quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Boletim PNLL nº 237 - 20 a 26/12/2010


Edição nº 237 - 20 a 26/12/2010

PNLL – Textos e História I

O PNLL comemora quatro anos dedicados à disseminação da cultura do livro e da leitura com o livroPNLL - Textos e Histórias (2006-2010), que reúne artigos de escritores, especialistas em leitura e os principais documentos produzidos no âmbito dos eventos do Plano PNLL desde sua criação. Não se trata apenas um balanço de ações, mas um documento que oferece informações fundamentais para orientar as políticas públicas em prol do livro e da leitura no próximo governo. A obra estará disponível em janeiro a todos os interessados.

PNLL – Textos e História II

Com prefácio de José Castilho Marques Neto, secretário executivo do PNLL, o livro reúne informações sobre o Plano, com documentos e balanço das realizações no período de 2006 a 2010. A publicação conta com 25 artigos escritos por Moacyr Scliar, Eliana Yunes, Tânia Rosing, entre diversos outros especialistas em leitura, representantes das entidades do livro e dos ministérios da Educação e da Cultura. Cada realização do PNLL é apresentada por textos contextualizadores (objetivos, público-alvo, convidados, participantes, número de inscritos, temas abordadas) em formato narrativo e descritivo. Como coloca Affonso Romano de Sant'Anna na apresentação de PNLL - Textos e Histórias (2006-2010), se “esse livro surge como uma síntese do PNLL (Plano Nacional do Livro e da Leitura) criado em 2005, é também uma obra coletiva que concentra informações e depoimentos sobre as iniciativas anteriores que já visavam  a transformar o Brasil num país de leitores”.

Novo governo

A presidente eleita Dilma Rousseff confirmou Fernando Haddad no Ministério da Educação e escolheu Ana Maria Buarque de Hollanda para comandar o Ministério da Cultura. No campo do livro e da leitura, os três encontrarão um plano nacional consolidado, fruto do esforço de milhares de pessoas, um patrimônio de trabalho coletivo. Todos agora certamente irão manter um caminho pleno de avanços, sem permitir retrocessos, pois ainda há muito por se fazer e o Brasil não permite mais que o direito à leitura lhe seja negado.

Por uma política pública para o livro e a leitura

Com o PNLL e seu desdobramento nos Planos Estaduais e Planos Municipais de Livro e Leitura, que já se formam em várias regiões e cidades, o Brasil consolida seu caminho para a conquista de uma política pública para o livro, a leitura, as bibliotecas e a literatura. Para José Castilho Marques Neto, secretário executivo do PNLL, “o Brasil alcançou com o PNLL um patamar político e conceitual que é imprescindível para se consolidar uma Política de Estado para o setor, isto é, o desejado consenso entre governo e sociedade tanto no diagnóstico do que é preciso fazer quanto nos objetivos a alcançar para se tornar um país de leitores”.

Caderno do PNLL

Também foi lançada a segunda edição do Caderno do PNLL, com texto aprovado por consenso durante a 2ª Conferência Nacional de Cultura, que aconteceu em março de 2010. Com isto, o PNLL atualiza suas argumentações em prol de uma política pela leitura, pela literatura e pelas bibliotecas. O texto reeditado reafirma os quatro eixos constitutivos acordados em dezembro de 2006 e que originou o primeiro Caderno do PNLL, confirmando, aqui pela prova do tempo, a certeza de que o Brasil alcançou um patamar sólido para construir sua Política de Estado neste setor.

Feliz 2011

2010 foi um ano de muitas realizações no âmbito da promoção da cultura do livro e da leitura no Brasil. Diversos eventos e políticas levaram adiante a missão de expandir os números de leitores e de pontos de acesso à leitura. Que estas conquistas perdurem em 2011 e novos desafios sejam transpostos. O Boletim do PNLL entra em recesso, retornando em janeiro. Até lá, um excelente Natal e um próspero Ano Novo.

