quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Seminário articula ações em rede no Vale do Jequitinhonha

Enviado por Valemais

SEMINÁRIO RENOVA VOCAÇÃO DO VALE DO JEQUITINHONHA PARA A COOPERAÇÃO CULTURAL E ARTICULA AÇÕES EM REDE

Encontro pretende reunir agentes culturais de 40 cidades para discutir fortalecimento do trabalho colaborativo e construção compartilhada de políticas públicas

O Vale do Jequitinhonha se posiciona novamente como um importante pólo de cooperação cultural no estado de Minas Gerais, na segunda quinzena de fevereiro. Um dos mais ricos, diversos e pulsantes centros de produção e reflexão da cultura mineira, a região acolhe entre os dias 21 e 23 de fevereiro o encontro Tecendo a Rede Jequitinhonha Cultural - Seminário de Políticas Culturais do Vale do Jequitinhonha, que espera reunir artistas, agentes culturais, profissionais do setor e gestores públicos e privados de pelo menos 40 cidades. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pela internet, até 10 de fevereiro.

O objetivo é rearticular o expressivo movimento de valorização cultural da região iniciado em torno do Jornal Geraes, em 1978. Desde então, inúmeras outras ações e entidades se constituíram com finalidade parecida, mas sem uma atuação coordenada, em bloco, que permitisse fortalecer o conjunto dos envolvidos, ajudar a sedimentar o trabalho em rede e fomentar a construção compartilhada de políticas públicas para a área, em conjunto com o poder público municipal, estadual e federal.

A iniciativa é do Valemais - Instituto Sociocultural do Jequitinhonha, em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Araçuaí. O patrocínio é da Petrobras. A intenção é estruturar uma rede colaborativa a partir de ações de impacto regional, que gere trabalho, renda e permita estruturar um núcleo de articulação, capacitação e promoção permanente do Jequitinhonha.

O seminário integra as comemorações dos 30 anos do show Onhas do Jequi, ação coletiva que daria corpo e visibilidade à produção musical da região, posicionando nacionalmente músicos e autores hoje conhecidos e reconhecidos, como Paulinho Pedra Azul, Saulo Laranjeiras, Rubinho do Vale, Tadeu Martins, Gonzaga Medeiros, Lira e Frei Chico. O evento culmina em março com um show que recompõe esse encontro histórico, em Belo Horizonte.

Tecendo a Rede Jequitinhonha Cultural - Seminário de Políticas Culturais do Vale do Jequitinhonha terá debates, palestras, shows e exposições, distribuídos ao longo dos três dias. A abertura, às 19h do dia 21, no Centro Cultural Luz da Lua, receberá autoridades locais, representantes das universidades federais e de associações de municípios do Baixo, Médio, Alto e da Margem Esquerda do Jequitinhonha.

Em seguida, às 20h, Guilardo Veloso e Vilmar Oliveira, do Valemais, recompõem o histórico de ações colaborativas e participativas da região e apresentam uma proposta preliminar de construção da Rede Jequitinhonha Cultural, em torno de programas como o Viva o Vale.

O evento prevê a participação de representantes do Ministério da Cultura, Funarte, Petrobras, Secretaria de Estado de Cultura, deputados estaduais, prefeitos, vereadores e de secretários e diretores de cultura de cidades da região.

Entre os debatedores, há convidados de instituições culturais respeitadas no estado como a ONG Cresertão, Associação Campo das Vertentes, Associação Quilombola Vaz Pereira, Observatório da Diversidade Cultural, Rede Fora do Eixo e Sociedade Independente da Música. Estarão presentes também algumas das entidades de atuação mais destacada na região, como Fecaje, Casa de Cultura de Capelinha, Centro Cultural Nagô de Araçuaí e Ponto de Cultura do Rubim.

As mesas de discussão estão concentradas no sábado, dia 22. E giram em torno dos seguintes temas: "Políticas de Rede e Cultura de Participação" (8h30), “Relato de Experiências” (11h), "Política Nacional de Cultura e Desenvolvimento Cultural Local" (14h), "Manutenção e Financiamento de Redes" (17h30).

