Leia Mais ►
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
O CORAÇÃO SEI LÁ COMO VAI
RANGE O LÁPIS SOBRE FOLHA DESDENHANDO TRAÇAS
PRIMEIROS MINUTOS CERTO TOM ALEGRE DE VÁRIOS RISOS
EXPRESSOS VÁRIOS PARTEM, DESPERTAM ADORMECIDAS
E ELDORADO JAZ EM PRÓPRIO OIRO
CADENTE PULSAR CARDÍACO CONTRÁRIO AO DESEJO
VERTO DESCARTE TOLO E DEMAIS DESCULPAS
VERSOS, PREÇOS E O ESPELHO QUAL TANTO QUEREM
E O EU FAZER?
NOS EXAMES NEGATIVA A FALTA QUE FAZ CORAÇÃO
DESEJO ORA LOUCA, NADA DE MUITO FORA À ORDEM ME EXPRESSA
COM MEUS TOLOS SONHOS DE VELHICE,
CONTRÁRIO A ONTEM,
QUANDO DESEJAVA A ALGUNS ATROPELAR COM ENORME ENCERADEIRA INDUSTRIAL
SERÁ?
NÃO SEI, NADA E TELEFONO
CERTEZAS, DESFIGURA DE MIM, SOU COMO INFANTE
ADOLESCENTE AOS TREZE VENDENDO SEGUROS
MEU SONO FRACO DESEJA SERÕES EM COMPANHIA
DE FORMA ALGUMA CONJUGO MEU DESTINO
NEM TENHO PÂNICO POR NADA SABER
FOTOGRAFIAS, XÍCARAS E FACA BESTAS SOBRE MESA
OUÇO LOUCA MULHER EM CANÇÕES ENTREGANDO-SE, LOUCA
DESEJO SOMENTE TODO UM BAIRRO CONHECER,
VENDO VENTO E SORRISOS
ABRAÇOS E TOCAR O PÉ NO CHÃO
SE NADA HAVER
TENHO OLHOS, MEU CORAÇÃO E DENTES
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
estilo
«A única maneira de defender
a língua é atacá-la»
Marcel Proust
inscrevo-me no tempo necessário
na crista do galo canto de cristal se dissolve
não sou escravo de aluguel
peixe de aquário
bacharel de queixas
guardião de bestas
sou operário do verso
não sou otário
não sou escravo da língua matriarca
monarca
arquiteto do universo
não tenho pressa
na morte me completo
aqui
a contrapelo da pedra me confesso
arremesso palavras mal iluminadas
contra o selo de qualidade
dos textos literários
contra o mofo das bibliotecas
privadas
das jóias poéticas hipotecadas
no cartório público
escrevo contra o lirismo fácil
preso no peito tatuado
nos armários de família
contra o reumatismo dos dicionários
de rimas
de rusgas
de rixas
contra o hermetismo compacto das lagartixas
em concílio
contra estética da ordem
da honra do mérito
do bêbado equilíbrio das formas
no espaço aéreo
escrevo
a favor dos parias
dos piratas inconfessos
da pirotecnia dos sonhos
da clássica desarmonia dos gestos
dos dilúvios de desejos
dos verbetes marginais
da veredas desiguais
escrevo nos muros
nas marés
no jornal mural
no pé da escadaria das igrejas
nos suplementos de todas as receitas
sei que o mar não está pra peixe
que o tempo nada promete
que tudo que se disser
é fora de propósito
motivo de escárnio
não merece crédito
da crítica do ministério único
que todo manifesto é objeto póstumo
inoportuno e insólito
insisto mesmo assim no dito
invisto contra as palavras vanguarda
engajado
maldito
por nada deste mundo apago
pago o preço de mercado
pela vida e pela bolsa
pelo que fiz de toda a minha escrita
pelo que fiz e aqui repito
escrevo contra a palavra em minha pele
contra a palavra que não fere
contra a palavra eterna
bela forma de granito
joão evangelista rodrigues
Bom dia
Já não ligo se estão em CAIXA ALTA ou não
Numa primeira segunda-feira por um lado e ouvindo rádio longínqua ainda em dúvida se escrevo assim ou assado...
Esta segunda chove, como tantas segundas em tantas cercanias por mais estúpida que pareça esta palavra
Tudo inda turvo será o ano novo? Oxalá
Mas os sentimentos e pensamentos beiram a esquizofrenia por jê de prima trocar dia, noite, janta, almoço nem se fale em outras refeições...
Mas por quê? (se ainda escreve-se assim) escrevo já? Será a perturbação de minha mente após grande tempo funcionando de novo? Ou será o simples chegar do limite, primeiro?
Vamos ver, meu café doce, de praxe anima-me e me aquece às oito da manhã com o ventilador ao lado neste meu Mucuri já aos quase 30º e tchau sem ponto mesmo assim
Bruno Dias Bento
sábado, 3 de janeiro de 2009
novas despoesias – sem título
Não e nada mais.
Cansei-me dos quase trio-elétricos de sons teimosos em não fazer sentido...
Gripes e outros mal-estares em local e hora evidentemente impróprios
Creio que nem tão chato mais com as palavras todas não dotadas de quaisquer gramáticas
Cansei-me dos neologismos, não dos pleonasmos
Mas o que fazer?
Talvez tirar uma foto de mim mesmo desversado deste mundo cru,
como gosto deste mundo mau passado
Mas e daí?
Por ora nada de reflexão
Seguindo opinião de real poeta recém amigo: não cultivarei grandes palavras.
E hoje quase não aprendi nada,
A não ser o que já sabia, de que não se deve arriscar ser nada, no duro!
E ainda ouvindo a música do carro de porta-malas sonoro, um repertório desconexo neste sábado de chuva, falta de ressaca, em que lavei algumas roupas e ainda lembro-me das questões quais não as soube na exata hora da prova que fiz...
E fazer o quê?
Além da regra do circunflexo no e no que antes da interrogação, faço questão de esquecer quase tudo.
Tá bom. Já vou.
Bruno Dias Bento.