Dicas de Leitura

Sermão dos Bons Anos, de Pe. Antonio Vieira
"Em um Mundo tão avarento de bens, onde apenas se encontra com um bom dia, ter obrigação de dar bons-anos, dificultoso empenho! Deus, que é autor de todos os bens, os dê a Vossas Reais Majestades felicíssimos (mui altos e mui poderosos Reis e Senhores nossos) com a vida, com a prosperidade, com a conservação e aumento de estados que as esperanças do Mundo publicam, que o bem da Fé Católica deseja, que a Monarquia de Portugal há mister e que eu hoje quisera prometer e ainda assegurar. 
Em um Mundo, digo, tão avarento de bens, onde apenas se encontra com um bom-dia, ter obrigação de dar bons-anos, dificultoso empenho! E na minha opinião cresce ainda mais esta dificuldade, porque isto de dar bons-anos, entendo-o de diferente maneira do que comummente se pratica no Mundo. Os bons-anos não os dá quem os deseja, senão quem os assegura. A quantos se desejaram nesta vida, a quantos se deram os bons-anos, que os não lograram bons, senão mui infelizes? Segue-se logo, própria e rigorosamente falando, que não dá os bons-anos quem só os deseja, senão quem os faz seguros."

Leia o texto na íntegra

O Peru de Natal, de Mário de Andrade
"O nosso primeiro Natal de família, depois da morte de meu pai acontecida cinco meses antes, foi de conseqüências decisivas para a felicidade familiar. Nós sempre fôramos familiarmente felizes, nesse sentido muito abstrato da felicidade: gente honesta, sem crimes, lar sem brigas internas nem graves dificuldades econômicas. Mas, devido principalmente à natureza cinzenta de meu pai, ser desprovido de qualquer lirismo, de uma exemplaridade incapaz, acolchoado no medíocre, sempre nos faltara aquele aproveitamento da vida, aquele gosto pelas felicidades materiais, um vinho bom, uma estação de águas, aquisição de geladeira, coisas assim. Meu pai fora de um bom errado, quase dramático, o puro-sangue dos desmancha-prazeres."

Leia o conto na íntegra

Milagre do Natal, de Afonso Henriques de Lima Barreto   
"O bairro do Andaraí é muito triste e muito úmido. As montanhas que enfeitam  a nossa cidade, aí tomam maior altura e ainda conservam a densa vegetação que as  devia adornar com mais força em tempos idos. O tom p1úmbeo das árvores como  que enegrece o horizonte e torna triste o arrabalde.  
Nas vertentes dessas mesmas montanhas, quando dão para o mar, este  quebra a monotonia dó quadro e o sol se  espadana mais livremente, obtendo as  cousas humanas, minúsculas e mesquinhas, uma garridice e uma alegria que não  estão nelas, mas que sê percebem nelas. As tacanhas casas de Botafogo se nos  afigura assim; as bombásticas "vilas"  de Copacabana, também; mas, no Andaraí,  tudo fica esmagado pela alta montanha e sua sombria vegetação."

Leia o texto na íntegra

Receita de Ano Novo, de Carlos Drummond de Andrade 
"Para você ganhar belíssimo Ano Novo 
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, 
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido 
(mal vivido talvez ou sem sentido) 
para você ganhar um ano 
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, 
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; 
novo 
até no coração das coisas menos percebidas 
(a começar pelo seu interior) 
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, 
mas com ele se come, se passeia, 
se ama, se compreende, se trabalha, 
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, 
não precisa expedir nem receber mensagens 
(planta recebe mensagens? 
passa telegramas?)

Não precisa 
fazer lista de boas intenções 
para arquivá-las na gaveta. 
Não precisa chorar arrependido 
pelas besteiras consumidas 
nem parvamente acreditar 
que por decreto de esperança 
a partir de janeiro as coisas mudem 
e seja tudo claridade, recompensa, 
justiça entre os homens e as nações, 
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, 
direitos respeitados, começando 
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo 
que mereça este nome, 
você, meu caro, tem de merecê-lo, 
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, 
mas tente, experimente, consciente. 
É dentro de você que o Ano Novo 
cochila e espera desde sempre"

Leia também o poema Papai Noel às avessas

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