quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

globo de ouro – rejeitando “guerra ao terror”

 

Eduardo Escorel*

Eventuais leitoras e leitores deste blog que tenham acompanhado pela televisão, ou lido a respeito da entrega do Globo de Ouro, no domingo (17/1/2010), terão notado a divergência entre a Hollywood Foreign Press Association (HFPA) e o que foi publicado aqui sobre “Avatar” e “Sherlock Holmes”. Para sorte de James Cameron e Robert Downey Jr., este blog não tem nenhuma influência sobre os integrantes da HFPA que atribuem os prêmios.
O Globo de Ouro é uma festa da indústria americana, parte integrante dos ritos hollywoodianos. A premiação é legitimada pela presença de parte expressiva dos profissionais de cinema e televisão. Mas me pergunto quantas dessas celebridades costumam ler o que os correspondentes estrangeiros escrevem. Por acaso, têm respeito pelo que pensam? Na dúvida, só resta tomar a cerimônia pelo que é, uma grande encenação.
Fora o prêmio dado a Martin Scorsese, e ao filme “A Fita branca”, dirigido por Michael Haneke, o mais marcante da noite foi a grosseria do apresentador. A vulgaridade das piadas, apreciada pelos participantes, é constrangedora. Cada um se diverte como quer, mas será que um prêmio como esse merece tanta atenção no Brasil?
O grande sucesso comercial foi consagrado. É uma opção legítima que se baseia em um critério objetivo – o resultado de bilheteria. Mas, se é esse o parâmetro não seria necessário haver votação. Bastaria consultar a renda obtida por cada filme. Com isso, a HFPA poderia economizar o que gasta para fazer a festa do Globo de Ouro e dedicar mais recursos à preservação de filmes, sua atividade mais meritória.
Na premiação, foi preterido um filme de resultado comercial modesto nos Estados Unidos, lançado no Brasil, no ano passado, em DVD, e com estréia no cinema marcada para 5 de fevereiro. “Baita filme”, segundo um amigo. Quem tiver interesse em saber o que penso de "Guerra ao terror", dirigido por Kathryn Bigelow, pode ler a piauí de fevereiro.

* Eduardo Escorel é cineasta e ensaísta, dirigiu “O Tempo e o Lugar”, escreve sobre cinema para a Revista Piauí. O texto foi retirado no dia 21/01/2010 do blog questões cinematográficas:

http://www.revistapiaui.com.br/blog/questoes_cinematograficas/post_41/Globo_de_Ouro_–_rejeitando_Guerra_ao_terror.aspx

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente