quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Conselho Nacional de Políticas Culturais

Retirado do site do MinC em 29/02/12 do endereço:

http://www.cultura.gov.br/site/2012/02/29/o/

Ministra Ana participa de reunião que discute a renovação dos colegiados setoriais

Ministra Ana, secretário-executivo Vitor Ortiz (esq.) e João Roberto Peixe, secretário de Articulação Institucional do MinC

A partir desta terça-feira, 28, os membros do Conselho Nacional de Políticas Culturais  deram início, em Brasília, à 6ª Reunião Extraordinária do Plenário do CNPC, com o objetivo de discutir o processo de renovação dos colegiados setoriais, além de definir o processo de eleição dos novos colegiados que deve ocorrer até o mês de junho. A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, participou da mesa abertura e falou sobre a importância do fortalecimento das relações com a sociedade civil.

“Temos uma importante pauta no Congresso Nacional ao longo do ano, com destaque para a aprovação do Sistema Nacional de Cultural. Portanto, é fundamental que nossa relação com a sociedade civil seja fortalecida. Durante a reunião estaremos voltados para discutir o processo de renovação e é preciso garantir que a próxima formação do CNPC seja bastante representativa para que o diálogo continue sendo produtivo”, afirmou a ministra.

Os conselheiros votarão nesta quarta-feira, 29, as propostas de metodologia do processo eleitoral com base nas contribuições realizadas pelos colegiados setoriais ao longo do segundo semestre de 2011. A equipe do Ministério da Cultura sistematizou as propostas e as submeteu à comissão temática do Sistema Nacional de Cultura (SNC), cuja estrutura o CNPC integra.

Relatório

Ao longo da manhã, a comissão temática do SNC apresentou o relatório referente às propostas sistematizadas pelo Ministério da Cultura sobre o processo eleitoral para a escolha dos representantes da sociedade civil nos colegiados setoriais.

Critérios como os de que os representantes da sociedade civil não poderão ter cargos comissionados em qualquer esfera do governo, o processo de eleição será presencial em Fóruns Nacionais Setoriais e o de que cada região do país deverá contar com no mínimo um representante, entre outros, estão presentes no documento apresentado pela relatoria.

Na parte da tarde, os conselheiros iniciaram o debate em torno dos pontos que balisarão o processo de eleição dos novos membros dos colegiados e ficou decidido que os critérios serão iguais para os 19 segmentos culturais, sem que ocorra diferenciação entre as áreas.

(Texto: Marcos Agostinho – Ascom/MinC)

(Fotos:  Bruno Spada – Ascom/MinC)

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Anúncio da Sky contra Lei 12.485 gera protesto de produtores audiovisuais

Retirado do Cultura e Mercado em 29/02/12 do endereço:

http://www.culturaemercado.com.br/noticias/anuncio-da-sky-contra-lei-12-485-gera-protesto-de-produtores-audiovisuais/

Um anúncio de três páginas da Sky, publicado nas revistas Veja, Época e IstoÉ Dinheiro, gerou polêmica e protesto dos produtores audiovisuais brasileiros. A Apro (Associação Brasileira das Produtoras de Audiovisual) tem publicado posts contra a ação da operadora em seu perfil no Twitter e a ABPI-TV (Associação Brasileira de Produtores Independentes de Televisão) está convocando seus associados a apresentar argumentos contra a campanha.

A Sky, que já ingressou na justiça com uma ação de inconstitucionalidade contra a nova Lei 12.485 e vinha veiculando anúncios na TV, agora foca na regulamentação da Ancine, atualmente em consulta pública. A operadora está incentivando seus assinantes a enviarem suas manifestação à agência e ao Supremo Tribunal Federal.

O mote da campanha da Sky é “a Ancine quer determinar o que você vai assistir na TV paga”. Em mensagem aos assinantes, a operadora diz que “sob os argumentos de que devemos ter mais conteúdo nacional em TV paga e que assim os preços cairiam, a Ancine está regulamentando uma nova lei trazendo diversas regras ora incoerentes, ora ilegais e inconstitucionais, afetando diretamente os direitos dos consumidores e a liberdade de expressão e comunicação, prejudicando um setor que há anos investe no Brasil sem qualquer dinheiro público”.

A operadora também criou um hotsite e fornece os telefones da Ancine e do Supremo Tribunal Federal para manifestação do público contra a lei e sua regulamentação.

A agência reguladora de cinema e seu diretor-presidente, Manoel Rangel, foram alvo de muitas críticas do presidente-executivo da Sky, Luiz Eduardo Baptista, durante evento da operadora no começo do mês. “A TV por assinatura vai crescer com ou sem Manoel Rangel”, afirmou o executivo. “Essa lei é um retrocesso. Não será um órgão regulador que vai melhorar a qualidade do conteúdo”.

Em comunicado, a APBI-TV afirmou que a Sky “vem colocando em prova a qualidade da produção independente e afirmando que a mesma não possui condições de atender às expectativas do consumidor”. Por isso, iniciou uma campanha junto a seus associados em prol da produção brasileira.

Leia o comunicado na íntegra:

“Como é de seu conhecimento, a lei 12.485 foi aprovada em agosto de 2011, inaugurando um novo momento para a indústria audiovisual brasileira. Dentre outras medidas, a lei estipula cotas mínimas de programação brasileira e independente nas TVs por assinatura em horário nobre, garantindo um espaço mínimo de grande valor simbólico para nossa indústria audiovisual.

A lei está em fase de regulamentação após consulta pública pela ANCINE, cujo prazo se encerra no próximo dia 03 de março. A ABPITV, enquanto instituição representativa da produção independente, junto com outras entidades do setor, teve um papel fundamental na aprovação do projeto, e agora finaliza documento a ser encaminhado para a consulta pública da ANCINE.

Após a batalha no Congresso contra a aprovação da lei, valendo-se de todos os expedientes regimentais protelatórios possíveis a operadora Sky virou as costas para o debate democrático para defender seus interesses e passou a investir em campanhas de desinformação do público como exemplo, a campanha que questiona equivocadamente a inconstitucionalidade da lei e a interferência no direito do consumidor e liberdade de expressão e comunicação. A Sky vem veementemente colocando em prova a qualidade da produção independente e afirmando que a mesma não possui condições de atender às expectativas do consumidor. Frente a isso, estamos iniciando hoje uma campanha junto a nossos associados e a atividade em geral em prol da produção independente.

Não podemos deixar passar esse momento especial para a produção de conteúdos brasileiros, e solicitamos a todos que repliquem para seus contatos e em suas redes sociais a importância de apoiarmos e garantirmos a vigência da lei em contrapartida à ação despropositada da Sky que no final terá que se render às evidências de novos tempos para todos, sem o abuso do poder econômico e desinformação junto ao público consumidor. Contamos com sua participação!”

Já a Apro anunciou que começaria a se manifestar nas redes sociais contra a campanha da Sky. Em mensagens no Twitter, afirmou que “os brasileiros, emergentes ou não, querem ver conteúdo nacional na TV”. Segundo a associação, o anúncio é “leviano, repugnante e vai contra os interesses da cultura nacional do Brasil”.

Leia o comunicado na íntegra:

“Entendemos que a maioria absoluta de nossas associadas vibrou com a aprovação da lei 12. 482, que estipula cotas de programação brasileira nas tevês por assinatura necessariamente executadas por produtoras brasileiras  independentes, ou seja qualquer produtora nossa associada pode produzir conteúdo e de boa qualidade.

A SKY de maneira sórdida, e em nome da democracia a qual ela se beneficia agora, sem nunca ter pago o preço,  aponta o dedo para o presidente da ANCINE chamando-o de forma incontestável de reacionário e controlador, veja no texto abaixo.

Estamos iniciando nesse momento uma campanha no Twitter  para tentarmos minimizar os estragos que essa matéria  que a SKY veiculou na Veja, possa provocar nos formadores de opinião e no povo brasileiro.

Democraticamente  temos o legítimo direito de nos defender e contra-atacar a SKY e o faremos.

Pedimos a todos que tenham interesse repliquem nossa posição em suas redes sociais.

Procurada pela reportagem da AdNews, a Sky não quis comentar o assunto. Segundo a empresa, o posicionamento está todo transcrito no anúncio publicado.

O Congresso Brasileiro de Cinema (CBC) também se manifestou em carta. Clique aqui para ler.

Leia aqui artigo de Newton Cannito sobre a polêmica.

*Com informações da ABPI-TV, TeleSíntese e AdNews

Redação http://www.culturaemercado.com.br

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não há crise na música, o que existe é a crise nas gravadoras

Retirado do Observatório da Cultura em 29/02/12 do endereço:

http://www.observatoriodacultura.com.br/?p=362

Publicado por: ibpcult

“Não há crise na música, o que existe é a crise das gravadoras” entrevista com o Conselheiro Nacional de Cultura Manoel J de Souza Neto por Carlos Minuano.

