de moda. Nem ligo: sou relativista incorrigível, cada vez mais radical. Constantemente me pego fazendo coro para Hêmon brigando com seu pai Creonte, em Antígona: "Guarda-te, pois, de te apegares a um só modo de pensar, crendo que o que dizes, e por seres tu que o dizes, exclui qualquer outra possibilidade de ver e sentir as coisas". Não tem quem me convença que há um fundamento estético único a partir do qual podemos decretar o empobrecimento ou o enriquecimento das criações humanas. Mas digamos que há: então encontro no funk muitos elementos que o tornam superior a uma sub-MPB que tentam me empurrar como música de qualidade. O tamborzão do funk salvou a música brasileira na virada do século 20 para o 21. É vanguarda mesmo, concretismo eletrônico afro-brasileiro. Mas para quem acha que hip hop não é música, ou que Stockhausen não é música, o que estou falando é delírio. Um consolo é saber que a produção da gravadora Motown um dia foi considerada por todos os críticos como lixo comercial sem futuro.

A que servem iniciativas suas como o programa Esquenta!, com Regina Casé?

Antes de qualquer outra coisa queremos fazer uma boa festa. Nas gravações do programa, os momentos que mais nos agradam são quando a plateia assume o controle e viramos espectadores da farra coletiva. Como em qualquer outra festa boa, para isso acontecer é preciso reunir gente que pensa diferente e não tenha preconceito diante das diferenças. Reunião só com gente que pensa igual não tem graça.

O Brasil deveria apostar num programa de inclusão social pela cultura?

Detesto a palavra inclusão por motivos que já comentei nas respostas anteriores: parece que a salvação do excluído - que não tem nada, é um vazio a ser preenchido por bom conteúdo - está na sua captura por um mundo que não é dele, não sua transformação em Outro. Partindo dessa premissa, a política cultural já seria de grande valor se não atrapalhasse o que já existe. O governo tem enorme dificuldade para criar e implantar política cultural. Mas política anticultural é corriqueira. Como a proibição dos bailes funk quando a música estava nascendo, empurrando-a para dentro de morros controlados pelo tráfico armado. O "funk proibidão" foi produto dessa ação anticultural do poder público.

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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Já leu a Revista Mucury 9? Só "é mais sortida que a feirinha do Veneta!"

Por Bruno Bento

Publicação anual diversa, "é mais sortida que a feirinha do Veneta!", poesia, política, antropologia, fotografia e muito mais, além de um bocado de Mucuri!

“Debaixo da saia não”! Gritaram. Ainda bem que não obedeci, senão tínhamos perdido esta imagem da capa. Esta edição é seguramente a mais bonita e bem resolvida que já tivemos da Revista Mucury.

Debaixo de tantas coisas deste nosso grotão que anuncio sem titubeio, encontramos tanta jararaca, quanto poesia, há tanto sol quanto beleza que fica tudo mais impressionante quando junto à beleza de colaborações de um mundo não estranho, mas irmão, numa experiência proporcionada pela internet que não nos isola, mas possibilita uma rede colaborativa antes impossibilitada pela natureza meticulosamente geográfica. Este é o poder da cultura e de nossas vontades de produzir e fruir o que vivemos.

A Revista foi nosso primeiro projeto, em 2007 ideada por Jianderson de Souza, iniciada com um A3 do pior papel jornal que conseguia chegar nestes grotões! A história dela é muito engraçada. Gente que desdenhou, outros apostaram tanto em grana quanto em textos. Até um chilique que dei e pus na cabeça que seria a Escola de Design da UEMG é que ficaria responsável pelo design, claro.

Eu não conhecia ninguém lá. E como Krenhouh Jissá Kiju adora pregar peças nos Kraí, um mês depois estava jantando com Roberto Werneck, à época diretor da tal escola. Como ele logo se apaixonou pela cachaça daqui deste Mucuri, certeiro. Algum tempo depois eu como um ET me reuni lá na escola com um grupo de meninas e menino, eram Daniella Salles, Viviane Silva e Marcelo Torres, este não está mais conosco todavia a Adélia Braga compõe a COMBO, um talentoso studio de design com um potencial incrível que nos orgulhamos de sermos grandes parceiros.

E tomamos àquele instante uma decisão difícil, mas importante. Deixamos o tão querido papel, e entramos definitivamente no mundo virtual, e a resposta e nossa avaliação é que acertamos. Aumentamos o número de leitores, de colaboradores e a beleza da revista é cada vez mais contundente.

Pois bem, nesta edição tem de tudo e de todo lugar! De Minas e Mucuri profundos, e poéticas, estéticas, textos vindos também do Rio de Janeiro, do Paraná, das Ilhas Canárias, do Chile, da República Dominicana, de Angola, esta revista como o Mucuri é também uma “Babel de raças e línguas”, como profetizara Paulo Pinheiro Chagas.

