terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Centro Cultural da UFMG abre hoje mostra de filmes sobre revoluções

Publicado originalmente no site da UFMG e retirado em 01/02/2011 do endereço:

http://www.ufmg.br/online/arquivos/018060.shtml

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O filme A Marselhesa, de Jean Renoir, inaugura hoje (terça, 1º de fevereiro) a mostra Cinema e Revolução, promovida pelo Centro Cultural UFMG. A curadoria é do professor João Antônio de Paula, pró-reitor de extensão da Universidade.
Segundo o curador, a palavra “revolução” no título faz referência tanto a filmes que abordam revoluções, quanto a filmes que, além de ter esses eventos como tema, são eles mesmos revolucionários com relação à linguagem cinematográfica.

O professor João Antônio ressalta que pode ser questionável o conceito de revolução que norteou a escolha dos filmes. “Sabemos o quanto certas revoluções, movidas por genuína motivação emancipatória, degeneram em opressão, manipulação e alienação. De todo modo, não se deve subestimar a extraordinária mobilização de criatividade presente nas revoluções que, sobretudo, são decisivas apostas na capacidade da humanidade de se autorrealizar em liberdade e igualdade”, ele explica.

Os filmes estão agrupados em três blocos: o primeiro reúne A Marselhesa, de Renoir, sobre a Revolução Francesa; Queimada, de Gillo Pontecorvo, que evoca a revolução dos escravos no Haiti, no final do século 18 e início do 19; e Os companheiros, de Mário Monicelli, clássico sobre as lutas operárias europeias do final do século 19 e início do 20.

O segundo bloco será aberto com O encouraçado Potemkin, de Eisenstein, que registra episódio da Revolução Russa de 1905; e segue com O fim de São Petersburgo, de Pudovkin, sobre a Revolução Russa de 1917, e O homem da câmera, de Dziga Vertov, "extraordinária e inovadora experiência de cinema documental", nas palavras do curador.

Finalmente, o terceiro bloco traz dois filmes brasileiros:Deus e o diabo na terra do Sol, de Glauber Rocha, eCabra marcado para morrer, de Eduardo Coutinho, que para João Antônio de Paula são “decisivos representantes do cinema que, no Brasil, foi revolucionário pela forma e pelo conteúdo”.

O projeto Cinecentro tem entrada gratuita, com sessões às terças e quintas-feiras, às 19h. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (31) 3409-1091.

Conheça a programação e as sinopses dos filmes:

Terça, 1 – A Marselhesa (La Marseillaise), de Jean Renoir, 1937
135 minutos – França

Com Pierre Renoir, Lise Delamare, Léon Larive e outros

Obra-prima do mestre Jean Renoir, diretor de A grande ilusão e A regra do jogo. Baseado em minuciosa pesquisa de documentos da época, Renoir realizou um filme apaixonante sobre momentos chaves da Revolução Francesa, da queda da Bastilha em 1789 à queda do rei Luis XVI, em 1793, passando pela criação e divulgação do hino nacional francês, La Marseillaise.
Com humanismo, vivacidade e talento, Renoir dá lição de como retratar a história no cinema. A obra merece lugar entre os melhores filmes sobre a Revolução Francesa, ao lado de Danton, o processo da Revolução,Casanova e a Revolução, A inglesa e o duque, entre outros.
(www.2001video.com.br)

Quinta, 3 – Queimada (Quemada!), de Gillo Pontecorvo, 1969
112 minutos – França/Itália

Com Marlon Brando, Evaristo Márquez, Norman Hill, Renato Salvatori

No século 19, um representante inglês é enviado para uma ilha do Caribe que se encontra sob domínio português, para incentivar uma revolta e favorecer os negócios da Coroa britânica. Dez anos depois ele retorna, para depor quem havia colocado no poder, pois o momento econômico exige novo quadro político na região.
(www.adoro cinema.com.br)

Terça, 8 – Os companheiros (I Compagni), de Mario Monicelli, 1963
126 minutos – Iugoslávia/França/Itália

Com Marcello Mastroianni, Renato Salvatori, Annie Girardot, Bernard Blier e outros

Mastroianni é o professor Sinigaglia. Desempregado, ele visita um amigo na cidade de Turim e, lá, ajuda a organizar uma união de trabalhadores numa fábrica.

