terça-feira, 11 de janeiro de 2011

E Pereira da Viola, você conhece?

Texto adaptado da biografia de Pereira da Viola no Myspace.

O Violeiro, cantor e compositor, Pereira da Viola nasceu em São Julião, pequena comunidade rural do município de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, nordeste de Minas Gerais.

Em seus 18 anos de carreira, Pereira gravou cinco CDs solo:

“Terra Boa”, “Tawanará”, “Viola Cósmica”, “Viola Ética” e ”Akpalô”.

Além de participar de vários cds coletivos e em CDs de outros artistas. Com talento e estilo único Pereira da Viola está entre os violeiros mais importantes do país. Isto é resultado de uma carreira sólida e estruturada e reconhecida em todo território brasileiro. “já me apresentei em São Paulo por diversas vezes, Rio de Janeiro, Bahia, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso, Acre, Ceará, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Piauí, Goiás, Santa Catarina, Pará, Brasília, além de toda minha querida Minas Gerais”, ressalta.

Seu talento e estilo único fizeram com que fosse alçado a ícone da viola caipira, não apenas pela crítica e mídia, como também pelo público que se encanta pelo seu virtuosismo e carisma. Com estilo original e versátil, Pereira da Viola integra visão poética, compromisso e solidariedade social.

Vale ressaltar a inigualável capacidade e uma das mais peculiares e interessantes características deste artista mineiro: a de cantar música forte, ritmada, comprometida e até de protesto e, passar quase que simultaneamente, para uma cantiga de roda, leve envolvente, sem perder a força nem abandonar a riqueza rítmica própria da viola caipira.

Seu repertório, construído ao longo dos anos, é amplo e heterogêneo. Inclui desde brincadeiras de roda, aprendidas com sua mãe, a Mãe Augusta, passando pelos ritmos religiosos do congado e da Folia de Reis, batuques, samba de roda, calango e forró. Isto sem falar dos ritmos e temas próprios da Música Popular Brasileira e caipira de raiz. Toda esta mistura é cuidadosamente temperada com coerência e bom gosto e resulta em uma musicalidade que transita entre o humor e a alegria, o lúdico e o prazer do corpo e do espírito.

Uma música que deve ser entendida nos detalhes que cada verso tem a dizer e defender e, na profusão de melodias e ritmos em que se expressa. No Brasil, a agenda é intensa: em março Pereira se apresentou em Brasília/DF no II Salão dos Territórios Nacionais, em abril se apresentou em Amambaí/MS, no 3º Encontro do Folclore. Ainda em abril participou do espetáculo ”Sete Violeiros Lá na Casa dos Carneiros”, realizado na região de Vitória da Conquista/BA, executando obras de Elomar Figueira Mello. Os convidados de Elomar foram: Pereira da Viola, Miltinho Edilberto. Participação especial de Dércio Marques, Edigar Mão Branca, Xangai e João Omar. Em 2010 participou do VII Tensamba, (Festival de cultura brasileira realizado na Espanha) com show nas cidades: Tenerife e Fuerteventura, nas Ilhas Canárias.

Pereira da Viola cresceu em um ambiente humilde, mas de grande riqueza cultural, impregnado pela cultura afro-indígena e pelos sons das folias. Seu pai, João Preto, era sanfoneiro e sua mãe Augusta, líder e cantadeira nas festas do reisado. Aos 11 anos, tornou-se autodidata em violão. Com 14 anos, começou a se apresentar em shows de calouros, sendo premiado em todos.

Em 1982, influenciado pelas obras de artistas como Dércio Marques, Rubinho do Vale, Titane e Milton Nascimento, passou a compor músicas que retratavam sua história. Em 1985, foi apresentado à viola e se encantou pelo instrumento. Junto com sua primeira viola ganhou de um amigo o apelido, uma homenagem ao músico Paulinho da Viola. A brincadeira acabou lhe rendendo seu nome artístico.