A nossa Mucury 9 então está sortidamente repleta de poesia. O que não significa que contenha conteúdo científico, mas conseguimos nosso grande objetivo, a extrapolação de algumas destas barreiras que a nós não interessa. Como disse logo no início, se respeitasse estas convenções, não teríamos a capa nem este número, pois já tínhamos ficado para trás.

Finalmente não posso me esquecer de JJ Ribeiro um dos ilustradores preferidos que anda meio sumido da revista, Ricardo Frei nosso primeiro editor e Clarice Palles nossa editora que vigia o editorial para que eu não fale mais besteira que o suportável. E tem muita gente que merece lembrança e agradecimentos.

Corram pra ler esta revista que está simplesmente maravilhosa!

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A rádioweb Mucury Cultural, já ouviu?

Assinatura_Radioweb Mucury Cultural 72dpiEm 2009 concebemos nossa radioweb com a ajuda do Projeto Dissonante, queríamos tocar música de qualidade e divulgar os artistas de nosso Mucuri.

A partir de novembro (2010) utilizando uma nova versão do Zararadio, um excelente software livre de gerenciamento e automação de rádio, e somado a diversos conteúdos relacionados à popularização da ciência, produção e difusão cultural, resgate histórico e promoção de artistas e expressões culturais do Mucuri.

Sofríamos com uma falta de opções em rádio em nossa cidade e região, a maioria delas não está focada na diversidade da música brasileira e mundial, impossível por exemplo ouvir uma música de Folia de Reis, uma música experimental ou mesmo um bom e velho Rock, isso tudo está aqui e você ainda pode participar.

Pois bem, corremos ao Google. Há diversas experiências de rádios colaborativas, as principais que encontramos são:

1. O artigo “Collaborative Radio Shows Invite Listeners into Creative Process” de Mark Glaser, datado de 13 de junho de 2007 e traduzido por Juliano Spyer em dezembro do mesmo ano intitulado “Rádio colaborativa: quatro experiências em emissoras públicas”. Neste estão relatadas algumas experiências referentes à formação de redes colaborativas para produção radiofônica nos Estados Unidos. A interatividade própria da internet e suas redes sociais permite ao ouvinte também ser protagonista, mas no máximo produzindo arquivos em forma de depoimentos, ou algo parecido, indo ao ar algumas vezes por semana em emissoras daquele país, o que produzia à época grande sucesso, retransmissão por dezenas de outras emissoras, mas claro, carecendo de financiamento ou tendo-o precariamente. O site Vocalo vai mais longe, citado no artigo, ele já conta com opção de upload de arquivos, possui interatividade por sms, telefone, etc.;

2. O site “Radio Colaborativa” sediado em Rosário na Argentina. Possui um conteúdo muito interessante, dedicado a revelar, apoiar e divulgar artistas, sua programação é feita de forma colaborativa,funcioando muito bem, e é a rádio disponível no site em língua espanhola vem de toda América Latina. É ótima;

3. Publicado no ano de 2008, há um artigo no Vivo Blog de título Rádio Colaborativa relata uma experiência da Rádio Cultura AM de São Paulo. A Fundação Anchieta lançava mão de recursos multimídia, como sms, fotos e outros, para que o ouvinte pudesse enviar notícias e informações principalmente a respeito do trânsito da cidade, a fim de que a rádio por sua vez divulgasse e salvasse dezenas ou centenas de outros motoristas-ouvintes dos apuros da cidade-nação. Esta interatividade ainda está online pelo site Radar Cultura;

4. No segundo semestre deste 2010, a Comunidade Brasileira de Música Negra – COBRANEGRA no artigo “A web-rádio Como tudo começou…” relata que em 2004 inicaram um movimento que finalmente culminaria numa radioweb colaborativa. A proposta é muito bacana (clique aqui para ouvi-la). A programação tem como tema exclusivo a Música Negra em todas as suas variações, do Hip Hop ao Samba de Raiz, vale a pena visitar a comunidade e conferir sua programação. Esta radioweb parece ser a primeira, ou uma das primeiras iniciativas brasileiras em rádios colaborativas.

Nossa proposta com a radioweb mucury cultural, é que seja, uma construção conjunta e junto às outras redes (Twitter e Facebook) da Mucury Cultural, colabore para a valorização e divulgação de nosso Mucuri.

Façamos juntos uma rádio que seja verdadeiramente colaborativa.

Retomaremos alguns projetos que ficaram pelo caminho em 2012, como o Cê Manda por exemplo, no qual enviavam-se as playlists e preparávamos um roteiro com curiosidades de histórias sobre os artistas, músicas ou discos, tudo com muita descontração, às vezes até demais!

É esta a nova linguagem: a colaboração! Vamos lá! Ao trabalho.

Ficou interessado e quer saber como participar?

Bem, há várias maneiras:

1 - Você pode sugerir um novo programa (inclusive apresentá-lo!);

2 - Envie-nos sugestões de playlists, intérpretes que ainda não conhecemos ou nos envie material ou links para fazermos download e melhorarmos nosso repertório já tão eclético;

3 - Enfim, se quiser, entre em contato e chegaremos em algum lugar!