Quinta, 10 – O encouraçado Potemkin (Bronenosets Potyomkin), de Sergei Eisenstein, 1925
75 minutos – Rússia

Com Konstantin Feldman, N. Poltavseva, Aleksandr Levshin, Mikhail Gomorov e outros

Em 1905, na Rússia czarista, um levante pressagiou a Revolução de 1917. Tudo começou no navio de guerra Potemkin, quando os marinheiros estavam cansados de serem maltratados – até carne estragada lhes era dada com o aval do médico de bordo. Alguns marinheiros se recusam a comer a carne, e os oficiais do navio ordenam sua execução. A tensão aumenta e a situação vai saindo do controle. Logo depois de apertados os gatilhos, Vakulinchuk, um marinheiro, grita para os soldados e pede para eles pensarem e decidirem se estão com os oficiais ou com os subordinados. Os soldados hesitam e então abaixam suas armas. Louco de ódio, um oficial tenta agarrar um dos rifles e provoca uma revolta no navio, na qual um marinheiro é morto. Era apenas o início de uma grande tragédia.

(www.adorocinema.com.br)

Terça, 15 – O fim de São Petersburgo (Konets Sankt-Peterburga), de V. Pudovkin, 1927

80 minutos – Rússia

Com Vera Baranovskaya, Aleksandr Chistyakov, Ivan Chuvelyov, Aleksei Davor e outros

Um camponês vai para São Petersburgo à procura de trabalho. Sem intenção, ele acaba ajudando na prisão de um antigo amigo de seu vilarejo natal, que agora é líder sindical. Mais tarde, o camponês também é preso e enviado para lutar na Primeira Guerra Mundial. Quando retorna, três anos depois, está pronto para participar da revolução.

(www.adorocinema.com.br)

Quinta, 17 – O homem da câmera (Chelovek s Kinoapparatom), de Dziga Vertov, 1929

80 minutos – Rússia

Cinegrafista viaja documentando a União Soviética do começo do século 20, mostrando cenas urbanas, do cotidiano e da intimidade de seus cidadãos.

(www.melhoresfilmes.com.br)

Terça, 22 – Deus e o diabo na terra do Sol, de Glauber Rocha, 1964

125 minutos – Brasil

Elenco: Yoná Magalhães, Othon Bastos, Maurício do Valle, Geraldo Del Rey, Milton Roda e outros

Manuel (Geraldo Del Rey) é um vaqueiro que se revolta contra a exploração imposta pelo coronel Moraes (Milton Roda) e acaba matando-o numa briga. Ele passa a ser perseguido por jagunços, o que faz com que fuja com sua esposa Rosa (Yoná Magalhães). O casal se junta aos seguidores do beato Sebastião (Lídio Silva), que promete o fim do sofrimento através do retorno a um catolicismo místico e ritual. Porém, ao presenciar a morte de uma criança, Rosa mata o beato. Simultaneamente, Antônio das Mortes (Maurício do Valle), matador de aluguel a serviço da Igreja Católica e dos latifundiários da região, extermina os seguidores do beato.

(www.adorocinema.com.br)

Quinta, 24 – Cabra marcado para morrer, de Eduardo Coutinho, 1964-1984

119 minutos – Brasil

Filme semidocumental sobre a vida de João Pedro Teixeira, líder camponês paraibano assassinado em 1962. A produção foi interrompida em 1964 e retomada 17 anos depois com novos depoimentos de camponeses que trabalharam na primeira filmagem e de outros personagens importantes.

(www.melhoresfilmes.com.br)

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