Por Carlos Henrique Machado, publicado originalmente no Luis Nassif Online e retirado em 12/01/2010 do endereço:
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-futuro-do-ministerio-da-cultura
Nassif,
Seguimos ainda desinformados qual a linha será adotada pela nova gestão do Ministério da Cultura. O atual cenário parece que desencadeou movimentos e percepções díspares, algumas bastante antagônicas. Alguns falam do conceito pedagógico de Capanema, mas concluem raciocínios dando aos atores emergentes do mercado corporativo de cultura o bastão dos grandes protagonistas dessa identidade. Falta uma pauta baseada numa reflexão. As declarações juntam-se ao tempo passado e ao tempo futuro, e nessa memória estranha figuram diferenças gritantes. A isso podemos chamar de marcha e contr-marcha, mas uma coisa na nova elaboração parece agradar a todos, que é o aquário de interesses por verbas, orçamento, financiamento.
Não podemos sequer dizer que vivemos campos dividos, talvez guerra por espaços, meio na boca miúda, mas que não consegue disfarçar que todos oferecem mão-de-obra especalizada para qualquer parada.
Eita mundo complicado esse da cultura! Ainda mais quando vem personalizado com publicidade. A receita de multidisciplinaridade associada à atividades de entretenimento estimula o desenvolvimento do contorcionismo teórico, e aí, a gestão cultural vira um pacote de especulação, um saco de problemas formais para qualquer gestão.
Se alguém do Ministério da Cultura enfatiza determinado conceito, ele tem que apontar para a democratização para todas as ordens culturais que hoje cercam o mercado especulativo em torno da cultura. Mas cabe destacar que entre essas nuances captadas pela parabólica, a paixão está pouco cotada. A grande maioria está sempre falando de uma forma transformadora e que tem a receita de desdobramentos específicos para um novo ambiente cultural no Brasil. Ai ai ai! Quando a palavra-chave ganha esses contornos, a cinergia não será outra que não um novo diária repleto de intenções decadentes de novo banho de civilização.
Não tenho certeza de nada, isso tudo é um angu mechido com sete mãos com uma receita feita por sete cabeças para se formular uma política de uma infinidade de subgrupos, cada qual defendendo "a preços módicos" suas manifestações eruditas de transformação da cultura no Brasil. Enquadrar tudo isso dentro da dimensão da cultura no Brasil como algo oficial, pior, tendo como parâmetros o sociais e o pedagógicos, é uma moeda que brilha em qualquer palanque, mas que, na hora de se tornar fluida, de implementar esse saco de gatos todas as estratégias de "salvar o Brasi"l viram leite talhado. Vamos aguardar.
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