Mande-nos um e-mail: contato@mucurycultural.org

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CIDADE PERNAMBUCANA SÓ COMEÇA O CARNAVAL APÓS A QUARTA-FEIRA DE CINZAS

Retirado do Musicaria Brasil em 13/02/13 do endereço:
http://musicariabrasil.blogspot.com.br/2013/02/cidade-pernambucana-so-comeca-o.html

Por NE10

Com o slogan "O Carnaval de Pernambuco termina em Surubim", a cidade localizada no Agreste do Estado só inicia sua programação momesca após a Quarta-feira de cinzas. A festa do município, a 117 km do Recife, começa na sexta-feira (15) e termina no domingo (17). Este ano o Carnaval de Surubim conta com atrações com nomes de peso nas festas de Momo em Pernambuco, como: Quinteto Violado, Fafá de Belém, Alceu Valença e Nena Queiroga.

A ideia de "transferir o Carnaval" da cidade para o final de semana seguinte surgiu há 27 anos, quando um grupo de amigos criou o bloco "Meninas Virgens". A ideia era reunir a população no domingo pós Carnaval para fazer folia, uma vez que a tradição na região é de que as famílias viagem para outras cidades no período momesco. Assim, os moradores de Surubim teriam sua própria festa. Porém, a brincadeira acabou crescendo e agora já ocupa três dias do calendário de eventos do município.

Desta forma, além do tradicional bloco "Meninas Virgens", a população de Surubim conta com desfiles de blocos e cortejos, no período da tarde, e apresentações no palco principal, instalado no Pátio da Usina, à noite.

Na sexta-feira (15), abertura do Carnaval, o destaque fica por conta dos shows no palco oficial a partir das 19h e prévias dos blocos, às 21h no Posto Maracajá.

Já no sábado (16) a festa fica por conta dos desfile de blocos carnvalescos, entre eles o tradicional Bloco Munguzá de Zuza Miranda e Thaís, a partir das 16h. À noite, no palco oficial, haverá show do Grupo Terra, Banda Musical Curica, Herbert Lucena e Fafá de Belém.

Encerrando o Carnaval de Surubim, e de Pernambuco, a cidade agrestina conta com o desfile de blocos e trios, entre eles, o mais famoso é o bloco "Meninas Virgens", que deu início ao Carnaval "fora de época" do município, saindo às 15h30 da Escola Maria Cecília, no centro da cidade. No palco a programação de encerramento fica por conta de Luciano Padilha, Nena Queiroga, Beto do Bandolim e Alceu Valença.

Confira a programação completa clicando AQUI.

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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Pablo y Lola

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A resistência das imagens

Retirado do site d’O Tempo em 12/02/13 do endereço:

http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=220529%2COTE&fb_action_ids=413997192014766&fb_action_types=og.recommends&fb_source=other_multiline&action_object_map=%7B%22413997192014766%22%3A151836588307503%7D&action_type_map=%7B%22413997192014766%22%3A%22og.recommends%22%7D&action_ref_map=%5B%5D

Por Daniel Toledo

Não é de hoje que Dereco Machado se inspira em acontecimentos urbanos para criar seus trabalhos em grafite e estêncil. Já em meados de 2008, quando andava a pleno vapor a duplicação da avenida Antônio Carlos, o artista organizou a ACZine, publicação em que documentou por meio de fotos, textos e registros de intervenções in loco a grande transformação sofrida pela cidade.

Frequentemente transitando entre trabalhos de rua e ateliê, mas quase sempre inspirado pela rotina da cidade, Dereco foi recentemente selecionado como finalista do Modern Craft Project, concurso internacional voltado a uma revisão contemporânea do conceito de artesania, realizado pela revista "Wallpaper".

"Logo que fiquei sabendo dessa história, achei interessante o conceito de artesania contemporânea e entendi que meu trabalho se aproximava disso. Mesmo usando a rua como suporte, sempre passo muito tempo no ateliê concebendo e produzindo os trabalhos", conta Dereco, selecionado em meio a outros 19 brasileiros para a etapa final da competição.

Entre os trabalhos que apresentou à curadoria do concurso, destaca-se uma complexa obra de estêncil na qual reproduz com impressionante fidelidade um dos mais conhecidos edifícios abandonados de Belo Horizonte, situado na região da Lagoinha e recentemente comprado por uma rede hoteleira.

"Depois de ficar abandonado por muito tempo, esse edifício acabou se convertendo na maior agenda de pichadores da cidade, onde estavam assinaturas de nomes importantes dessa cena. Foi a partir dessa textura que criei o trabalho, concebido como uma espécie de gravura em homenagem a uma paisagem que se perdeu, cedendo lugar a mais um edifício genérico dentro da cidade", observa.

Outro trabalho de destaque dentro do conjunto corresponde à publicação "Praça Sete de Setembro", na qual Dereco faz referência à mesma onda higienista que, no ano passado, gerou conflitos entre policiais e artesãos que há tempos trabalhavam e expunham suas criações na praça Sete.

"Nesse caso, trabalhei a partir de uma série de fotografias feitas durante uma dessas ações policiais, gerando uma espécie de narrativa em que um policial revira um cobertor. E toda a publicação foi construída a partir de colagens, em uma espécie de mosaico feito com materiais encontrados na rua", explica ele, que atualmente se dedica à criação da série "Cidadão Comum", na qual retrata, por meio do estêncil, diferentes figuras marginalizadas que povoam as ruas da cidade.

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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Novo Carnaval?

Por Bruno Bento

Nunca gostei de Carnaval. Achava um saco – com exceção das mulheres quase ou nuas mesmo, este era o tempo que podíamos ver sem ninguém encher a paciência. Quando de meu tempo de menino de igreja, piorou. Entretanto a experiência que tinha era de um lado as transmissões que antes não só da Globo, havia também transmissões de bailes. Durante infância e adolescência tinha-se a romaria para o carnaval no extremo sul da Bahia, e aquele axé – e não o axé – me irritava também. Nunca fiquei confortável com os excessos do carnaval.

Bem, passaram os tempos acima. Ainda não sou apaixonado pelo carnaval, ainda não participei efetivamente, o faria este ano, mas não deu. E não estou aqui para falar de minha experiência carnavalesca ou a falta dela. Só consegui entender o Carnaval como fenômeno cultural, social e político graças aos quase cinco anos de Ciências Sociais e mais precisamente graças a Roberto DaMatta com sua eterna ode ao Carnaval.

Pois bem, Teófilo Otoni, terra mucuriana de onde escrevo já teve seus brios momescos. Desde suntuosos bailes regados a apartheid, onde negros podiam se convidados – mesmo assim para entreter a elite aristocrata –, bailes do Sete de Setembro/Caninha Verde, onde os negros promoviam seu carnaval, e em vários outros clubes em que BAHIMINAS ou não, germânico ou não, estavam todos. Temos até um cordão de Frevo fundado nos idos das décadas de 30 e 40, o Caninha Verde. Para além destes havia o carnaval das famigeradas escolas de samba que desfilavam pelas ruas centrais, uma das mais famosas era a do bairro Palmeiras, e finalmente o carnaval de rua, com seus cordões e blocos. Até as moças da vida da Francisco Sá estavam representadas nesta festa da carne. Pela Estrada de Ferro Bahia e Minas vinham escolas de samba e blocos da Bahia, a coisa era grande e bem damattiana mesmo, ao menos nos relatos dos que disso tudo participaram. Bem, tudo acabou. Até o Sete de Setembro tem uma casa em Mucuri-BA onde a turma vai passar o carnaval que já está na decadência.

E daí? Eu cá estou acompanhando pelas redes sociais, sites e blogs algo muito interessante. Não me lembro de ver tanta gente, ao menos do meu círculo de convivência física e virtual, falar e participar do Carnaval, esse mesmo de letra maiúscula.

Em Belo Horizonte há uma retomada de inúmeros blocos, de vários lugares, e as Escolas de Samba de lá ainda resistem, por mais que não tenham cobertura da grande imprensa. Podemos ver também em São Paulo e mesmo no Rio de Janeiro, uma retomada (a palavra repete mesmo) deste Carnaval, e na rua.

Por mais que haja discussões, como a do João Jorge denunciando o caráter discriminatório do Carnaval soteropolitano (clique aqui para ver a matéria da Folha), há mais gente falando de uma retomada das ruas e um desfoco dos sambódromos e mesmo dos carnavais litorâneos da Bahia, quem se mantém incólume, ao menos no que se refere às notícias que recebemos é Recife e Olinda que têm o Carnaval popular mesmo, na rua, com muito frevo, samba e tudo quanto há naquelas bandas.

É perceptível, até para mim que sou um alienado carnavalesco, de um reaquecimento desta festa identitária brasileira. Não sei ainda se dentro dos parâmetros de nosso antropólogo acima. Talvez bem diferente, já que aquela opressão da miséria parece dar uma trégua no Brasil, mas tomara que o carnaval não seja tomado pela hipocrisia conservadora. Vou tentar estudar um pouco mais sobre este novo Carnaval que está se despontando. Novo, na medida em que há uma retomada em locais onde ele estava meio abandonado, um fortalecimento em alguns locais, como Ouro Preto e Belo Horizonte, e suspiros por aqui tão perto do litoral baiano. Posso estar também enganado, afinal é Carnaval, e a sobriedade só volta com as cinzas.

O certo é que estou ainda mais curioso. Eu não gosto de muita festa, sou um chato mesmo. Então, como disse a uma amiga, tenho de trabalhar, aí consigo me driblar e estar nas manifestações culturais, nas festas, talvez por isso também que entrei para esta coisa da produção cultural. É uma das minhas lutas pessoais.

