sábado, 11 de junho de 2011

A mão sem luva

Por Cleyson Gomes e retirado do SALADA POETICÁLIA em 11/06/2011 do endereço:

http://saladapoeticalia.blogspot.com/2011/06/mao-sem-luva.html

CRÉDITO: GOOGLE IMAGENS

A mão estendia-se

para quem passava

e parada permanecia

para quem parava

A mão gesticulava um "me dá"

e os ouvidos de mercadores

respondiam em negativa com os olhos

A mão abria-se rapidamente

para o próximo transeunte em transe

(tele)transportando-se para o trabalho

De tanto ir e vir

a mão descansava

passava-se no cabelo

no rosto de expressões caleidoscópicas

Num instante inesperado

(a tarde já em repouso)

outra mão se aproxima

lentamente borboleta em pouso

vindo com uma moeda, de cima

a mão de baixo se abria

"deus lhe pague!", agradecia

Todos os dias, meses, anos...

a mão que doava, voltava

a mão que pedia, agradecia

Todos os dias, meses, anos...

grão por grão durante o dia

migalhas contidas para pombos cotidianos.

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