Manoel de Souza, produtor cultural, pesquisador e escritor, membro do Colegiado Setorial de Música do CNPC/MINC, onde foi relator do Plano Setorial de Música, fala ao blog Cultura e Mercado sobre a luta por políticas públicas para a música no Brasil. (artigo novamente publicado pelo Observatório da Cultura devido a importância histórica do Plano Setorial de Música)

Afinal, porque um Plano Nacional da Música?

Esta sendo construído um Plano Nacional de Cultura, no qual a música está inserida. Porém, ela não teve um tratamento proporcional ao que deveria, digo isso por especificidades que não foram consideradas, da qual podemos falar mais adiante. A música foi apenas incluída no Plano Nacional de Cultura, uma ação governamental de consolidação de política publica para cultura no Brasil. O que é por si só uma ação de grandes dimensões. Mas não é apenas isso que a música precisa. Não basta um plano. Tem que ter uma intervenção. A música tem dimensões e relações difusas por toda a sociedade, não é apenas um setor, é também manifestação, arte, cultura. Enfim, está em tantos espaços de relações distintas que vem se tornando um campo gigantesco de conflitos.

Pode falar mais sobre esta idéia de intervencionismo?

Cada grupo de interesse esbarra em interesses de outros. Cada nova lei, prática social, tecnologia relacionada à música gera uma série de choques entre os diversos envolvidos com resultados imprevisíveis na sociedade. O ápice destes conflitos está muito próximo de acontecer, pois há uma acumulação material desigual, ao mesmo tempo em que promove mudança de meios de produção, de donos dos meios de produção e de relações de trabalho. Estamos em um momento histórico. A aceleração destes conflitos tem mudado em definitivo as relações sociais. O papel do estado, definitivamente é intervir, pois as relações da música em seu interior estão completamente desreguladas causando grandes incoerências, justamente por falta da presença do estado.

A preocupação seria por causa da crise na industria fonográfica?

A música foi incluída neste processo do Plano Nacional de Cultura, mas não porque existe uma suposta crise. Não existe crise na música, existe crise das gravadoras, mesmo assim a resposta até poderia ser a crise na industria fonográfica, mas não é. O que está acontecendo é a acentuação de conflitos porque no segmento da música o limite entre as partes não é claro, mesmo porque não existem duas partes envolvias, uma divisão simples como usuários e prestador do serviço. São muitas partes interessadas. A dimensão do debate ainda não foi compreendida em toda sua magnitude. Tão pouco se conhece a extensão de seus efeitos. Não se trata de uma crise na industria fonográfica como parte da imprensa insiste em repetir. O que esta acontecendo no Brasil é um conflito de interesses gigantescos e que atingem toda nossa sociedade.

Quais conflitos?

Existem conflitos entre interesses multinacionais, soberania nacional, comunicação, congresso nacional, ministérios, cultura, educação, cidadania, economia, emprego, impostos, direitos sociais, trabalhistas, humanos…

E de que forma o plano nacional de música pode resolver estes conflitos?

Um plano é uma intenção, pode ser realizada ou não. Mas mesmo que seja realizado um plano de políticas especificas para a música, o que observamos é que a questão não é mais o plano, o que esta em jogo são direitos fundamentais e questões de interesse nacional.

Como assim?

Não se trata apenas de políticas publicas. A relatoria que está sendo realizada como documento norteador para um Plano Nacional de Música, tem por objetivo revelar, que não é apenas uma questão de crises. Nem apenas de múltiplos conflitos. Mas que a bolha do setor estourou. A música esta presente em diversos setores econômicos, mas não é apenas isso, também esta em diversos campos não econômicos da sociedade. E a bolha que estourou, não é apenas econômica. A incompreensão e inabilidade do estado brasileiro ao tratar da música estão permitindo a acentuação de uma série de conflitos, aos quais não existe órgão competente para tratar. E este é o principal objetivo desta relatoria, recomendar ao governo que além de um Plano Nacional da Música, muito alem disto, é preciso tratar da música na dimensão que ela representa para nossa nação. Por isso precisa criar um órgão que de conta da enorme agenda econômica, política e social. Que consiga mediar os conflitos e regular todo o setor em todas as suas relações independentes a pastas, ministérios e leis. Ou seja, estamos sugerindo a criação da Agência Nacional da Música.

Qual a sua relação com a música?

Tive envolvimento como produtor com a cena indie brasileira dos anos 90. Também fiz fanzines, shows, programa de rádio, entre outras coisas, tudo independente. Como estava muito envolvido com ideologias não conseguia perceber a inutilidade da produção baseada no ideal do “faça você mesmo” em uma época, em que gravar era difícil, distribuir ainda mais. Até que larguei tudo e fui cuidar de um projeto de memória da música local que havia começado na adolescência. Promovi no inicio da década alguns seminários e debates sobre cena independente, industria cultural, OMB, direitos autorais, gravadoras e posteriormente fundei o Musin – Museu Independente que preserva 10.000 musicas de autores locais; e por fim fui um dos fundadores do Fórum Nacional de Música. Adentrei nos espaços de decisão e grupos de pressão dos assuntos relacionados à música e cultura na sociedade.

Fale um pouco sobre este processo que acompanhou como relator, de elaboração do Plano Setorial de Música?

É a analise documental de políticas publicas para música, no âmbito do governo federal, um trabalho realizado com ampla participação civil em todo o território nacional, tratando dos mais diversos assuntos relacionados à música, em um conjunto de medidas políticas jamais feito nesta dimensão em nossa história. Este relatório foi elaborado com base nos documentos debatidos na Câmara Setorial de Música, originalmente formulados por especialistas, grupos de estudos e pesquisas acadêmicas, redigidos e organizados pelos Fóruns estaduais de música através de entidades regionais e movimentos culturais. Estes documentos foram o apresentados e defendidos pelo Fórum Nacional de Música no ano de 2005. O espaço de dialogo governamental foi a Câmara Setorial de Música posteriormente substituída por outro ente relacionado ao Conselho Nacional de Políticas Culturais, o atual Colegiado Setorial de Música, onde se realizou a análise das proposições nos meses de maio e junho de 2009. Atualmente estando em processo de finalização na SPC, (Secretaria de Políticas Culturais do Minc).

Qual o seu papel como relator?

O Plano é coletivo, porém, como responsável por finalizar o documento tenho a função de  entender quais são os conflitos existentes, quais são as respectivas agendas dos diversos grupos setoriais e contribuir para o realinhamento dos diversos interesses envolvidos na questão da música no Brasil. Mas principalmente mapear os interesses, concordâncias e discordâncias, assim organizando e classificando estes interesses. E de posse destas informações, daí sim sugerir e promover estudos para iniciar uma agenda de negociação com uma metodologia adequada para que a intervenção do governo atinja os melhores resultados para todos os interessados, que sejam de interesse público e social, portanto de interesse nacional. Após a relatoria, pretendo manter paralelamente uma pesquisa independente sobre a política pública para a música no Brasil, para contribuir com o governo, para a produção cientifica e todos os interessados.

Qual a sua avaliação do Plano Nacional de Cultura, no que se refere a musica?

Tal documento tem como objetivo a inclusão da agenda da música nas ações administrativas e políticas governamentais voltadas à cultura, através do Projeto de Lei 6835/2006, que instituirá o Plano Nacional de Cultura do Brasil. Ficando este plano setorial de música, como recomendação permanente a esse e futuros governos, como observação de que a música brasileira deve estar na pauta da política federal, mais ainda, deve ser tratado na esfera das prioridades da gestão de cultura nacional.

Que estudos foram feitos para o desenvolvimento de políticas públicas para a música?

Foi um trabalho coletivo iniciado através de um diagnostico do setor. Para isso foi necessário o acumulo de informações, pesquisas e diálogos que são a soma de todas as percepções dos envolvidos sobre a atual realidade da música brasileira e mundial. Isso foi feito através de diversos GTs – Grupos de trabalho setoriais espalhados por todo o Brasil . Sendo ao mesmo tempo um retrato setorial, porem cientifico, pois baseado em dados, pesquisas e entrevistas que no conjunto foram analisadas empiricamente, porem aqui simplificadas e resumidas devido às centenas de paginas produzidas.

A criação da câmara setorial de música ocorreu devido a alguma pressão?

Quando foi implantada a câmara setorial de música, já havia um debate maduro a respeito do setor musical em diversas regiões brasileiras. Apesar disso, é importante frisar que foi só a partir das pressões ocorridas em 2003, no Rio de Janeiro e da disposição para tratar da cultura e comunicação nesta gestão governamental, que estes debates começam a ter diálogo oficial institucional no âmbito da construção da política pública de cultura. Estas pressões coincidem com as disposições da Unesco e da ONU em relação à cultura e com o destaque dado as questões culturais no Fórum Mundial Social, desde 2000. Apesar de diversos documentos anteriores serem encontrados relacionados a membros e entidades regionais presentes no processo, cabe a ressalva que o atual processo no nível político federal se iniciou após o Fórum da Música do Estado do Rio de Janeiro ter reunido produtores, músicos e interessados e mais de 12 entidades. Na ocasião, em 2003 foi produzido um documento intitulado “Uma Nova Política Pública para a Música no Brasil”. Coincidindo com os outros movimentos regionais, periféricos que movimentavam eventos e produziam documentos de teor similar.

Quando foi criada a câmara setorial de música?

Em 4 de novembro de 2004, reuniram-se 400 músicos com o então Ministro da Cultura Gilberto Gil no Rio de Janeiro onde foi firmada a criação da Câmara Setorial de Música. A Funarte ficou encarregada de convocar os movimentos regionais a se organizarem em fóruns. Sendo que alguns deles já existiam ou estavam alocados em entidades regionais. Em São Paulo, mais de 60 músicos se reuniram na manhã do dia 21 de dezembro de 2004, com a direção da Funarte e representantes do MinC, para discutir a formação das Câmaras Setoriais de Música, na ocasião o então Ministro Interino Juca Ferreira dialogou sobre as regras de funcionamento da mesma. Nos meses posteriores, o MinC, visando a mobilização de fóruns, reuniu-se com artistas, técnicos e agentes nos estados Pará, Pernambuco, Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e DF. Com essa primeira tomada de opinião, chamada para a representação, foram também colhidas propostas prévias ao processo. Durante o ano de 2005, de janeiro a abril através da Serpro, foram realizadas videoconferências entre MinC e representantes dos fóruns estaduais de doze estados. Nestas reuniões preparatórias foram apresentadas as disposições iniciais dos trabalhos, ao mesmo tempo em que as representações da música se reconheceram como integrantes de um movimento nacional com uma linguagem própria e consolidada. Através de processo democrático e independente foram eleitos em cada região por seus próprios fóruns delegados para a formação da Câmara. Em abril reuniram-se em Brasília com o Ministério da Cultura, dois delegados de cada um dos dezessetes estados, pra deliberar sobre o formato da Câmara Setorial de Música. O processo de formulação se deu em níveis regionais, sistematizados pela Funarte, divididos em diretrizes e ações e apresentados nas reuniões da câmara. Durante o processo os textos eram lidos, debatidos, e destacados.

Quais foram os temas pautados?

A principio as câmaras dividiram os trabalhos entre os grupos de trabalho e os encontros nacionais. As reuniões dos grupos foram divididas pela Funarte nos seguintes temas: formação; criação; produção; difusão; consumo; direito autoral; financiamento e fomento; questões trabalhistas; patrimônio imaterial. Os trabalhos ocorreram sempre na Funarte no Rio de janeiro entre os meses de maio a dezembro de 2005, somando um número expressivo de quase 100 participantes, compostas por especialistas, representações governamentais, representantes setoriais e de classes trabalhadoras. As proposições foram sempre feitas pelos fóruns estaduais através dos grupos temáticos regionais.

Quem participou da câmara setorial de música?

Os Fóruns Estaduais de Música, os estados do Ceará, Pernambuco, Bahia (representando o Nordeste); Pará (único representante da Região Norte); Brasília, Goiás, Mato Grosso do Sul (Região Centro-Oeste); Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo (Região Sudeste);

- Paraná e Rio Grande do Sul (Região Sul). O Setor Privado se fez representar por 10 entidades fixas na Câmara Setorial de Música, alem do governo, no papel de mediador e ao mesmo tempo participe, com cadeiras do MinC, Funarte.

O que é fórum nacional da música?

O Fórum Nacional de Música, fundado em 2005, é a soma de todos os 17 fóruns estaduais constituídos. É uma organização civil, sem vinculo jurídico, com finalidade de dialogar, propor e defender políticas públicas para a música, representando os músicos do Brasil perante o governo e demais instituições. A reunião e a organização de movimentos regionais sobre um único teto foi incentivada pela Funarte para suprir o problema de representação da música e principalmente do músico em relação ao poder público.

Quem são os grupos de pressão? na estrutura existem blocos de interesses?

Existem blocos sim, mas não são totalmente definidos, estão em campos difusos, um pouco mais visível seria a seguinte divisão: sociedade civil composta por trabalhadores, entidades regionais e nacionais voltadas aos artistas, linguagens, estéticas, manifestações culturais, formação e outras; em outro bloco os setores econômicos na soma de setores da indústria fonográfica, produção, comunicação, direitos autorais entre outros; e organizações governamentais. Porém, cada um dos destes grupos mantém posições independentes em relação aos outros conforme o tema em debate.

Na prática, o que foi decidido?

As questões mais importantes, entre quase 200 proposições, são o apoio aos seguintes termos: o retorno da educação musical obrigatória como matéria nas escolas; a mudança das empresas culturais para o regime super simples; a regionalização das verbas da cultura e da lei de incentivo proporcional pelos entes da união através de editais regionalizados; a mudança nas questões trabalhistas dos músicos; a isenção dos fonogramas musicais em qualquer mídia a exemplo do que ocorre nos livros, entre outras também importantes.

O que não foi decidido?

Quase 50 proposições de políticas públicas fundamentais para o desenvolvimento da música no Brasil. Entre os itens vetados, posso destacar as questões de melhoria no sistema de direitos autorais, o apoio a criminalização do jabá, a regulamentação do principio 221 da constituição, a mudança na regulamentação da rádio difusão, entre outras.

Por que algumas questões foram vetadas?

A cadeia produtiva se limitou à participação, e veto, enquanto o FNM apresentou quase que 100% das proposições, tendo apenas algumas proposições pontuais da ABEM – Associação Brasileira de Educação Musical, da Academia Brasileira de Música, da ABEPEC – Associação Brasileira das Emissoras Públicas Educativas e Culturais, da Funarte. As demais fizeram intervenções nas próprias agendas, não chegando a se consolidar como propostas de políticas públicas. Este modelo de interação e aprovação ou não com instrumento de veto, foi o grande problema metodológico causado então pela equipe da Funarte na época, que hoje se percebe foi um equivoco.

Há diferenças de tratamento em relação a outros segmentos artísticos, como dança, circo, teatro?

A Música, como setor, é um misto de manifestação, atividade artística, e econômica, segundo pesquisa feita no Rio de Janeiro, está difusa em quase 200 setores da economia. Nas artes está presente em todas as outras áreas, seja dança, teatro, cinema, circo, etc…  Portanto, desde a composição do colegiado ao tratamento que foi dada à música, de forma igualitária com outras formas de colegiado, foi cometido um equívoco, a música precisa de um formato próprio que atenda suas especificidades. O modelo atual do colegiado não da conta das representações e da agenda da música por delimitar em apenas 15 representações e uma agenda de trabalho por demais dispersa, assimétrica e múltipla.

O que esta em jogo?

O que esta em jogo é a visão de nação que nós iremos formular, a música tem papel decisivo em um país como o Brasil. É um dos maiores setores empregadores 1% da população economicamente ativa segundo o IBGE, porém com altas taxas de informalidade nas relações de trabalho, mais de 90% segundo o IPEA. Segundo a pesquisa realizada em 2005 pela agência Ogilvy, de São Paulo, 65% dos entrevistados, de todas as idades e faixas etárias, consideram a música o item que mais lhes dá orgulho no Brasil. A música está no topo da auto-estima de ser brasileiro. Ainda segundo fonte da Embratur, a “música atrai 60% dos turistas estrangeiros ao Brasil”. Com relação à imagem que o turista cultural tem sobre o Brasil, foram destacadas a musicalidade, as danças e a hospitalidade como as características mais expressivas (60%), seguido das manifestações populares (47%), artesanato e gastronomia (ambos com 30%). A música é um fator estratégico para a consolidação da língua, da educação, da cultura e do estado nacional, portanto deveria ser tratada como setor estratégico fundamental para a garantia da soberania nacional.

Qual o procedimento agora?

As propostas após serem avaliadas pela Secretaria de Políticas Culturais do Ministério da Cultura iram para consulta popular através da Internet, onde serão aceitas sugestões. O resultado sistematizado se transformará no Plano Setorial de Música que integrará o Plano Nacional de Cultura e incluído no Plano Plurianual, portanto política de estado em não apenas do atual governo.

Como as pessoas podem participar?

A participação será livre, qualquer um pode propor sugestões no plano que em breve será divulgado pelo Ministério da Cultura no site www.cultura.gov.br. É hora do povo brasileiro se movimentar em defesa da música brasileira, pois o que está em jogo, é a consolidação de estratégias para melhorar o Brasil através da música.

O Plano Setorial de Música pode ser baixado neste link: Plano Setorial de Música (1)

fonte: http://www.culturaemercado.com.br/noticias/%E2%80%9Cnao-ha-crise-na-musica-o-que-existe-e-a-crise-das-gravadoras%E2%80%9D-diz-relator-do-plano-setorial-de-musica/

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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Edital para escolha dos membros do Conselho Estadual de Política Cultural

Este Edital já foi publicado aqui no dia 14 de fevereiro, mas pela sua importância, republicamos.

Retirado do site da Sec. de Estado da Cultura de Minas Gerais do endereço:

http://www.cultura.mg.gov.br/component/content/article/176-noticias-da-secretaria/658-secretaria-de-estado-de-cultura-convoca-entidades-civis-para-escolha-dos-membros-do-conselho-estadual-de-politica-cultural

A Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais publicou nesta sexta-feira, 03 de fevereiro, edital convocando entidades da sociedade civil de setores artísticos e culturais para inscreverem-se no processo seletivo que escolherá os membros do Conselho Estadual de Política Cultural (Consec). Órgão paritário composto por 11 representantes do poder público estadual e 11 representantes da sociedade civil organizada, o Consec terá caráter consultivo, propositivo e deliberativo e sua missão será contribuir na elaboração e execução da política cultural do Estado.

O prazo para inscrição das entidades encerra-se em 16 de março. Somente poderão participar entidades que tiverem feito cadastramento prévio junto à Secretaria de Estado de Cultura, podendo ser associações, sindicatos e organizações que atuarem prioritariamente na área cultural e que tiverem sido constituídas há, pelo menos, dois anos.

No ato da inscrição, cada entidade deverá indicar o seu candidato à vaga no Conselho Estadual de Política Cultural, o candidato a suplente e o nome da pessoa habilitada a votar em nome da entidade, de acordo com sua área de atuação: teatro; museus e artes visuais; dança e circo; música; produção cultural; arte popular, folclore e artesanato; patrimônio histórico e artístico; literatura, livro e leitura; audiovisual e novas mídias e design e moda. Cada segmento terá direito a uma representação no Consec, sendo que os candidatos a membro do Consec e a suplente devem ser necessariamente pessoas físicas ou jurídicas que desenvolvam atividade artística ou cultural no Estado.

A Secretaria de Estado de Cultura (SEC) divulgará, até o dia 23 de março, através do Minas Gerais e de seu site, a relação de entidades habilitadas para participar da eleição dos indicados a membros do Consec. As entidades inabilitadas terão até cinco dias úteis para recorrer, depois da divulgação do resultado, sendo que a SEC disporá de mais três dias úteis para verificação do recurso.

Saiba mais:

Entenda o que é o Conselho Estadual de Política Cultural

Confira como fazer o cadastramento de entidades civis para indicação e escolha dos membros do Consec

Tire suas dúvidas sobre o Conselho Estadual de Política Cultural

Confira os prazos para cadastramento e eleição dos membros do Consec

Eleição dos Conselheiros

Depois do processo de habilitação, a Secretaria de Estado de Cultura convocará as entidades habilitadas para votar, no dia 10 de abril, nos candidatos a conselheiro e a suplente que representem o seu segmento cultural. Os nomes deverão ser escolhidos entre aqueles que foram apresentados na fase de habilitação.  A eleição ocorrerá a partir das 14 horas, na Cidade Administrativa, no 9º andar do Edifício Gerais.

De posse do resultado da votação, a Secretaria procederá à composição das listas tríplices de cada segmento, compostas pelos três primeiros colocados em cada votação. As listas serão encaminhadas ao Governador do Estado, que designará e nomeará os membros da sociedade civil que comporão o Conselho Estadual de Política Cultural, assim como os respectivos suplentes.

O processo de escolha da composição do Consec será coordenado por uma Comissão Eleitoral, composta por cinco representantes do poder público, sendo quatro do Poder Executivo e um do Poder Legislativo, indicados pela Secretaria de Estado de Cultura e pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

A comissão será responsável por analisar os pedidos de inscrição, coordenar a Assembléia Eleitoral, fiscalizar o processo de votação e enviar os resultados para composição das listas tríplices que serão encaminhadas ao governador.

Telefone para informações: (31) 3915-2650

Confira também:

Edital de Convocação de Entidades Civis para Composição do Conselho Estadual de Política Cultural (arquivo PDF)

Retificação no Edital de Convocação de Entidades Civis Para Composição do Conselho Estadual de Política Cultural (arquivo PDF)

Formulário para cadastro de entidades civis que indicarão membros para compor o Conselho Estadual de Política CulturaL (Anexo I) (arquivo Word)

Lei Delegada nº 180, de 20 de janeiro de 2011 (arquivo PDF)

Decreto nº 45.652, de 21 de julho de 2011 (arquivo PDF)

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Quadrinhistas brasileiros Adão, Fábio Zimbres, Victor Cafaggi confirmados em novo volume da revista Fierro

Retirado da Revista OGRITO em 28/02/12 do endereço:

http://www.revistaogrito.com/page/blog/2012/02/27/quadrinhistas-brasileiros-adao-fabio-zimbres-victor-cafaggi-confirmados-em-novo-volume-da-revista-fierro/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+revistaogrito+%28Revista+O+Grito%21%29

Seis dese­nhis­tas bra­si­lei­ros irão par­ti­ci­par do segundo volume Fierro Brasil, que chega às livra­rias e comic-shops no final de março. O livro, com 160 pági­nas, é uma ver­são bra­si­leira da pres­ti­gi­ada publi­ca­ção argen­tina de qua­dri­nhos. O lan­ça­mento é da Zarabatana Books. Entre os nomes estão Fábio Moon, Adão Iturrusgarai, Fábio Zimbres, Victor Cafaggi, Laudo Ferreira Júnior e André Ducci.

Este segundo número do álbum, assim como o ante­rior, irá mes­clar tra­ba­lhos naci­o­nais com os de auto­res argen­ti­nos. Para esta edi­ção, foram sele­ci­o­na­das his­tó­rias de qua­dri­nis­tas impor­tan­tes do país vizi­nho, como Maitena, Liniers, Horacio Altuna, Enrique Breccia, Carlos Nine, Lucas Varela, Juan Giménez, José Muñoz e Carlos Sampayo.

A capa foi ilus­trada por El Tomi, que tam­bém pro­du­ziu uma das his­tó­rias em qua­dri­nhos deste novo volume. A Fierro foi edi­tada ini­ci­al­mente entre 1984 e o iní­cio da década de 1990, depois reto­mada a par­tir de 2006. A edi­ção bra­si­leira faz uma sele­ção de his­tó­rias cur­tas des­ses seis anos da publicação.

As his­tó­rias lon­gas, que são publi­ca­das em capí­tu­los na revista argen­tina, estão sendo edi­ta­das pela Zarabatana Books na Coleção Fierro, que já publi­cou Noturno, de Salvador Sanz e em breve lan­çará Dora, de Ignacio Minaverry. O pri­meiro volume Fierro Brasil foi lan­çado em março de 2011.

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O que significa a originalidade no mundo de hoje?

Retirado do Overmundo em 28/02/12 do endereço:

http://www.overmundo.com.br/overblog/o-que-significa-a-originalidade-no-mundo-de-hoje-1

Por Ronaldo Lemos · Rio de Janeiro, RJ

O texto abaixo é resultado de uma conversa com o jornalista Bruno Yutaka Saito. Ele trata da questão da "originalidade" e de como ela acontece hoje, em um mundo transformado o tempo todo pela tecnologia. É claro que é um começo de uma conversa que não tem fim, mas ei-lo aqui.

 Bruno Yutaka Saito

Bruno: É importante ser original na música hoje em dia? A originalidade é superestimada?

Ronaldo Lemos: Vivemos em um momento em que há um culto enorme à originalidade e à inovação. Isso acontece não só na cultura, mas também na ciência, na economia e na sociedade em geral. A ideia de "originalidade" ou "novidade" tem uma função muito peculiar nos nossos tempos: estimular o consumo. O culto à originalidade leva a uma busca cada vez mais acelerada pelo novo. É só pensar em como a moda cresceu em importância global nos últimos 15 anos: os ciclos da moda estão cada vez mais rápidos. A função da moda não é gerar novidades, mas sim fazer com que o novo se torne obsoleto o mais rápido possível. E isso estimula o consumo de forma permanente. Dá para ver isso na música e na cultura de modo geral. A todo momento surgem estilos ou cenas novas, que se tornam populares do dia para noite, e depois ficam fora de moda. É como o consumo cultural tivesse se aproximado da dinâmica da moda.

Bruno: Você acredita que a banda larga/mp3/ipod ao mesmo tempo em que tornaram a música um bem muito mais acessível, ao mesmo tempo transformou-a numa coisa inofensiva, apenas um som ambiente enquanto fazemos tarefas diárias?