Aproveito para fazer a louvação à turma de Sérgio Abdulah pelo anárquico Grêmio Recreativo Pindura a Língua no Varal e seu encontro pré-carnavalesco já pelo 2º ano consecutivo e o pessoal do Botiquim Cultura Bar e Espaço Cultural In-Cena que este ano promoveram uma releitura de um baile de carnaval com concurso de fantasia e tudo. Será que conseguiremos refazer o Carnaval de Teófilo Otoni? Estamos falando nisso já há uns três ou quatro anos, e ao contrário do que acontecia, as ruas não andam mais tão vazias, os restaurantes continuam abertos e há desde algum tempo um reboliço no setor cultural desta cidade.

Será que conseguiremos um Carnaval em 2014? Quem topa?

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BH faz as pazes com seu carnaval

Retirado do Overmundo em 11/02/13 do endereço:

http://www.overmundo.com.br/overblog/bh-faz-as-pazes-com-seu-carnaval#-overblog-16484

Por Fernanda C. Castro · Belo Horizonte, MG

Durante muitos anos, o carnaval na capital mineira ficou por um fio. Não fosse o empenho das Escolas de Samba para manter os desfiles, a festa, especialmente a de rua, talvez não tivesse vingado, já que em nada lembrava o fuzuê provocado pelos corsos, os desfiles de carros alegóricos que subiam e desciam a Avenida Afonso Pena, logo que a capital foi construída. Nos últimos tempos, porém, Belo Horizonte parece ter se reconciliado com a folia. Neste ano, dezenas de blocos vêm desfilando pelas ruas da cidade, resgatando uma tradição que já foi muito forte. Segundo lembra o compositor Gervásio Horta, os blocos caricatos, que nos primeiros tempos reuniam apenas rapazes, eram formados em vários bairros de Belo Horizonte e organizavam seus ensaios carnavalescos ainda em janeiro.

A lembrança do compositor sobre os antigos blocos de rua faz parte da exposição 'Narrativas do samba e do carnaval em Belo Horizonte'. Organizada no Museu Histórico Abílio Barreto, pelo historiador e documentarista Marcos Maia, a mostra reúne fotos, matérias de jornal, cartazes, panfletos, discos e cd´s, além de depoimentos em vídeo de sambistas e compositores, que dão um panorama da história do carnaval belo-horizontino.

Com a voz embargada, o compositor Jadir Ambrósio conta em vídeo da emoção de ouvir o samba-enredo da “Pedreira Unida”, a primeira escola de samba de Belo Horizonte, fundada em 1937: “Aquilo era uma beleza!”, diz. Depois da “Pedreira Unida”, o carnaval das escolas de samba de Belo Horizonte foi se consolidando até se tornar o segundo mais famoso do Brasil, perdendo apenas para o Rio de Janeiro. No fim da década de 1980, porém, “o carnaval morreu”, conta Gilson Mello, um dos fundadores do projeto “Faculdade do Samba”, que reúne sambistas da Velha Guarda de BH para fazer shows, gravar cd´s, constituir acervos e produzir documentários. Formado por nomes como Wilton Batata e Mestre Conga, o projeto tem conseguido resgatar a história do samba e contribuir para a revitalização do carnaval belo-horizontino, depois daquele período de declínio.

Além do trabalho da “Faculdade do Samba”, projeto que tem destaque na exposição do Museu Abílio Barreto, a mostra indica que a herança deixada pelos antigos foliões de rua de Belo Horizonte vem contaminando as novas gerações. É possível notar diversas semelhanças entre as fotos dos blocos caricatos de outrora e os de hoje. Muitos foliões nas ruas, muita alegria, descontração e a criatividade nas fantasias. Ano após ano, o morador da capital de Minas vai fazendo as pazes com o carnaval de todos os tempos.

Confira:

Exposição 'Narrativas do samba e do carnaval em Belo Horizonte'

Período: até 30/04/2013

Visitação: De terça a domingo, de 10h às 17h; quartas e quintas de 10h às 21h.

Museu Histórico Abílio Barreto: Av. Prudente de Morais, 202 - Cidade Jardim - Belo Horizonte/MG

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Turbossílabas de Léo Lobos por Antonio Arroyo Silva

Retirado do site da Aliás, revista eletrônica de cultura em 11/02/13 do endereço:

http://www.aliasrevista.com/index.php?option=com_content&view=article&id=48%3Aturbossilabas&catid=54%3Aensaios-a-resenhas&Itemid=37

Por Antonio Arroyo Silva

Tradução: Maria Eugenia Gay-Brussino

Para Benjamín, essa inocência que ilumina.