Na manhã de domingo, a mesa "Amassando o Barro e Tecendo a Rede Jequitinhonha Cultural" se desdobra em três tópicos: Projetos de Curto, Médio e Longo Prazos, Comunicação da e na Rede e, por fim, Formas de Composição e Coordenação da Rede.

A programação inclui também duas noites de apresentações musicais. As atrações incluem atrações locais e um recital com a cantora Titane e o violeiro Pereira da Viola.

Ao final, os organizadores apresentam publicamente a Carta de Araçuaí, escrita colaborativamente ao longo do evento pelos participantes, com as diretrizes do pacto que está sendo proposto entre os diferentes agentes culturais que atuam na região.

Contexto cultural

Com cerca de 1,2 milhões de habitantes distribuídos por 86 municípios e a estimativa de que haja outras 1 milhão de pessoas de lá sediadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o Vale do Jequitinhonha ocupa um espaço de enorme relevância no contexto geopolítico do estado, que ainda não se traduz em benefícios proporcionais para a região.

SERVIÇO

O QUÊ?: Tecendo a Rede Jequitinhonha Cultural - Seminário de Políticas Culturais do Vale do Jequitinhonha

QUANDO?: 21 a 23 de fevereiro de 2014

ONDE?: Centro Cultural Luz da Lua (Rua Dom Serafim, 426 - Bairro Esplanada - Araçuaí - Minas Gerais).

QUANTO?: Inscrições gratuitas limitadas a 150 participantes, até 10 de fevereiro, por meio de formulário disponível no evento Tecendo a Rede Jequitinhonha Cultural, no Facebook. Dois terços dos inscritos terão direito a alimentação e hospedagem, mediante seleção.

INFORMAÇÕES AO PÚBLICO:

redejequitinhonhacultural@gmail.com | facebook.com/redejequitinhonhacultural

31 3423-1940 | 31 9208-9537 | 33 3731-4432

INFORMAÇÕES ADICIONAIS À IMPRENSA

Israel do Vale |israeldovale@uol.com.br |31 3309-6558

4 comentários:

  1. "Cumprindo com o seu papel de menestrel sonhador"...Torço para que apareça algo novo neste nosso movimento. Mas afirmo: lutamos tanto por inclusão de educação ambiental e musical nos currículos, nas escolas e agora não vejo nada sendo feito para que estas matérias virem uma prática educativa. Então, me desculpe os artistas do Vale e o produtor Guilardo: vocês têm boas intenções com o Vale, mas não moram aqui e não sabem mesmo das nossas demandas, mas sabem bem confundir-nos com tanta boa vontade. Falo como quem mora aqui em Araçuaí a dezessete anos e não conseguimos até hoje uma Casa de Cultura aberta e com as oficinas diárias. Ora, o movimento do Vale criou-se construindo os centros culturais, mas estes nunca passaram de estações mal-assombradas, sem nenhum "trem da consciência" que venha nos levar. Vejam o abandono inclusive de tudo que sobrou desta nossa história, os cacarecos da Fecaje lá na Esplanada também se encontram. Com tanto abandono histórico do poder público para com a cultura, fica para quem tem norrau em fazer projetos em nome do arquétipo da pobreza. Vejam, Tião Rocha, com o Centro Popular de Cultura que atua aqui, tem: Projeto Ser Criança, oficina Dedo de Gente, Sítio Maravilha (escola de permacultura), o Caminho das
    Aguas, com as mães guardiãs das nascentes, os meninos e o cinema. Vejam; não é muito? Mas quais os agentes culturais que conhecem o trabalho que Tião desenvolve no Vale? Quem também sabe que em nome desse "podimento" que Tião tem sobre nós, promove o desenvolvimento (diga-se: bem maior...) de Barbacena, através da "parceria" (ou casamento) com os meninos de araçuaí. Ou seja, é a cultura do Vale sendo "envolvida" ou desenvolvida? É de se aplaudir a importância histórica pelos nossos heróicos, mas sinceramente, acho que este grupo de artistas que criou o Geraes e fez o Onhas no Palácio das Artes estão nadando nos seus umbigos e nunca fizeram objetivamente nada para que no Vale tenha uma Casa de Cultura que promova o conhecimento e desenvolvimento da nossa gente. Não acho que seja a obrigação nossa uma Casa assim, mas do Estado. Com o Estado devemos ter a lucidez de saber da sua obrigação e exigir que o nosso Vale tenha recursos para estas escolas ou oficinas, como uma Fundação Cultural, um Festival de Inverno.O fato de nossa cultura ser a popular, temos a obrigação de exigir deste Estado uma política que inclua a construção de uma Casa de Cultura por cidade, como exige-se que se tenha uma prefeitura, um posto de saúde, uma escola. "Vamos embora gente, olha o apito do trem, vamos seguir a história com a canção brasileira para que nossa memória não se acabe em poeira."