Foi com o folião Valdão (Maravilha/MG) que Pereira aprendeu a tocar a viola utilizando, simultaneamente, o tampo para percussão, o que deu origem a suas famosas batidas de contra-dança, batuques e voltados-inteiro. Este momento marca o encontro definitivo do trabalho do artista com suas origens. A busca pelas raízes do povo brasileiro e seu envolvimento com os povos indígenas o leva a se apresentar no Acre, Amazonas, Mato Grosso e São Paulo.

É na capital paulista que Inezita Barroso conheceu o trabalho de Pereira e, imediatamente, o convidou a dar uma entrevista no programa “Mutirão”, na Rádio USP-SP. Logo em seguida, os dois já dividiam um show no Teatro Popular do Sesi – SP. Em 1993, Pereira gravou de forma independente seu primeiro disco, "Terra Boa", considerado pela crítica como uma obra prima da música regional brasileira. Em 1996, em parceria com a Lapa Disco, gravou seu segundo CD, Tawaraná – nome de uma dança indígena do Xingu. Em 1998, participou do projeto Violeiros do Brasil, que reuniu 12 violeiros das várias regiões do país, no Sesc Pompéia, em São Paulo. O encontro resultou num CD homônimo, gravado pelo selo “Núcleo Contemporâneo” e em um especial da TV Cultura. Ainda em 1998, gravou seu terceiro disco solo, Viola Cósmica (Lapa Discos). O disco contou com a participação de quatro grandes violeiros: Paulo Freire, Brás da Viola, Ivan Vilela e Roberto Corrêa; além do rabequeiro Fiaminghi e da cantora Titane. O CD tem também a participação especial de sua mãe, Mãe Augusta.

Em 2001, Pereira da Viola lançou de forma independente o quarto disco de sua carreira, Viola Ética. Produzido e dirigido pelo próprio artista, o CD contou com participação especial de Inezita Barroso, Paulo Freire e Brás da Viola. Em 2003, Pereira promoveu o I Encontro Nacional de Violeiros, em Ribeirão Preto/SP. O evento recebeu 10 mil pessoas e resultou na criação da Associação Nacional dos Violeiros (ANVB), entidade que busca valorizar a cultura Caipira e lutar por melhores condições de trabalho para a categoria. Pereira foi escolhido presidente da Associação, cargo que ocupou até abril de 2010.

Em 2004, 2005, 2006 e 2008 a ANVB manteve-se parceira na realização do Encontro Nacional de Violeiros em Ribeirão Preto/SP. Em 2008 através ANVB promoveu o I Seminário Nacional de Viola Caipira, reunindo as principais figuras de todo país ligadas a este instrumento. Em 2005, Pereira partiu para uma turnê pela Venezuela, onde representou o Brasil no Festival da Canção Necessária, sendo agraciado pelo público e pela mídia venezuelana. Em 2006 participou do “CinePort”, festival de cinema dos países lusófonos, e do Festival “Rotas”, ambos realizados em Portugal, nas cidades de Lagos e Lisboa.

Em 2007 lançou o seu quinto álbum, batizado Akpalô que, em nagô, significa “contador de histórias, aquele que guarda e transmite a memória do seu povo”. Sem dúvida, o nome retrata com maestria a influência da cultura do Vale do Mucuri na trajetória e no trabalho do artista, bem como sua importância como porta-voz da região. Ainda em 2008 gravou o DVD/LIVRO “Violeiros do Brasil”, projeto coletivo produzido pela produtora Myriam Taubkin, e tem como elenco, além de Pereira da Viola, Almir Sater, Pena Branca, Roberto Correia, Braz da Viola, Paulo Freire, Passoca, Ivan Vilela, Tavinho Moura, Zé Multa e Cassiano.

Em 2009 lançou o DVD/LIVRO “Violeiros do Brasil” em São Paulo, Belo Horizonte, Foz do Iguaçu e em Londres. Participou, ainda, da produção e lançamento do “CD VivaViola” em Belo Horizonte e Juiz de Fora. O “VivaViola-60 Cordas em Movimento” é um espetáculo coletivo criado em 2008 envolvendo os violeiros cantadores mineiros: Bilora, Chico Lobo, Gustavo Guimarães, Joaci Ornelas, Pereira da Viola e Wilson Dias.

Para maiores informações, aquisição de Cds e contato:

http://pereiradaviola.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente