segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Polos de Economia Criativa

retirado do site do MIC em 29/08/2011 do endereço:

http://www.cultura.gov.br/site/2011/08/28/polos-de-economia-criativa/

Ministra reitera, em Natal, a importância de se valorizar a criação brasileira

Em seu segundo dia de visita ao Rio Grande do Norte, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, falou na manhã deste sábado (27) sobre os polos de economia criativa que serão criados no país, por meio de parcerias com os governos locais. “Esta é uma ação que visa organizar, articular e orientar os artistas, produtores, agentes culturais em geral. Estamos fazendo mapeamentos, mas a ideia é que a criação brasileira seja valorizada, conhecida, reconhecida, distribuída e consumida”, enfatizou a ministra.

Ana de Hollanda deixou claro que esta é uma ação transversal, coordenada pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Economia Criativa (em fase de estruturação no MinC), junto com dezenas de outros órgãos, com o intuito de criar ações estruturantes para o setor cultural. Segundo ela, a iniciativa busca o desenvolvimento através da sustentabilidade.  “A nossa ideia é criar condições para que o agente cultural possa viver da sua produção com dignidade. E isso é essencial”, frisou.

Duas visitas

A ministra visitou neste sábado, na capital potiguar, o Teatro Sandoval Wanderley e o Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo, que funciona na casa onde viveu o pesquisador e folclorista Luís da Câmara Cascudo. Ela foi ciceroneada pela filha do escritor, Ana Maria Cascudo, e seus netos Daliana, Camila e Newton Cascudo, responsáveis pela administração da instituição.

A entidade tem por missão preservar, divulgar, gerenciar e capitalizar o patrimônio cultural deixado por Luís da Câmara Cascudo, que também foi antropólogo, historiador e jornalista. Na visita ao Instituto, a ministra foi acompanhada da governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, do ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, e de várias autoridades.

Reforma do teatro

Construído em 1962, o Teatro Sandoval Wanderley foi fechado no período da ditadura, depois reaberto e, atualmente, suas condições estruturais são críticas, apesar de, no local, ainda funcionar, precariamente, uma escola teatral.  Ao visitar o teatro, a ministra da Cultura foi recepcionada pelos bailarinos da Sociedade de Danças Antigas e Semi-desaparecidas Araruna, grupo norte-riograndense, fundado em 1956, com o intuito de preservar danças de origem ibérica.

Na ocasião, Ana de Hollanda afirmou que o MinC buscará mecanismos para a reforma estrutural necessária desse equipamento cultural. ”Vamos trabalhar, buscar parcerias e recursos, para ver se em 2012 conseguimos reformar o espaço. Estaremos cumprindo o nosso papel, deixando um teatro em ótimas condições para permitir a circulação e a produção cultural, não só do Rio Grande do Norte, mas de todo o Brasil”, ressaltou a ministra, ao considerar a importância de um teatro para a difusão da cultura brasileira, bem como para a formação de artistas e do público.

O projeto de revitalização do prédio está orçado em R$ 800 mil e já conta com o apoio da deputada federal Fátima Bezerra, que se dispôs a dividir os custos com o Ministério da Cultura, destinando uma emenda parlamentar para a restauração do prédio. O local necessita de reparos hidráulicos, elétricos, adequação do espaço para saída de emergência e acesso de idosos e deficientes, além de novos equipamentos de iluminação, sonorização, climatização e segurança.

Acompanharam a ministra até o teatro, o secretário de Articulação Institucional do Ministério da Cultura (SAI/MinC), João Roberto Peixe, o assessor parlamentar do MinC, José Ivo Vannuchi, o chefe da Representação Regional Nordeste do Ministério da Cultura, Fábio Lima, a deputada federal Fátima Bezerra (PT/RN) e o chefe da Fundação Cultural Capitania das Artes (Funcarte), Roberto Lima.

Folclore brasileiro

No Instituto Câmara Cascudo, a ministra Ana de Hollanda pôde conhecer a escrivaninha onde o historiador elaborava seus pensamentos e transformava-os em pesquisas, livros e artigos, protegido pelas imagens de um São Sebastião à moda nordestina, São Francisco de Pádua e São José de Botas. Os móveis, mantidos na mesma posição da época em que Luis da Câmara Cascudo ali viveu, fotografias de intelectuais e políticos amigos do escritor, como Monteiro Lobato e Jorge Amado, as paredes com assinaturas de personalidades brasileiras – como Ari Barroso, Gilberto Freyre, Villa Lobos e Juscelino Kubitschek – e coleções de artesãos de todas as origens, ornamentam a casa e encantam os visitantes.

Atualmente, o Ludovicus está digitalizando cerca de 40 mil documentos originais de Câmara Cascudo, os quais estarão disponíveis na instituição e na internet para consulta. O trabalho ainda está em fase de catalogação e indexação, e de acordo com Daliana Cascudo, deverá ser finalizado até o início de 2012.

Sempre acompanhada pela filha do escritor, Ana Maria Cascudo, e pelos netos Daliana, Camila e Newton, a ministra falou da sua admiração pelo folclorista e de suas impressões sobre o trabalho do instituto: “Minha vida inteira o tive como um referencial. Pesquisa séria sobre cultura popular e folclore é com Luís Câmara Cascudo. Quis conhecer de perto o Ludovicus e estou muito impressionada com a conservação da casa, o trabalho educativo, como também com a biblioteca e a digitalização que está em curso”.

Surpresa para Ana

Os parentes de Luís da Câmara Cascudo prepararam uma surpresa para Ana de Hollanda. Eles entregaram a ela cópias das dedicatórias enviadas por seu pai, o pesquisador Sérgio Buarque de Hollanda, nas publicações enviadas para o historiador potiguar. Segundo Ana Maria Cascudo, essa era uma forma de reavivar a lembrança de “tão importantes gênios da cultura brasileira”.

A ministra ficou visivelmente emocionada e declarou satisfação por conhecer a riqueza do Rio Grande do Norte. “Eu sabia que a cultura popular aqui era muito forte, mas também queria ver de perto e sentir os trabalhos que estão sendo feitos no estado, além de identificar quais trabalhos podem vir a ser realizados”.

(Texto: Maíra Brandão, Ascom RRRN/MinC)
(Fotos: Canindé Soares, Ascom/MinC)

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