Ronaldo LemosRL: A internet e a cultura digital aumentaram enormemente a produção e o acesso à música. O problema não é que a música se tornou inofensiva, ao contrário. Olhando com cuidado, mesmo no pop há músicas mais "perigosas" do que jamais foram feitas. O atirador da Noruega, por exemplo, fez uma "playlist" com artistas segregacionista para estimular outros insanos. No entanto, nossa atenção hoje é difusa demais para prestar atenção em cada detalhe. Mas nem por isso a música deixou de ter impacto social: ela continua essencial na construção de identidades coletivas e também como expressão de contextos e ideias políticas (como a música "gay" que nunca parou de crescer, tem a ver com liberdade e afirmação, e se materializa em festivais e baladas próprias).

Bruno: Em uma entrevista neste ano ao Guardian, Godard disse: “Film is over. It's sad nobody is really exploring it. But what to do? And anyway, with mobile phones and everything, everyone is now an auteur”. Essa ideia pode ser aplicada à música? A atual cultura do remix (não só na música eletrônica, mas de uma forma geral) e o enorme manancial de arquivos digitais mudaram para melhor a música, democratizando-a?

RL: Essa ideia expressa pelo Godard de que o cinema morreu diz respeito a uma ideia específica de cinema. E mesmo esse cinema não morreu. Ele continua fazendo muito sentido, produzindo obras incríveis. A questão é que ele compete hoje com muitas outras práticas de expressão audiovisual. O que ele vê como "morte" é apenas um deslocamento: o "cânone" ocupa mais um lugar central, ele muda de posição, passa a conviver com outras formas, fica descentralizado. Mas mesmo assim, dentro dessa nova posição, não significa que tenha perdido vigor. Nunca se produziu tantos filmes ou tanta música. Esse momento atual representa também uma explosão de criatividade.

Bruno: Você costuma escrever que a música vibrante atualmente é produzida nas periferias do mundo. Por que isso acontece? Mas, mesmo o tecnobrega: ele realmente é “novo”, uma vez que remete aos anos 80?

RL: A inovação vem cada vez mais das pontas, das margens. Com a música não é diferente. Quanto mais próximo você está do centro mais próximo está também de linguagens, estilos e práticas consolidadas. Claro que dá para ser criativo, mas em geral isso acontece dentro de modelos já conhecidos. Já a música periférica não tem essa preocupação. São cenas vivas e mutantes, que produzem muito e onde há um espaço enorme para o acidente, a precariedade e o acaso. Não precisam "passar recibo" para nenhuma estética mais estabelecida. Quando isso é conjugado com a internet e a tecnologia digital, há uma explosão global. Cenas se fortalecem e outras aparecem em todo lugar, como a champeta na Colômbia, a cumbia villera na Argentina, o bubllin na Holanda e no Suriname, o kuduro em Angola, o shaghaan electro na Africa do Sul e assim por diante. No Brasil, há o tecnobrega, o funk, a pisadinha, o lambadão cuiabano,o forró eletrônico só para dar alguns exemplos. São músicas superpopulares, que falam para milhões de pessoas e dialogam entre si sem passar pelo "centro", que torce o nariz para o fato de serem abusadas e nada respeitosas com o "cânone" do bom gostousual. De tempos em tempos, períodos de reinvenção macontece também no centro, como nos anos do pós-punk e 79 a 81, ou na primeira geração das raves de 89 a 92. Só que nas pontas esse processo é permanente.

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Sistema Nacional de Cultura

Retirado do site do Minc em 28/02/12 do endereço:

http://www.cultura.gov.br/site/2012/02/27/sistema-nacional-de-cultura-32/

MinC lança programa de apoio à implementação de Sistemas de Cultura em estados e municípios

A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, lança na próxima sexta-feira, 2 de março, o Programa de Fortalecimento Institucional pela Implementação do Sistema de Cultura. O evento faz parte da programação do 1º Seminário Planos de Cultura, organizado pela Secretaria de Articulação Institucional do Ministério da Cultura (SAI/MinC), em Brasília, entre os dias 29 de fevereiro e 2 de março.

O programa prevê o apoio a estados e municípios na elaboração de seus Planos de Cultura, além de auxiliar as Representações Regionais do MinC na constituição dos sistemas estaduais e Municipais de Cultura (em parceria com a Unesco) e também apoiar a formação de gestores culturais do Nordeste, contando com a colaboração de equipes técnicas da Fundação Joaquim Nabuco e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). As duas últimas ações serão lançadas posteriormente,  até o final de março.

O lançamento será realizado no Complexo Cultural da Fundação Nacional de Arte (Funarte/MinC), a partir das 9h do dia 2, encerrando as atividades do seminário. Além da ministra Ana de Hollanda, estarão presentes os principais dirigentes do Sistema MinC, entre eles, o secretário de Articulação Institucional, João Roberto Peixe, secretários estaduais e municipais de Cultura e assessores técnicos que irão trabalhar no projeto.

Parceria com as Universidades

Para auxiliar na elaboração dos Planos de Cultura, o MinC contará com a parceria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Durante o lançamento do programa, a ministra Ana de Hollanda irá assinar Portaria criando os Conselhos Gestores Nacionais dos projetos e o secretário João Roberto Peixe firmará os Termos de Cooperação entre o ministério, as universidades e os estados e municípios.

A UFSC será a responsável pelo apoio técnico à elaboração dos Planos de Cultura de 17 estados e a UFBA irá auxiliar na elaboração dos planos de Cultura de 20 municípios, sendo 12 capitais e 8 cidades de regiões metropolitanas. Todos os entes federados envolvidos estão integrados ao Sistema Nacional de Cultura.

O tripé de apoio à elaboração das políticas públicas que vão compor os planos regionais, conforme informou a coordenadora da Secretaria de Articulação Institucional do Ministério da Cultura (SAI/MinC), Ângela de Andrade, são a participação dos entes federados  e da sociedade civil; a  setorialidade das ações e a consideração da territorialidade, aspectos que  valorizam a diversidade regional das políticas.

Os planos regionais de cultura serão construídos com a contribuição da sociedade a partir dos subsídios colhidos durante as Conferências Estaduais e Municipais de Cultura e dos debates realizados dentro dos Conselhos de Política Cultural.  Apoiar estados e municípios na implantação de políticas públicas faz parte das atribuições do MinC, determinadas pela Lei 12.343/2010 que instituiu o Plano Nacional de Cultura (PNC).

O Seminário

O 1º Seminário Planos de Cultura terá início nesta quarta-feira, 29/2, a partir das 9h, no Centro de Convenções da ELO Consultoria, Edifício Corporate Financial Center, SCN, Qd. 2, Bl. A 1º andar,. O telefone para contatos é (61) 3327-1142.  Serão realizados, entre o dia 29/2 e 1º/3, dois encontros distintos, um para debater os Planos Estaduais e outro para os Planos Municipais. No encerramento do seminário haverá a solenidade de lançamento do Programa de Fortalecimento Institucional pela Implementação do Sistema de Cultura. O seminário contará com a participação de assessores do MinC e das Secretarias de Cultura dos estados e dos municípios, além de consultores técnicos e representantes das universidades.

(Texto: Patrícia Saldanha, Ascom/MinC)

(Arte: Ygor Silva – Ascom/MinC)

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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Creative Commons fecha acordo com “ECAD francês” para difusão de obras

Retirado do Cultura e Mercado em 27/02/12 do endereço:

http://www.culturaemercado.com.br/direitoautoral/creative-commons-fecha-acordo-com-ecad-frances-para-difusao-de-obras/

Da Redação

A Sacem (Sociedade de Autores, Compositores e Editores de Música da França) e o Creative Commons anunciaram a assinatura de um acordo para a difusão de obras licenciadas em Creative Commons.

Diferente do Brasil, o modelo europeu de gestão coletiva prevê que os artistas promovam a cessão dos seus direitos para as sociedades arrecadadoras, o que dificultaria o licenciamento através do Creative Commons.

Por aqui essa questão não ocorre, uma vez que as sociedades arrecadadoras, como o ECAD, não são titulares dos direitos dos autores, mas apenas mandatárias destes para fins de efetuar a arrecadação.

O acordo permite aos membros da Sacem promover suas obras em CC para uso não comercial. Ele combina a utilização de Licenças Não Comerciais do Creative Commons e o modelo de acompanhamento e repartição da entidade francesa. Trata-se de uma experiência piloto de 18 meses, que será concluída com um balanço entre ambas as partes.

*Com informações do site Creative Commons Brasil


Redação http://www.culturaemercado.com.br

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Cobertura: O que aprendemos com o Oscar 2012

Não gostamos do Oscar, mas gostamos da Revista OGRITO, então vai aí, o texto está legal!

