quinta-feira, 5 de maio de 2011

HERBERT VIANNA, 50 ANOS

Publicado originalmente no Musicaria Brasil e retirado em 05/05/2011 do endereço:

http://musicariabrasil.blogspot.com/2011/05/herbert-vianna-50-anos.html

Por Fabian Chacur


Herbert Vianna, um dos nomes mais importantes da história do rock brasileiro, completa 50 anos nesta quarta-feira (4) em plena atividade.

O cantor, compositor e guitarrista nascido em João Pessoa (PB) está lançando com os Paralamas do Sucesso o CD/DVD Multishow Apresenta Brasil Afora Ao Vivo.

O grupo, que está em vias de comemorar 30 anos na ativa e também inclui Bi Ribeiro no baixo e João Barone na bateria, logo cairá na estrada para divulgar o novo trabalho.

Chega a ser quase um milagre Vianna comemorar 50 anos, se levarmos em conta que, em fevereiro de 2001, ele sofreu um grave acidente após uma queda de asa delta, no qual morreu sua mulher, Lucy Needhan.

Ele ficou paralítico e hoje precisa usar cadeira de rodas para se locomover, mas felizmente recuperou a memória e conseguiu voltar a cantar e tocar.

Os Paralamas lançaram seu primeiro álbum, Cinema Mudo, em 1983. O estouro veio com O Passo do Lui (1984), que inclui o hit Óculos.

Sua excepcional performance na histórica primeira edição do Rock In

Rio, em janeiro de 1985, os consagrou de uma vez por todo o país.

Sua impecável mistura de rock, reggae, ska, ritmos brasileiros e música africana se tornou um dos destaques do rock brasileiro surgido na década de 80.

Herbert nasceu em João Pessoa, mas devido à vida militar de seu pai, o brigadeiro Hermano Viana, mudou-se ainda criança para Brasília, onde conheceu Bi Ribeiro. Ao se mudarem para o Rio de Janeiro fundaram os Paralamas (mas alguns consideram os Paralamas parte da "turma de Brasília", como Capital Inicial e Legião Urbana) com o amigo Vital Dias na bateria.

Após substituírem Vital por João Barone, Herbert compôs a música "Vital e Sua Moto", em homenagem ao amigo, a qual se tornou o primeiro sucesso dos Paralamas e que renderia o contrato com a EMI.

Depois de 10 anos de sucesso da banda, Herbert gravou o disco-solo Ê Batumarê (1992). Mais dois seriam gravados, Santorini Blues (1997) e O Som do Sim (2000), cheio de participações como Cássia Eller, Fernanda Abreu, Nana Caymmi, Sandra de Sá e Marcos Valle.

Herbert namorou por anos Paula Toller, do Kid Abelha, e posteriormente casou com a inglesa Lucy Needham, com quem teve os filhos Luca, Hope e Phoebe.

Herbert desde cedo gostou de pilotar helicópteros e ultraleves. Em 2001, Herbert passou pelo momento mais crítico de sua vida. No dia 4 de fevereiro, sofreu um acidente aéreo em Mangaratiba, RJ, quando o ultraleve que pilotava caiu no mar, devido a um problema de fabricação na baía de Angra dos Reis.[2] No acidente, Lucy morreu e Herbert ficou internado durante 44 dias, parte deles em estado de coma. O músico ficou paraplégico e perdeu parte da memória depois do acidente, porém, em um processo de recuperação gradual, retomou sua carreira, voltando aos palcos, e já tendo gravado quatro álbuns após o acidente: Longo Caminho (2002, preparado antes do acidente), Uns Dias ao Vivo (2004, ao vivo), Hoje (2005), Brasil Afora (2009) e agora em 2011, o Multishow Brasil Afora.

Herbert Vianna é amigo de Jimmy Page, lendário guitarrista do Led Zeppelin. Quando sofreu o acidente a partir do qual ficou paraplégico, Page veio da Inglaterra visitá-lo no Rio de Janeiro e vê-lo como estava, pessoalmente.

Herbert, numa situação anterior, havia lhe dado uma guitarra de presente.

Onze anos após O Som do Sim (2000), Herbert Vianna agenda o lançamento de seu quarto disco solo para este ano de 2011. No CD, já inteiramente gravado com produção de Chico Neves, o cantor dos Paralamas do Sucesso - visto em foto de Maurício Valladares - regrava músicas que deu para cantores e grupos. Esse cancioneiro de Herbert lançado por outras vozes inclui duas baladas propagadas por Ivete Sangalo - Se Eu Não te Amasse Tanto Assim e A Lua Q Eu te Dei - e uma canção que o compositor deu para Roberto Carlos, Quando Você Não Está Aqui, mas que acabou sendo lançada por Maria Bethânia em 2001 em seu álbum Maricotinha.