Não sei por que os livros de poesia às vezes são tão especiais. Talvez o sejam aqueles que nasceram de uma palpitação, ou que ao longo dos anos a sua existência tem alcançado um alto nível de energia. Há palavras que nascem mortas pois, por pretensão, esgotam o seu dizer. Ao contrário, outras, que recém-nascidas apenas são um sopro, com os anos adquirem a força de um furacão. Acontece que, quando temos a fortuna de ler um desses livros, sentimos um impulso de emoção imenso e, ao tentar abordá-lo de um ponto de vista minimamente crítico, podemos cair na tentação da exaltação deformante. Não é exatamente o que me aconteceu com essa antologia que reúne os poemas do poeta chileno Leo Lobos. Muitas viagens que medeiam no autor de uma data à outra (França, Estados Unidos, Brasil, México...) têm lhe dado esse tom universalista de cidadão do mundo, além do que herdou dos seus antecessores da poesia chilena. Um poeta que transcende não somente as fronteiras físicas, mas da própria língua, quando submerge na tradução de poetas brasileiros com a mesma soltura e carinho com que escreve os seus próprios textos. Nesse sentido, Leo Lobos não é o típico "traduttore tradittore" mas alguém que capta a respiração de outro poeta e a conduz à sua língua. Um tradutor consciente e defensor de uma linguagem universal da poesia, e aliás, poeta. Outra fronteira que atravessa é a da própria palavra, a eletricidade que produz a palavra ao ser articulada. Daí a outra cara da sua obra: a poesia visual. Um número infinito de sugestões nos traz à mente essa face do autor; mas agora vamos nos ocupar com Turbossílabas , seu livro de poemas.

Inventar paraísos e infernos através da palavra é narrar, é levar a mente humana além de onde o pensamento consigue alcançar. Porém, da necessidade de narrar a vida de uma pessoa surge a magia da poesia. Não se trata, pois, de fixar gêneros literários nem de dilucidar a adscrição dessa obra.

É real o tom narrativo que comenta a autora do prólogo do livro, como reais são o profundo lirismo que vai além da metafísica de manual de uso. Trata-se da vida, onde (é um fato) está e deve estar todo o referente da poesia, que nada diz àquele que não se deixe levar pela inocência primigênia. Neste ponto, a intenção do autor é inversa a do simples narrador: não a grande mentira expansiva da ficção narrativa mas a verdade nua de todo saber ulterior ao fato da própria vida. Embora essa verdade seja contraditória.

O próprio poeta, desde o início, nos faz uma declaração de intenções focada sempre na vida e pela vida. Testemunha de um trabalho que pode ser chamado de poesia, ideias líquidas como o sangue, barcos que silenciosamente chocam com o nada, delírios, augúrios, amor, cartas que se escapam da mão, garrafas jogadas no mar durante anos, fumaça e álcool, vozes, livros, sonhos, vigílias, partidas e cavalos pretos de xadrez, filmes, profecias, viagens, dinheiro, solidão, fotos e óleos, desenhos, sol e tormentas, amizade, música, palavras, signos, enigmas voltando do esquecimento.

Não a vida a partir da escritura anterior, mas escrever com o corpo, este que carregamos.

Desta forma, despersonalizando o fato literário, deixando-o nu ao relento do viver, chega a palavra inaugural à poesia de Leo Lobos. Palavra que retorna do esquecimento; mas chega acompanhada de todos esses objetos e ações que circundam o existir e fazem parte da sua aura. Palavras que com o roce dos objetos recuperam sua música e fluem como rios de energia vital e dada a sua vocação líquida não renunciam à sua expansão em direção ao mar próximo, que não separa mas que une, pois nos transcende. Não viver vidas de ficção e gastar energias ocultando-se no texto mas expandir a vida própria para procurar esse Uno que somos. Uma ideia orientalista que não parte dos conhecimentos prévios mas que forma o tecido da respiração do autor: se bem sabê-lo, fazendo-o bem. Assimilação, diria eu, rejeição da batuta da tradição literária, essa que se constrói na base de recortes celulares para achar a razão do vazio.

Claro que há uma tradição que Leo Lobos recolhe na sua escrita, tanto das suas leituras de Jorge Teillier, Enrique Lihn, Nicanor Parra, Gonzalo Rojas… como do entusiasmo que esses autores lhe transmitiram em vida, o hálito das suas poéticas, esse estranhamento e afastamento crítico da literatura oficialista para aprofundar em um coloquialismo que lhes conferiu maior vitalidade na expressão.

Também há que nuançar a importância que nosso autor tem dado aos grandes romancistas de ficção científica. Já os escritores norte-americanos da beat generation viram nesse gênero, não uma literatura de evasão e entretenimento, mas uma busca de utopias possíveis e impossíveis. Nova Express de William Burroughs é um exemplo. Deleuze procurando a pulsão do rizoma na expressão. Mas aliás, temos a presença de Frank Herbert e Isaac Asimov.