Retirado da Revista OGRITO em 27/02/12 do endereço:

http://www.revistaogrito.com/page/blog/2012/02/27/oscar-2012-o-artista-sai-consagrado-hugo-vence-premios-tecnicos-e-caozinho-uggie-e-destaque-o-que-aprendemos-com-a-edicao-deste-ano/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+revistaogrito+%28Revista+O+Grito%21%29

oscarcapa

SURPRESA ZERO

O Artista sai con­sa­grado, Hugo vence prê­mios téc­ni­cos e cão­zi­nho Uggie é des­ta­que: o que apren­de­mos com a edi­ção deste ano

Da Revista O Grito!

E o Oscar mais uma vez rendeu-se ao óbvio e não sur­pre­en­deu. O Artista ven­ceu como melhor filme, dire­ção (Michel Hazanavicius) e Jean Dujardin como melhor ator. Meryl Streep ganhou pela inter­pre­ta­ção de Margaret Thatcher, em A Dama de Ferro, Octavia Spencer como melhor atriz coad­ju­vante em Histórias Cruzadas e Woody Allen como rotei­rista de Meia-Noite em Paris. No meio disso tudo, a única sur­presa para que­brar a mono­to­nia foi a che­gada triun­fal do cão­zi­nho Uggie — que diziam estar bar­rado na festa.

No ano em que os filme home­na­ge­a­ram o sau­do­sismo do cinema, A Invenção de Hugo Cabret e O Artista foram con­sa­gra­dos, cada um com 5 esta­tu­e­tas. Com leve vitó­ria para o longa fran­cês, que levou as cate­go­rias nobres. Como fize­mos no Globo de Ouro, fize­mos uma cober­tura ~ ana­lí­tica ~ do que apren­de­mos com a edi­ção deste ano. Mas, antes, veja a lista dos ven­ce­do­res.

BILLY CRISTAL IGUAL PICOLÉ DE CHUCHU

A Academia pre­fe­riu não cor­rer ris­cos com apre­sen­ta­do­res tui­tei­ros e cha­pa­dos (James Franco) e cha­mou seu lugar-comum, Billy Cristal. Mas, deca­dente, o ator não cha­mou aten­ção nem quando fazia pia­das ruins. Saiu-se inex­pres­sivo, sem sal, um picolé de chu­chu. Talvez tenha sido esse o intuito, tirar a aten­ção do apre­sen­ta­dor e levar à festa em si. A única parte ins­pi­rada foi quando tro­lou o pre­si­dente da Academia de Artes e Ciências, dizendo que seu dis­curso ins­ti­tu­ci­o­nal foi “ele­tri­zante”. Igualmente cha­tas foram suas apa­ri­ções. Nem quando fazia pia­das com negros ame­ri­ca­nos con­se­guiu ser con­tro­verso. Ai, que falta faz um Ricky Gervais.

BRADLEY COOPER PROVOCA OVULAÇÕES

A Academia é sem­pre óbvia em cha­mar seus apre­sen­ta­do­res. Mas, acer­tou na esco­lha cer­teira de Bradley Cooper. O ator nunca con­se­guiu um papel rele­vante no cinema, mas anda batendo de mil a zero em sim­pa­tia e beleza que seus cole­gas con­sa­gra­dos — Tom Cruise, Tom Hanks, Sandra Bullock, todos em apa­ri­ções bem monó­to­nas. No Twitter, sem­pre que apa­re­cia, era uma grita! Outros apre­sen­ta­do­res que diver­ti­ram esta noite foram Cameron Diaz e Jennifer Lopez (os pei­tos quase pulando fora), o elenco de Missão Madrinha de Casamento e Emma Stone toda eufó­rica por apre­sen­tar o Oscar pela pri­meira vez.

HUGO É PERFEITO TECNICAMENTE — E SÓ

Os votan­tes da Academia devem ainda não ter enten­dido bem a pro­posta de A Invenção de Hugo Cabret. Acham que a pro­du­ção é bonita, bem feita, mas ainda um entre­te­ni­mento vol­tado para cri­an­ças, uma boa diver­são. Por isso, todos os prê­mios téc­ni­cos que rece­beu e nenhum nobre, nem mesmo o de dire­ção para Martin Scorsese, que era favo­rito. Hazanavicius, o homem que até então era conhe­cido ape­nas por seus fil­mes paró­dia de 007 tirou o Oscar de um dos nomes mais conhe­ci­dos e que­rido da indús­tria em Hollywood. Isso sim foi um feito grande, até mais do que toda a ousa­dia do filme mudo O Artista.

CHRISTOPHER PLUMMER SÓ É DOIS ANOS MAIS NOVO QUE O OSCAR — E OSCAR NIEMEYER JÁ TINHA 20 NA PRIMEIRA CERIMÔNIA

Foi bom ver Christopher Plummer ven­cer o Oscar de melhor ator coad­ju­vante pelo seu papel em Toda Forma de Amor (que foi direto para DVD no Brasil). O filme não é nada demais, mas a inter­pre­ta­ção do ator de um homem que assume a homos­se­xu­a­li­dade na velhice é bem tocante. Ele torna-se o homem mais velho a rece­ber a esta­tu­eta: 82 anos. Foi dele uma das melho­res fra­ses da noite: “Você é ape­nas 2 anos mais velha do que eu. Aonde esteve esse tempo todo”, disse olhando para o tro­féu. Ele só perde — como lem­brou o Twitter — para Niemeyer, que tinha já 20 anos na pri­meira cerimô­nia do prê­mio 84 anos atrás.

A GLOBO TE DESPREZA

A TV Globo deu um show de mal­dade com os ciné­fi­los sem TV a cabo ao exi­bir o Oscar com quase duas horas de atraso. Mais de cinco prê­mios já tinham sido entre­gues, entre eles o de melhor atriz coad­ju­vante quando ela come­çou a exi­bir. Tudo por­que não pode­ria dei­xar de exi­bir o Big Brother Brasil um único dia. O pior é que quando ini­ciou sua trans­mis­são, em nenhum momento fez ques­tão de atu­a­li­zar o espec­ta­dor, dizendo que a festa já tinha come­çado há tem­pos, os momen­tos mais impor­tan­tes e o por­que de sua deci­são em reta­lhar o evento. Com os direi­tos de trans­mis­são nas mãos, ela mais uma vez criou seu uni­verso para­lelo e ali­e­nou sua audi­ên­cia. O bônus: os comen­tá­rios de José Wilker, que disse que Meia-Noite Em Paris de Woody Allen tinha sido feito às pres­sas e momen­tos ins­pi­ra­dos como “fazer cinema é um des­lum­bra­mento, um sonho”.

CARLINHOS BROWN PERDEU O “NOSSO” OSCAR

Maior balu­arte de nossa baixa auto-estima, Carlinhos Brown não con­se­guiu tra­zer o Oscar de melhor can­ção por Rio. Venceu o favo­rito (menos pra gente), Muppets. E ele nem con­se­guiu a gló­ria de apa­re­cer na trans­mis­são do Oscar. Foi apa­re­cer somente de relance quando todos levan­ta­ram para aplau­dir Meryl Streep. Ali, no meio das gran­des estre­las, ele teve o seu momento. Foi triste.

BRAÇOS E PERNAS DE ANGELINA AINDA SEGUEM ASSUSTANDO

Se no Globo de Ouro, a hash­tag #bra­cos­de­an­ge­lina era prova do quanto as pes­soas esta­vam assus­ta­das com a magreza da atriz, neste Oscar, quem rou­bou a cena foi sua perna direita. Teve até direito a um Twitter: @AngiesRightLeg. A pre­sença de Angelina em todas as pre­mi­a­ções mos­tra o pres­tí­gio dela den­tro da indús­tria hollywo­o­di­ana, mesmo sem papeis recen­tes de des­ta­que. Aqui, ela ser­viu para pro­vo­car buzz em uma festa bem monó­tona. Tem até os 10 melho­res momen­tos de sua perna na cerimônia.

WOODY ALLEN SEGUE SAMBANDO

O dire­tor e escri­tor Woody Allen segue mos­trando que não está dando a mínima para que o que os votan­tes da Academia acham dele. Venceu o Oscar de melhor roteiro ori­gi­nal, mas claro, não deu-se ao tra­ba­lho de ir bus­car a estatueta.

IRÃ CONFIRMA FAVORITISMO

Primeiro filme ira­ni­ano a ven­cer o Oscar, a Separação encerra sua tem­po­rada de prê­mios com o prê­mio de melhor filme em lín­gua estran­geira (estava ainda indi­cado para roteiro ori­gi­nal). O dire­tor fez um dis­curso curto, mas con­tu­dente: “Dedico este prê­mio às pes­soas de meu país, pes­soas que res­pei­tam todas as cul­tu­ras e civi­li­za­ções”. Fez ainda crí­ti­cas à polí­tica no País.

JEAN DUJARDIN O MISTER SIMPATIA VENCE COM SEU SORRISO-ATENTADO

Sem falar nada, o fran­cês Dujardin des­ban­cou George Clooney, que era um dos favo­ri­tos ao prê­mio. Seu papel por O Artista quase não tem falas, mas ele chama aten­ção pela expres­são e, claro, por seu sor­riso. Agradeceu dizendo que “amava seu país”. E arre­ba­tou com “puta que pariu! Isso é muito louco”.

UGGIE FOI A MAIOR SURPRESA E CHAMOU ATENÇÃO MESMO APARECENDO POUCO

Bem ves­tido e todo ele­gante, o cão­zi­nho Uggie cha­mou aten­ção nas pou­cas vezes em que apa­re­ceu na tela. Primeiro foi em uma brin­ca­deira de Billy Cristal, que ten­tava adi­vi­nhar o que esta­vam pen­sando os artis­tas — e lá estava Uggie. Depois foi quando O Artista levou o prê­mio de melhor filme — ele de novo, ape­nas sendo fofo. Michel Hazanavicius che­gou a agradecê-lo quando rece­beu o Oscar de melhor dire­ção. Veterano, Uggie é um dos des­ta­ques de O Artista, e depois desse longa ganhou enfim, sua apo­sen­ta­do­ria. Que chave de ouro, essa!.

Veja a lista dos vencedores

Melhor Filme

O Artista

Melhor Atriz

Meryl Streep, por A Dama de Ferro

Melhor Ator

Jean Dujardin, por O Artista

Melhor Atriz Coadjuvante

Octavia Spencer, por Histórias Cruzadas

Ator Coadjuvante

Christopher Plummer, por Toda Forma de Amor

Melhor Diretor

Michel Hazanavicius, por O Artista

Melhor Edição

Millenium — Os Homens que não Amavam as Mulheres

Melhor Documentário

Undefeated

Melhor Documentário em Curta-Metragem

Saving Face

Melhor Animação

Rango

Melhor Trilha Sonora

O Artista

Melhor Canção Original

Man or Muppet, de Os Muppets (Bret McKenzie)

Melhor Roteiro Original

Meia-noite em Paris

Melhor Roteiro Adaptado

Os Descendentes

Melhor Som

A Invenção de Hugo Cabret

Melhor Edição de Som

A Invenção de Hugo Cabret

Melhores Efeitos Visuais

A Invenção de Hugo Cabret

Melhor Curta-Metragem de Animação

The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore

Melhor Curta-Metragem

The Shore

Melhor Filme Estrangeiro

A Separação

Melhor Maquiagem

A Dama de Ferro

Melhor Figurino

O Artista

Melhor Direção de Arte

A Invenção de Hugo Cabret

Melhor Fotografia

A Invenção de Hugo Cabret

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Investidor Anjo

Retirado do Cultura e Mercado em 27/02/12 do endereço:

http://www.culturaemercado.com.br/tvcem/investidor-anjo/

Da Redação

O que é um Investidor Anjo, o que ele busca, como ele atua?

Saiba um pouco mais sobre esse tipo de investimento e conheça a São Paulo Anjos, associação de investidores apoiadora do programa Empreendedores Criativos, em palestra de Elcio Morelli.

Redação http://www.culturaemercado.com.br

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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Da lama a lama - 15 anos sem Chico Science

Retirado do Overblog em 24/02/12 do endereço:

http://www.overmundo.com.br/overblog/da-lama-a-lama-15-anos-sem-chico-science

Gil Vicente/Arquivo Pessoal

Por Pedro Farias · Recife, PE

A lama tem um sentido especial para o mangue, é dela que se nutre sua verde e frondosa vegetação, onde são construídas quilométricas galerias pelas quais circulam os caranguejos. Com ela é forjado o cerco entre rio e mar dando forma a ambientes assimétricos provedores de um fluxo vital constantemente transformado e renovado assegurando a manutenção da ordem em meio à dinâmica natural do caos.

O cenário liquefeito/heterogêneo ainda hoje não se permite solidificar por toneladas de concreto, "insaneamento" básico e descaso, ao passo que ininterrupto margeia um caminho resistente e sem silenciar regenerando-se com propriedade hepática (cuja qual nem as mais avançadas técnicas de cultivo e manejo da agricultura celeste poderiam subsidiar), enquanto presencia o cataclisma urbanóide.

Indo um pouco mais adiante e sem querer rasgar muita seda, a metáfora mangue, surgida há 21 anos quase completos, deu origem à cooperativa cultural subversora de lógicas e práticas até então "invioláveis" ao apropriar-se da ainda primitiva tecnologia digital, da ficção científica, do futurismo, do centro, da periferia, da cidadania mundial, da gréia e enfaticamente (mas não acima de tudo) da música.

Chico e sua ciência foram peças chave na emergência do Manguebeat. Como mercador ambulante, passeou pelos tambores do maracatu, pelas rodas de coco e ciranda, nas ruas do Bronx/Brooklyn, Rio Doce, Peixinhos, Chão de Estrelas, Aurora até o Pina; chegou longe em pouco tempo e carregou para onde foi Pernambuco e seus mestres: Josué de Castro, João Cabral, Lia de Itamaracá, Lampião, Mestre Salu, Zumbi e tantos outros; foi embora muito cedo também, mas seu passado, mesmo depois de 15 anos de partida ainda se faz presente no consciente coletivo da Manguetown, seja em um grafite de rua, no som das carroças de disco pirata ou na conversa entre amigos, de toda maneira, a saudade para aqueles que o conheceram fica, assim como a vontade de ter visto um show para os demais.

A analogia entre a diversidade dos mangues e a cena que ajudou a criar é pertinente ao momento, uma passagem do romance “Homens e Caranguejos” vem a mente quando Josué de Castro narra o homem do mangue em uma relação beirando a simbiose com o caranguejo, tais personagens se complementam e reconfiguram o ambiente num ciclo de elementos conectados entre si e com a lama, lugar final onde homens e caranguejos se tornariam um só.

(...) "Os mangues do Recife são o paraíso do caranguejo. Se a terra foi feita para o homem, com tudo para bem servi-lo, o mangue foi feito especialmente para o caranguejo. Tudo aí é, foi, ou está para ser, caranguejo, inclusive a lama e o homem que vive nela. A lama misturada com urina, excremento e outros resíduos que a maré traz. Quando ainda não é caranguejo, vai ser. O caranguejo nasce nela, vive dela, cresce comendo lama, engordando com as porcarias dela, fabricando com a lama a carninha branca de suas patas e a geléia esverdeada de suas vísceras pegajosas.

Por outro lado, o povo vive de pegar caranguejo, chupar-lhe as patas, comer e lamber os seus cascos até que fiquem limpos como um copo e com sua carne feita de lama fazer a carne do seu corpo e a do corpo de seus filhos.

São duzentos mil indivíduos, duzentos mil cidadãos feitos de carne de caranguejos. O que o organismo rejeita volta como detrito para a lama do mangue para virar caranguejo outra vez.

Nesta aparente placidez do charco desenrola-se, trágico e silencioso, o ciclo do caranguejo. O ciclo da fome devorando os homens e os caranguejos, todos atolados na lama." (...) (Josué de Castro, 1967, p.26)

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Duelo de MC’s – Edição Especial

Retirado do Romã Mídia Livre em 24/02/12 do endereço:

http://www.romamidialivre.com.br/2012/02/duelo-de-mc%E2%80%99s-%E2%80%93-edicao-especial/

Sexta-feira, 24 de fevereiro, tem Duelo de MC’s em edição especial. O desafio, agora, envolve oito MC’s de Belo Horizonte e oito do Distrito Federal. O local da “batalha” é o palco do Viaduto Santa Teresa, cujas pilastras serão grafitadas por Mone e Celo. Pontualmente, às 21 horas.

Realização do coletivo Família de Rua, o Duelo de MC’s ocupa semanalmente o Viaduto Santa Tereza, com o melhor das manifestações artísticas do Hip Hop.

Dia 24 de fevereiro de 2012

Sexta-feira, às 21h

Local: Viaduto Santa Tereza

Entrada: Franca

Classificação etária: Livre

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3 curtas nordestinos serão premiados na MFL 2012

Retirado do site da Mostra do Filme Livre em 24/02/12 do endereço:

http://www.mostradofilmelivre.com/noticias/2024/

Com imensa alegria a MFL anuncia os primeiros destaques de sua edição 2012. Os realizadores dos curtas abaixo virão ao evento no Rio de Janeiro para receberem seu troféu Filme Livre! e conversar com o público. Também já ganharam textos inéditos escritos pela curadoria da mostra! Começamos divulgando os 3 filmes do Nordeste que este ano serão protagonistas livres e seus respectivos textos! Em breve os demais curtas e longas premiados na Mostra do Filme Livre 2012, que começa dia primeiro de março no Centro Cutlural Banco do Brasil do Rio, seguindo depois para Brasília e São Paulo.