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Josino,

      Agradecemos seus comentários sempre pertinentes em nosso blog.
      Encaminhamos este comentário em específico aos organizadores do Seminário.
      Esperamos também deste vale vizinho e filho do Jequitinhonha que tenhamos consciência e energia para esta empreitada da militância pela Cultura, especialmente a Cultura Popular, da qual somos fruto.

      Excluir
    2. Oi Joca, pode me enviar seu e-mail? Escrevi uma mensagem para você, mas o espaço aqui não coube. E eu gostaria muito de te enviar.

      Abs,

      Guilardo

      Excluir
  2. Caro amigo Josino Medina, com todo respeito as suas idéias, do qual sou admirador, não me sinto menos do Vale por morar em Belo Horizonte. Morei no Vale por 19 anos e construir parcerias culturais importantes ai. Formei esse meu desejo insano por cultura com a água que bebi dai. Sair dai para poder estudar uma vez que na minha época não existiam tantas universidades, faculdades ou escolas técnicas no lugar. Dá pra dizer que tem um dedo meu também nas entradas das faculdades ai no Vale, uma vez que sempre lutei pela democracia e por mais escolas e acabamos elegendo o Lula que iniciou esse processo. Passei fome na cidade de Medina e tinha duas opções: ou ficava com fome, desempregado e sem educação formal ou buscava alternativa. Ai, muitos do Vale, ao invés de admirar, respeitar a história de cada um de nós que saiu em busca de alternativa nos elege como inimigos? Talvez amigo, ai é que esta o problema para solução dos problemas que você aponta: elegeram os inimigos errados. Não sou menos do vale por morar em Belo Horizonte. Acompanho, conheço a situação, leio, estudo e informo-me sobre os problemas dos quais muitos deles buscamos soluções conjuntas. Nunca saimos do Vale e isso deveria ser motivo de elogio e não de críticas. Muitos de nós amigo, já esta com mais de 60 anos e continua lutando por cultura no Vale. Numa dessas viagens ao Vale, conversando no mercado, conseguimos reverter a perda do benefício de mais de 21 mil pessoas no bolsa-família. Essa é somente uma das ações que "confudimos" por ai. Amigo, elegemos os inimigos errados e por isso nos culpa pelos centros culturais, pelas estradas, pela decadência da Fecaje e por um monte de asneira que pessoas sem responsabilidade com o movimento nos culpa. Quem confude quem mesmo? Ninguém do nosso grupo, caro amigo, ficou rico com cultura, continuamos fazendo como fazíamos a muito tempo, as vezes colocando dinheiro no bolso por acreditar na causa.
    Quando vemos terra arrasada em tudo que se construiu não conseguimos avançar e isso é lamentável. Um festivale que tem 31 anos, que consagrou grandes nomes da cultura, que elevou positivamente o nome do Vale,que garante as manifestações regionais tem mais acerto do que erro. E é uma luta coletiva de todos nós que moramos no vale e fora dele. Só é um movimento forte porque todos nós, de dentro e de fora, temos compromisso com o que fazemos.
    Estamos fazendo o seminário amigo com o coração aberto, sem proposta pronta, acabada e com todas as pessoas que se inscreveram nessa nossa tentativa de acertar. Como diria Guimarães Rosa O correr da vida embrulha tudo.
    A vida é assim: esquenta e esfria,
    aperta e daí afrouxa,
    sossega e depois desinquieta.
    O que ela quer da gente é coragem"
    e isso caro amigo não nos falta, mesmo com pauladas dos amigos que nos julgam inimigos. Abraços fraternos desse seu admirador. Vilmar Oliveira

    ResponderExcluir

Comente