A ficção científica, a princípio considerada um gênero narrativo menor pela Academia, assume na poesia de Leo Lobos entidade de utopia como as de Platão, Tomás Moro ou Erasmo de Rotterdam. O poeta vê neles não a evasão romântica em direção a mundos imaginários e fantásticos, mas a presença de uns visionários que veem a humanidade expandida pelo universo procurando a inocência do berço primeiro ou passeando por entre as dunas da sua própria desolação projetada para um futuro longínquo, onde, apesar de todos os obstáculos, o ser humano irá encontrar uma saída na sua própria energia vital. Desta forma, Leo Lobos não pisca na hora de citar esses autores junto dos poetas chilenos. Citações, diga-se, desatreladas de toda intenção academicista ou pós-moderna. Não no sentido que lhe deram os novíssimos espanhóis dos anos 80. É sua maneira de que estes personagens participem no poema-vórtice posterior. Não personagens, como diz o prólogo, mas integrantes de uma conversa intemporal que se estende aos leitores. Vozes corais estrategicamente colocadas na tecelagem acadêmica do poema. Visionário, pois ele mesmo poeta. Desta maneira aponta ao homem da cidade, como um ser contraditório (como ser humano que é) que algumas vezes se vê como um pequeno deus e outras como a criatura mais ínfima da criação em toda sua finitude e desassossego, que nem sequer pára para pensar em sua finitude.

Quando passe nada,

e o céu se estraçalhe sobre nossas

cabeças, e entremos a empurrões no

cemitério, como

vacas mortas

no vivedouro.

Eis aqui a urbe onde o ser humano se transforma em homúnculo, que se dilui entre a multidão e se despersonaliza, onde mais do que a morte realmente lhe espanta a vida. É a primeira morte da que fala o poeta, a inanição da consciência do Um cujo destino é se integrar em uma totalidade também unitária. Porém,

No haverá no

paraíso outra

morte.

Não a haverá, claro, pois o ser perde desta forma sua identidade, está perdido do dizer, pois

Quantas vezes depois

de morrer

tem sentido ganas de viver,

e provar o que se sente.

Isto é o que o poeta chama a morte grande. Note-se a agilidade que produzem os solapamentos que não somente se dão nesses exemplos mas ao longo de todo o poemário. Uma utilização que vai além do retórico e nos coloca no plano do visual. Desta maneira, por exemplo, o céu cai sobre nossas cabeças ou há uma dissociação entre o paraíso e sua concreção, pois entre ele e paraíso aparece um abismamento visual, como se cortasse o cordão umbilical entre o homem e o seu desejo de transcender. Textualidade que aspira e chega aos níveis do caligrama. É um olhar-ler, como diz Leo Lobos, é a voz que se toca. Não é estranho que o poeta irrompa no território do visual, pois, neste sentido, esta outra faceta vem a ser não a outra cara da mesma moeda, mas dois aspectos que se intercomunicam e se complementam.

A tudo isso há que somar esse ritmo sincopado que nos remete ao jazz. De novo o urbano e a forma possível de liberação das correntes alienantes das grandes cidades. Uma música que procede dos escravos rurais negros norte-americanos que acalmavam suas penas com o soul e sorriam apesar de todos seus males. Sorriso de jazz para que o ser humano possa recuperar a individualidade da sua consciência que uma vez esteve apegada e consoante com a natureza.

"Olhar o olho desse falcão e assustar-se/Não do olho, mas da sua alegria". Nesse díptico de O homem da guitarra azul de Wallace Stevens vejo um resumo do que venho dizendo, e que Leo Lobos manifesta dessa maneira tão sugestiva ao longo da sua viagem pelas ruas de todas as cidades do mundo que percorre no poemário e na sua vida. Assustar-se dos sentimentos que surgem do centro de cada um, assustar-nos de olhar no espelho e ver que apesar de tudo brilhamos. Medo não de conhecer mas de conhecer-nos. E tudo porque os seres humanos observam a triangular estruturação da vida que não diz nada a ninguém descalço de perguntas. Quiçá quando todas as palavras percam o seu sentido primeiro, sobrevivam os batimentos elétricos de umas sílabas carregadas de eletricidade batente de um coração vivo que irradie energia e luz desde um lugar tão longínquo como nós mesmos.

Antonio Arroyo Silva: nascido em Santa Cruz de La Palma, Canarias, Espanha, em 1957. Bacharel em filologia Hispánica pela Universidad de la Laguna e professor de Língua e Literatura espanhola. Foi colaborador de revistas em papel, como Artymaña, La menstrua Alba (de Canarias), Zurgai (de Bilbao) e de revistas como a Sociedad de Escritores de Chile, Cinosargo, a Antología de Poesía Mundial de Fernando Sabido entre outras. Publicou os livros de poemas: Las metamorfosis (Cabildo Insular de La Palma, 1991) Esquina Paradise (El Vigía Editora, 2008) e Caballo de la luz (El Vigía Editora, 2010). Em preparação tem os seguintes poemários: Symphonia, Marzo, Fila Cero, Poética de Esther Hughes y Casi luz. Foi 2º premio no concurso de poesia de Granadilla (Tenerife), en 1981. Participou no Festival Internacional de Poesía encuentro 3 Orillas (Tenerife 2009) e no Homenaje de Poetas del Mundo a Miguel Hernández (junio de 2010). Atualmente é vocal da Asociación Canaria de Escritores.

