segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Desafios da Arte em Rede

Retirado do site do MINC em 05/12/2011 do endereço:

http://www.cultura.gov.br/site/2011/12/02/133651/

Em palestra no Rio, MinC apresenta metas da cultura digital no PNC

Secretário de Políticas Culturais do MinC, Sergio Mamberti; secretária do Audiovisual, Ana Paula Santana; e o diretor de estudos e monitoramento de políticas culturais da SPC, Américo Córdula

“A cultura digital terá destaque nas metas do Plano Nacional de Cultura, que traça as diretrizes  das políticas públicas do setor para os próximos dez anos. A versão final do PNC já aprovada pelo Conselho Nacional de Política Cultural,  estabelece 53 metas, das quais  sete  ligadas diretamente à cultura digital.”

A informação foi dada pelo diretor de estudos e monitoramento de políticas culturais da Secretaria de Políticas Culturais do MinC, Américo Córdula, durante o encontro Desafios da Arte em Rede- I Rodada em Cultura, Arte,Tecnociência e Inovação. O evento, realizado nesta quinta-feira, 1º, no Museu de Arte Moderna do Rio de  Janeiro,  faz parte da programação paralela ao Festival Cultura DigitalBR que  vai até domingo no MAM.

Além de Córdula, participaram do encontro o secretário de Políticas Culturais do MinC, Sérgio Mamberti; a secretária do Audiovisual  do MinC, Ana Paula Santana;  a diretora do Centro de Programas Integrados da Funarte, Ana Cláudia Souza; e o coordenador nacional de projetos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), José Luiz Ribeiro Filho. O principal objetivo do evento foi traçar um panorama das ações do MinC para promover a integração entre a cultura e a tecnologia digital, algumas  realizadas  em parceria com a RNP.

Metas abrangentes

As metas traçadas pelo PNC destacam o caráter abrangente e interdisciplinar da cultura digital. Segundo Américo Córdula,  entre os objetivos fixados pelo Plano estão: elaboração de uma cartografia digitalizada da diversidade das expressões culturais brasileiras; a criação de 15 mil Pontos de Cultura em todo o país, unidos em rede por banda larga e compartilhados pelos governos federal, estaduais e municipais; a implantação de um sistema  unificado e digitalizado de registro de obras intelectuais protegidas por direito de autor; disponibilização na Internet dos acervos licenciados ou de domínio público pertencentes a 11 instituições vinculadas ao MinC  (entre elas  Funarte, Cinemateca Brasileira, CTAV, IPHAN,  Fundação Casa de Rui Barbosa, Fundação Biblioteca Nacional e vários museus); criação de núcleos de produção digital (arte, cultura e audiovisual) em todos os estados; integrar todos os estados e 60 % dos municípios ao Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC); e acesso de 100 mil usuários à plataforma de governança colaborativa, distribuídos por todas as regiões.

O secretário de Políticas Culturais, Sérgio Mamberti, traçou um histórico das ações do MinC na área da cultura digital e lembrou que, em 2004, o assunto passou a integrar o eixo das políticas públicas  do Ministério. Desde então, o tema foi ganhando importância crescente. O MinC e suas vinculadas criaram vários blogs, sites e fóruns para divulgar suas ações  e, com a reestruturação da SPC,  foi criada  uma Coordenação-Geral de Cultura Digital.

Mamberti ressaltou o papel das parcerias com outros ministérios e com a RNP e acrescentou que o trabalho conjunto com o Ministério da Educação, em 200 mil escolas públicas de todo o país,  ganhará ainda mais força com a implantação do PNC e do Plano Nacional  de Banda Larga. Segundo ele, o desafio agora é  mobilizar recursos para a criação de uma plataforma com software livre, em parceria com o RNP, que permita a participação direta dos usuários na formulação e monitoramento de políticas culturais, num processo de governança colaborativa.

O secretário destacou também o novo projeto de lei do Direito Autoral, que prevê a criação de um registro unificado de obras intelectuais e uma nova plataforma pública de licenciamento, através da qual o autor poderá definir em que condições sua obra poderá ser divulgada ou reproduzida. Mamberti explicou ainda a importância do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC) para a promoção da economia criativa, o gerenciamento e a transparência dos investimentos públicos e a organização dos dados referentes à cultura.

No plano internacional, o secretário  enfatizou  a crescente presença das discussões sobre  a cultura digital  nos fóruns multilaterais  e lembrou que a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) vai promover em 2012 uma convenção sobre informação digital.

Cinemateca

A secretária do Audiovisual, Ana Paula Santana, afirmou que se sentia em casa ao discutir a cultura digital, pois ela faz parte da essência do audiovisual. Segundo a secretária, a digitalização potencializa as ações culturais, seja nos museus, no audiovisual ou nas artes plásticas, cênicas e outras.

Ana Paula citou o projeto piloto de um banco de conteúdos culturais desenvolvido pela Cinemateca Brasileira em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia.

De acordo com a secretária, a Cinemateca Brasileira, a mais importante da Américas Latina e que pode ser comparada a instituições semelhantes na Itália e na França, digitalizou imenso acervo  que inclui filmes,  fotos, cartazes, periódicos e 130 horas de telejornais da extinta TV Tupi. O acervo já está disponível pela Internet e graças à colaboração da RNP a digitalização foi feita em alta definição.

Para 2013, a Secretaria do Audiovisual está planejando a implantação de cinco salas de cinema totalmente digitalizadas em universidades públicas que pertençam à RNP e a formação e qualificação de mão de obra em tecnologias digitais.

Já na Funarte, o principal destaque é a criação de uma rede de laboratórios experimentais de ciência, arte, tecnologia e inovação. Os três primeiros em Brasília, Belo Horizonte e São Paulo já estão em  implantação e um quarto, no Rio de Janeiro,  em fase de negociação e projeto.

A diretora do Centro de Programas Integrados da Funarte, Ana Cláudia Souza, apresentou um resumo dos projetos da fundação que reúnem arte e tecnologia. Segundo ela, 15% dos 357 prêmios do edital Interações  Estéticas são voltados para a arte e mídias digitais. Além disso, a Funarte concede Bolsas de Reflexão Crítica e de Produção Cultural para Internet. Ela lembrou ainda que a Fundação criou em 2009 o Portal das Artes e, neste portal,  implantou em 2010 o projeto Brasil Memória das Artes, que permite o acesso do público a acervos digitalizados. Este ano, a Funarte passou a integrar o grupo de trabalho  de Arte Digital do Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC).

Em sua palestra, o coordenador-geral de projetos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa, José Luiz Ribeiro Filho, explicou que a instituição surgiu em 1989 e hoje, por meio de parcerias, a rede opera em setores diversos como educação à distância; telessaúde; estudos climáticos e previsão do tempo (em conjunto com o INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) ; biodiversidade; e comunicação (colabora com a rede de TVs universitárias). Ele destacou que a parceria com o MinC é mais recente porque a transmissão de cultura exige uma infraestrutura de rede e plataformas digitais mais sofisticadas.

(Texto: Heloísa Lopes – Ascom RRRJ/MinC)

(Fotos: Sebastião Castellano – Ascom/Funarte)

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