sábado, 31 de dezembro de 2011

O CÍNICO

Retirado do blog aniversariante do Jefh Cardoso em 31/12/2011 do endereço:

http://jefhcardoso.blogspot.com/2011/12/voce-ta-falando-serio-que-nunca-ouviu.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+Jefhcardoso+%28jefhcardoso%29

“Você tá falando sério que nunca ouviu nada sobre Diógenes, a lenda Diógenes, o cínico, o filósofo, o grego? O discípulo de Antístenes, que foi discípulo de Sócrates, não conhece mesmo? Francamente, você é um fisioterapeuta. Um doutor! Ou não é doutor o fisioterapeuta? Então. Doutor fisioterapeuta! Deveria saber, oras. O Tonho! Tonho! É surdo. Por favor, chame aqui aquele safado do Antonio José, o cínico. Rá, Rá, Rá, Rá. Antonio José, o cínico. Esse você conhece? Pois é, chame aquele ordinário que eu quero dá uma mijada e ele consumiu com o meu negócio de mijar. Eu esqueço o nome daquele troço. Papagaio! Isso! Levou o papagaio pra lavar lá fora e até agora não trouxe de volta. Malandro. Aí ele! O Tonho, cadê o papagaio? Então vá logo que eu to apertado! Como eu ia dizendo, Diógenes foi um filósofo grego. Dizem que viveu entre 413 e 323 a.C.. Foi um sujeito interessante até. A filosofia dele, a qual ele seguia, a escola cínica, desprezava tudo quanto era riqueza, conforto, convenção. Obedecia, de certa forma, à natureza. Ele andava descalço, dormia debaixo das pontes, comia o que lhe dessem. Se embrulhava numa capa imunda, velha, furada e saía pela cidade. Cadê o Tonho que não vem nunca com esse papagaio? Vou mijar nas calças. Faz um favor, vai lá pra mim e vê se o Tonho tá fabricando o negócio. Aí Tonho, eu já tinha mandado ver se você tinha morrido. Até que em fim, né? Ahhh! Como é bom! Que alívio! Despreze ali no vaso pra mim, Tonho. Toma. Mas voltando no que eu tava te falando; sabe, conta o anedótico que parte do tempo Diógenes morava numa barrica. Essas barricas grandes. Isso. Parecida com um barril. A propósito, eu já te contei a história do casal de Igarapaba que não podia engravidar e foi num benzedor que colocou a mulher de cabeça e tronco dentro duma barrica só com as pernas pra fora? Não?! Rá, Rá, Rá, Rá. Essa é boa história também! Uma hora eu te conto. Me lembre de te contar. Mas então, a barrica. A barrica era tipo dum barril grande. Isso! Um tonel. Muito bem! Essa barrica ficou famosa na Grécia inteira... Famosa também ficou a história do encontro que Alexandre, o grande, teve com o cínico, em Corinto. Do Alexandre, o grande, você já ouviu falar? Claro que já. Alexandre na ocasião teria perguntado ao cínico se ele queria alguma coisa, algo que amenizasse sua miséria. Um teto, por exemplo. O cínico disse que, certa vez, teria visto um rapazinho bebendo água numa fonte, no côncavo da própria mão. Disse que diante daquela cena percebeu que ainda possuía coisas supérfluas. Contou que então teria jogado longe a vasilhinha de madeira que trazia consigo. A reação do Alexandre? A reação dele eu não sei não, mas deve ter ficado admirado. Mas e então? Vamos começar o exercício? Vamos que eu não quero tomar seu tempo.”

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