segunda-feira, 16 de maio de 2011

123 anos de Abolição

Originalmente publicado no site do Ministério da Cultura e retirado em 16/05/2011 do endereço:

http://www.cultura.gov.br/site/2011/05/13/123-anos-de-abolicao/

Instituições do Ministério da Cultura participam de eventos para comemorar data histórica

Em 13 de maio de 1888, a princesa Izabel assinava a Lei Áurea que decretou a liberdade de cerca de 750 mil escravos. 123 anos depois, os afrodescendentes de todo o país fazem de 13 de maio um dia de comemoração e reflexão sobre as suas conquistas e a permanente luta contra o racismo, apesar do Estatuto da Igualdade Racial, instituído em 20 de julho de 2010.

O Ministério da Cultura, que por meio da Fundação Cultural Palmares (FCP/MinC) – criada em 1988 – promove a preservação, a proteção e a disseminação da cultura negra, marca presença nas atividades culturais, seminários e rodas de conversas realizadas em todo o país. Amanhã (14), a ministra Ana de Hollanda participa, no Bembé do Mercado, em Santo Amaro, às 18h, do lançamento do livro A Tradição do Bembé do Mercado, de Jorge Veloso. Depois, às 19h, a ministra acompanha as atividades de capoeira, maculelê e lindroamor.

Já o presidente da FCP, Eloi Ferreira de Araújo, participou hoje (13), às 9h, da abertura da II Jornada Brasileirafro, quando falou sobre o Estatuto da Igualdade Racial e as ações culturais para o segmento. “O Estatuto é um instrumento estruturante para a inclusão da população negra em todos os ambientes da atividade humana e é fundamental para a consolidação da democracia”, lembrou Ferreira no evento.

Para o presidente da Fundação Palmares, apesar de avanços consideráveis na garantia e proteção aos direitos individuais, é preciso fazer mais. “Após 123 anos da abolição formal da escravatura, a bandeira de luta pela cidadania do povo negro levantada pelo grande líder Zumbi dos Palmares continua tremulando no Brasil”, assegura.

Zumbi dos Palmares

Principal ícone da resistência negra à escravidão, Zumbi dos Palmares é uma das lideranças lembradas hoje. Ele nasceu em 1655, no estado de Alagoas e liderou o Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas no Brasil Colonial. Localizado na região da Serra da Barriga, atualmente integra o município alagoano de União dos Palmares.

Considerado um dos grandes líderes de nossa história, Zumbi lutou também pela liberdade de culto religioso e pela prática da cultura africana no Brasil. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra.

Comemorações

A Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), também vinculada ao MinC, realiza, no próximo dia 17, em sua sede no Rio de Janeiro, das 10 às 14h, o seminário Abolição Hoje. O evento, composto de seminário e exposição, pretende contribuir para o estudo do movimento abolicionista, e do período pós-abolição da escravatura, como história cultural.

Em seguida, às 16, a FCRB inaugura a mostra Rui Barbosa abolicionista”. Nela será revelada, por meio de documentos inéditos da FCRB, a participação do ilustre jurista na linha de frente do movimento parlamentar, e também no underground abolicionista, apoiando, abertamente, a abolição incondicional e os quilombos abolicionistas. Em seu jardim, Rui Barbosa cultivava Camélias, um dos símbolos da luta pela abolição.

O museu Casa de Portinari também terá programação especial em comemoração ao dia da abolição da escravatura. Nesta sexta-feira, 13 de maio, o poeta da cidade paulista de Brodowski Evaristo Bento da Silva, o Tim, foi o convidado para declamar poesias de Castro Alves para duas séries da escola municipal de Ipuã Professor Osvaldo Francelin, em São Paulo. Dentre os poemas declamados pelo poeta , o “Navio Negreiro“ escrito por Castro Alves em 1868, foi um marco do escritor na defesa da libertação dos escravos.

Outras festividades

Além das atividades já citadas, muitos eventos marcaram as comemorações da data por todo o país. Na Faculdade Zumbi dos Palmares (SP) o dia todo foi dedicado a eventos para promover a reflexão sobre a data, como mesas redondas, palestras e painéis.

Também em São Paulo, o Museu Afro Brasil realiza, até o dia 29 de março, a exposição do Grande Mural dos Orixás – Carybé. A mostra, em homenagem ao centenário de nascimento do artista Carybé, apresenta 19 painéis vindos de Salvador (BA) para o evento comemorativo.

No mesmo espaço também acontecerá, entre os dias 24 a 27 de maio, o I Encontro Afro Latino. O evento tem como objetivo aprofundar o diálogo a respeito das formas como os museus representam o continente africano por meio de suas elaborações conceituais-curatoriais.

Em Porto Alegre, a livraria Sapere Aude Livros, promove, às 19h, a palestra Autobiografia como libertação: literatura e identidade afro-americana com objetivo de discutir o papel da literatura na formação da identidade dos negros norte-americanos. O palestrante Robertson Frizero, é escritor e tradutor de Autobiografia de um Ex-Negro, um dos livros fundamentais da literatura afro-americana, originalmente publicado em 1912.

(Texto: Marcos Agostinho, Ascom/MinC)
(Imagens: Divulgação/FCP e blog “Candomblé”)

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