A FELICIDADES DOS PEIXES, de Arthur Lins, de João Pessoa

“Você é mais fechado, viu. Você tem algum segredo aí dentro.” No curta A Felicidade dos peixes, quem diz essa frase é a prostituta, única figura do presente, com a qual o protagonista se relaciona, rapidamente. Pressinto a força deste personagem solitário e apático; sua potencia é uma espécie de sombra, ou a falta dela. Quem sabe são as lembranças do protagonista, “é, só lembrança” ele repete. Imagens em VHS de uma criança no mar, som de toca-fitas de uma suposta carta da filha perdida no mapa, um peixe laranja no plástico que se dá às crianças, uma piscina vazia, ruidosa e o trabalho- pão de cada dia. Sem muito esforço, nem paixão, toda a existência deste protagonista parece estar contida no mesmo plástico do peixe enquanto a vida autocaminha por uma cidade qualquer, cada um na sua; a vida e a existência.

Neste espaço, entre uma e outra, há uma melancolia essencial, uma falta difusa. Uma falta. De quê?

Não há objeto de verdade. É um filme em suspenso. Atem-se aos mínimos gestos. Narra a banalidade. Um homem rodeado de sons; a trilha sonora de seus dias ali, naquele apartamento com vista e varanda. Há uma espera em algum momento. Algo que não se materializa. Uma espera metafísica que desemboca num sexo pago, sem violência. Há sequidão. Ternura também. Nada está claro, o filme acontece numa zona incerta, de todas e de nenhuma possibilidade. Há um presente também, bem delimitado por plano fixos e simples. Há passagens de tempo-espaço graças ao terceiro aquário; a televisão. Há um MUNDO PET, que não é exatamente um mundo cão. É o mundo de um cão domado. Contido. MUNDO PET, você tem algum segredo aí dentro, viu? E o bilhetinho da sorte entregue na caixa do Yakisoba sugere; “Na beira do abismo, puxe as rédeas do cavalo.” Há um abismo mudo e imenso do lado de lá deste curta. Uma falta sem medida para além dos aquários. Uma saudade. É poesia.      Por Manu Sobral

CELLPHONE, de Daniel Lisboa, da Bahia

Uma história acerca de Cellphone. Que me faz pensar na premissa mesmo do diretor; propor um diálogo no espaço da invisibilidade entre ficção e documentário. Agora, alongo-me nas confusões geradas por este curta. Ele foi exibido num contexto de direitos humanos, e bastante criticado no momento. Aborda questões de Direitos Humanos? Primeira dúvida essencial. Eu defendi, sim, porque em muitos dos discursos documentais do filme, revela-se claramente o machismo tão enraizado na cultura da cidade. Um homem não pode ser baby-sitter, isso aqui é Salvador, meu rei, Brazil. Uma mulher na flor da idade está frígida com você, logo está lhe traindo, procura-se detetive com experiência no assunto. Pequenos crimes. Ao mesmo tempo, o curta trata destas questões sociais, de intimidade urbana também, com bastante humor, fugindo do estereótipo de uma suposta militância. Não, não é um filme denúncia de assuntos subterrâneos, nem mesmo de machismo (este foi um recorte pessoal) audíveis nas zonas etéreas das frequências telefônicas; é um filme-trote, tece uma ficção de acasos no meio de uma multidão munida de aparelhos. Uma ideia simples, revela intimidades no espaço urbano. Assuntos cotidianos. Voltando à polêmica. Uma militante de direitos humanos viu o curta como uma ameaça, sim ameaça, à um dos Direitos fundamentais: o direito à privacidade. Foi falado, o curta sugere uma situação onde anônimos podem ser grampeados, monitorados, o que remete à uma gravíssima infração; a de desrespeitar o direito que uma pessoa tem de controlar e disponibilizar as informações acerca de si. Ou seja, Cellphone foi, na ocasião, apontado como um curta que poderia, dentro de um contexto de Direitos Humanos, incentivar um estado controlador e não democrático. Monitoramento arbitrário de informações privadas. Foi um rolo. Para saber, no meio da reunião, se eram realmente grampos telefônicos, pois se fossem, estaria fora de questão apresentar o curta. Mas o fato não é fato e do outro lado das linhas, estavam atores, numa central organizada pelo diretor, passando espécie de trotes para números recolhidos em anúncios colados na rua. Cai então na água a suspeita de que o curta invade o espaço de liberdade do individuo por meio de prática ilícita. E o filme acaba até sendo premiado com o selo dos Direitos Humanos. Pois é. Fica aqui a deixa: de que forma um filme, com uma proposta narrativa não usual e ousada, pode suscitar de um lado indignação-estranhamento e de outro levantar questões tão poderosas quanto a do estado democrático. Não me pergunte porém, como este caminho crítico, meio torto, a história dos grampos foi tomar conta da cena, mas tomou. E ainda que fossem grampos, concordo, seria um filme feito de modo ilícito (como foi feito Frequencia Hanoi, outro curta dos irmãos Lisboa), mas este espaço invisível é ou não é um terreno da teia social? Do real? E outra; a suposta liberdade garantida por nosso estado democrático (teoricamente sem abusos nem invasões) é ou não está sendo constantemente ameaçada? Fica a ideia. Pode ser uma chave de leitura meio estranha para Cellphone, um filme bem-humorado, mas vale a pena refletir até que ponto uma estrutura narrativa de fronteira pode incomodar o espectador e o status quo.    Por Manu Sobral

EUROPA, de Leonardo Mouramateus, de Fortaleza

O Ceará é um Estado peculiar. Popularmente conhecido por seus comediantes, como Renato Aragão, Chico Anísio, Tom Cavalcante, etc, ele tem no outro extremo a sua nova geração cinematográfica, que tem investido em um cinema contemplativo e nada “Zorra Total”, vide a obra de cineastas como os Irmãos Pretti (na verdade cariocas, mas que produziram bastante por lá), os Irmãos Parente, Ivo Lopes Araujo, Petrus Cariri, entre outros.

“Europa”, de Leonardo Mouramateus, também segue esta linha, tendo um dispositivo bastante curioso. O provocador título é explicado logo no terceiro plano, ao percebermos os nomes das ruas de uma humilde localidade cearense (Rua Itália, Rua França, Rua Bélgica etc). Aliás, o autor, numa boa sacada, simplesmente não botou o título em seu filme (soubemos que é oficialmente “Europa” por causa da capa do DVD e por ele tê-lo escrito com este nome). Criado este conceito, ele deixou a câmera rolar e que seu habitantes/personagens se manifestassem como bem entendiam. E o resultado é mais legítimo e poético do que qualquer documentário chapa-branca que se diz “etnográfico”.  Por Christian Caselli

Veja a ficha técnica e fotos dos filmes e quando eles passam em cada cidade em http://mostradofilmelivre.com/12/selecao.php

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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

São Paulo recebe 1º Fórum Internacional de Gestão Cultural

Retirado do Cultura e Mercado em 23/02/12 do endereço:

http://www.culturaemercado.com.br/agenda/sao-paulo-recebe-1o-forum-internacional-de-gestao-cultural/

Da Redação

Nos dias 21, 22 e 23 de março, São Paulo vai receber o I Fórum Internacional de Gestão Cultural: Para Além do Mercado. O encontro é organizado pelo Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Comunicação e Cultura (CELACC), núcleo de pesquisas da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, em parceria com a Livraria Cultura.

O evento vai reunir acadêmicos, gestores culturais, autoridades, estudiosos, artistas, estudantes e demais interessados nas áreas de gestão e cultura da Espanha, de países latino-americanos e do Brasil, para construir coletivamente reflexões sobre cultura e as atividades desempenhadas por cada um dos atores.

A programação inclui discussões sobre temas como as políticas de incentivo à cultura, a geopolítica do setor, a relevância da economia criativa e o papel do gestor cultural neste cenário.

Mais informações no site www.forumigc.com/forum.

Redação http://www.culturaemercado.com.br

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Cristiano Salazar no “Show no Esgoto”

Enviado pelo Cristiano Salazar:

Cantor e compositor CRISTIANO SALAZAR faz manifesto se apresentando dentro do rio TODOS OS SANTOS, transformado em esgoto na cidade de TEÓFILO OTONI-MG.

Quem é?

Teofilotonense de nascimento, morou até os seis anos no Rio de Janeiro, quando retornou para a cidade natal. Ao terminar o serviço militar, no Tiro de Guerra, Cristiano foi para Vitória, no Espírito Santo, onde começou a sua carreira musical. Desde 2006 ele voltou a morar, agora com a esposa, com quem convive há dezessete anos, e duas filhas, em Teófilo Otoni.*

* Texto está no site oficial, confira na íntegra clicando aqui.

No ano passado, lançou seu mais novo trabalho, o cd Fruto, recheado de boa música, o repertório autoral e delicado, sua produção acurada nos traz um grande prazer, vale a pena conferir.

Confira o site oficial, ouça parte do disco e faça parte das redes sociais deste grande amigo, excelente músico e importante nome da cultura de nossa cidade e região.

 

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