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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Conheça a Revista Filme Cultura

Retirado do site do MinC em 08/02/13 do endereço:

http://www.cultura.gov.br/site/2013/02/06/conheca-a-revista-filme-cultura/

Publicação do CTAV/SAv/MinC, especiliazada em Cinema, também está disponível em mídia eletrônica

Lançada em 1966, a revista Filme Cultura foi uma das primeiras referências brasileiras de publicação especializada em cinema. Adquiriu grande importância no meio devido ao conteúdo reflexivo e crítico das matérias, que traziam a opinião de destacados pensadores do cinema nacional e seus esforços constantes em documentar o que acontecia no cenário audiovisual.

Após algumas interrupções temporárias, em 1988, a revista teve sua atividade suspensa e deixou uma lacuna no segmento das publicações especializadas na sétima arte, por cerca de 22 anos. A ausência só seria reparada em 2010, quando, em iniciativa de recuperação e revitalização da memória do cinema brasileiro, o Centro Técnico Audiovisual (CTAv//SAv/MinC), unidade vinculada à Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, fechou uma parceria para retomar a publicação, dando continuidade ao formato histórico da revista.

Atualmente, com periodicidade trimestral, a revista Filme Cultura está em sua 58ª edição. É viabilizada graças à parceria entre o CTAv a Associação Amigos do Centro Técnico Audiovisual, com patrocínio da Petrobras e incentivos da Lei 8.313/91 (Lei Rouanet).

A nova edição, lançada no dia 20 de janeiro de 2013, na tradicional Mostra de Cinema de Tiradentes, aborda o som no cinema, com diversas matérias e artigos elaborados pela redação da revista e por especialistas na área, trazendo inclusive entrevista exclusiva com Michel Chion, renomado expert no campo. A revista conta também com um ensaio visual de Edgar Moura, fotógrafo e diretor de fotografia brasileiro.

A Filme Cultura, distribuída pelo CTAv, é destinada principalmente a bibliotecas, universidades e pesquisadores, mas seu conteúdo pode ser acessado por qualquer leitor interessado. O conteúdo de todas as edições da revista, bem como materiais exclusivos da edição online, podem ser acessados através dosite do CTAv  ou da própria revista.

(Texto: CTAV/SAv/MinC)

(Foto: Divulgação, CTAV/SAv/MinC)

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IV Mostra de cinema: cultura, arte e poder - Programação e sinopses

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Congresso reunirá experiências de cultura viva comunitária da América Latina

Retirado do site do Observatório da Diversidade Cultural em 08/02/13 do endereço:

http://observatoriodadiversidade.org.br/site/congresso-reunira-experiencias-de-cultura-viva-comunitaria-da-america-latina/

De 17 a 21 de maio deste ano, a Plataforma Ponte Cultura Viva promoverá na capital da Bolívia, La Paz, o I Congresso Latino-americano Cultura Viva Comunitária, que traz como tema “Cultura, descolonização e bem viver”. Devem participar do evento organizações comunitárias que exercem expressões artísticas e culturais de base, dos 21 países da América Latina.

De acordo o site da Plataforma, o objetivo é propiciar o intercâmbio e a articulação entre experiências e redes da Cultura Viva Comunitária latino-americana e fortalecer iniciativas legislativas e de políticas públicas relacionadas ao sustento e reconhecimentos das experiências culturais comunitárias.

O evento também pretende dar maior visibilidade para o desenvolvimento das atividades realizadas por experiências culturais comunitárias de toda a América Latina, em suas diversas expressões e dimensões sociais, educativas, econômicas e estéticas. A expectativa é que o Congresso avance nas formas de organizações sociais e valorizem o conceito de “Bem Viver” como eixo de articulação pública, comunitária e estatal.

Em uma programação prévia, se preveem atividades como Feira Pública de Experiências, seminários e oficinas que devem debater sobre “Arte para a transformação social”, “Comunicação” e “Políticas Públicas”, Acampamento Juvenil da Cultura Viva Comunitária e Marcha pela Diversidade Cultural. Além disso, também deve se realizar uma campanha continental pela Cultura Viva Comunitária, com foco em experiências e ações públicas.

Através do processo de Educação e Comunicação Popular, a Plataforma promoverá a realização de Caravanas que por meio de ônibus e caminhonetes levarão a arte de rua para fazer intervenções em praças e outros espaços públicos.

Plataforma Cultura Viva Comunitária

A Plataforma Ponte Cultura Viva Comunitária é uma proposta de diálogos entre o poder público e a sociedade civil sobre políticas de arte e cultura, arte e transformação social, arte como meio de educação, saúde e comunicação, entre outros, caracterizando-se como um espaço para pensar e contribuir com política pública de cultura viva comunitária.

De acordo com informações do site Cultura Viva Comunitária, na América Latina existem cerca de 120 mil experiências e organizações sociais de base que promovem este tipo de expressão cultural. São experiências que nascem da resistência e buscam superar as exclusões sociais através da cultura comunitária. Os coletivos são os mais variados: arte de rua, grupos de hip-hop, produção audiovisual, centros culturais, bibliotecas populares, resgate de práticas ancestrais, entre outros.

Para mais informações, acesse: http://culturavivacomunitaria.org/cv/

FONTE: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=ES&cod=73461

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