Em comemoração ao aniversário do cantor, compositor e guitarrista dos Paralamas, o baterista João Barone escreveu um depoimento no site oficial da banda. Leia abaixo:

"Antes de mais nada, parabéns Senhor Herbert Vianna! Acho que a essa altura, vale o "senhor" ali na frente. Nada a ver com idade. Por trás desses anos tem um cara legal. Um, aí sim, senhor ídolo, senhor guitarrista, senhor compositor, senhor referência.
Ah, se as palavras não tivessem sempre mais de um sentido pra nos mostrar que pra tudo há de se olhar com mais atenção. Qual o sentido de meio século de vida? Sr Herbert Vianna, um senhor exemplo pra todos, seguindo também o destino inescapável da metade já cinquentenária paralâmica. Zé Fortes, o famoso quarto paralama, senhor empresário, 50 anos. Bi RIbeiro, senhor baixista, senhor carisma, 50 anos. E agora, Herbert. Só falta um. Deixa o caçula dar os parabéns dele também, né? Barone, respeite os mais velhos, viu?"
Por João Barone
"Quando a gente começou com Os Paralamas, nunca pensávamos em ir tão longe. Todo mundo ao redor nos alertava para as efemeridades de ser músico no Brasil. Hoje, chegamos aos 50 anos, vivenciando mais da metade de nossas vidas com a música. De onde estamos, num pit stop rápido para não esfriar os pneus, avaliamos um monte de coisas que víamos quando éramos apenas moleques. Passamos por poucas e boas, vivemos e sobrevivemos na corda bamba entre a realização pessoal, a ambição artística e o sucesso comercial.
Crescemos como indivíduos, depois de muitos momentos de ternura e terror. Deixamos longe as antigas questões familiares, para depois ver na prática como é esse negócio de "usar um sapato da mesma maneira por influência do meu pai", que tão bem falou Nando Reis. Depois dos filhos, ganhamos alguns novos medos, renovada coragem e novas certezas. Vimos muitos dos nossos ídolos de infância e os "angry young men" quando começamos se tornarem respeitáveis senhores cinquentões, sem perder a pose e - mais importante - sem perder o espírito.
Olhamos para Gil, Caetano, Clapton, Tom Zé, Pete Townshend, Paul McCartney, U2, Stones, para reafirmar que a juventude está na alma. Vemos muitos companheiros de jornada chegando nesse marco temporal: Titãs, Arnaldo, Nando Reis, Kid, Leoni, Roger, Frejat... Temos uma certeza com a chegada dos 50 anos: estivemos muito ocupados todo esse tempo para contar os grãos da areia da ampulheta descendo. Isso nos deixa com uma estranha sensação de que atingimos essa marca com uma certa precocidade.
Como sempre diz Herbert - que emplaca os 50 com a sapiência de um Mestre Jedi e o gás de um guri - estamos começando um novo ciclo de 50 anos..."

Discografia Solo

Ê Batumaré (1992)

Gravado nos meses de junho e julho de 1992 em uma garagem, num equipamento Tascam 388 de 8 canais, Ê Batumaré é a primeira experiência solo de Herbert Vianna sem os Paralamas. Um disco um tanto quanto "cru", que valeu apenas como experiência sem ambições de vendas. Este disco vendeu cerca de 25 mil cópias.
Faixas:
01 - A Nova Cruz (Herbert Vianna)
02 - The Scientist Writes a Letter (Tom Verlaine)
03 - O Rio Severino (Herbert Vianna)
04 - Qualquer Palavra Serve (Herbert Vianna)
05 - Mobral (Herbert Vianna)
06 - Lição de Astronomia (Herbert Vianna)
07 - A Dureza Concreta (Herbert Vianna)
08 - O Retirante Harry-Dean (Herbert Vianna)
09 - Rio 92 (Herbert Vianna)
10 - Impressão (Herbert Vianna)
11 - A Primeira Neve (Herbert Vianna)
Ficha Técnica:
Arranjos, Instrumentos e Vozes: Herbert Vianna
Capa: Barrão
Fotos: Maurício Valladares
Direção Artística: Jorge Davidson
Coordenação Gráfica: Egeu Laus
Engenheiro Gravação e Mixagem: Carlos Savalla
Produzido por: Carlos Savalla & Herbert Vianna
Masterizado por: MicroService
Gravadora: EMI

Santorini Blues (1997)

Mais bem acabado, este disco conta com músicas inéditas, regravações de músicas dos Paralamas em formato acústico além de covers de Eric Clapton e Fito Paez e parcerias com Fernanda Abreu e o Kid Abelha.
"Santorini é uma ilha na Grécia, que eu semrpe quis conhecer", diz Herbert. "Fiquei muito emocionado quando fui lá e resolvi escrever o disco". O disco foi mixado pelo mesmo engenheiro que trabalha com Neil Young, em Los Angeles.
Faixas:
01 - Dos Margaritas (Herbert Vianna / Bi Ribeiro)
02 - Speed Racer (Fábio Fonseca / Fernanda Abreu / Herbert Vianna)
03 - Round and Round (Herbert Vianna)
04 - Pólvora (Herbert Vianna)
05 - Tweety (Instrumental) (Herbert Vianna)
06 - Annie (Eric Clapton / Lambert / Lane)
07 - Por siete vidas (Caceria) (Fito Paez)
08 - A Palavra Certa (Herbert Vianna / Kid Abelha)
09 - Uns Dias(Herbert Vianna)
10 - Luca (Herbert Vianna)
Ficha Técnica:
Arranjos, Instrumentos e Vozes: Herbert Vianna
Projeto Gráfico: Barrão e Fernanda Villa Lobos
Fotos: Lucy Davies
Direção Artística: João Augusto
Mixagem: Jerry Napier, Carlos Savalla e Herbert Vianna
Engenheiro de Gravação: Jerry Napier
Produzido por: Carlos Savalla & Herbert Vianna
Masterizado por: Steve Hall - Estúdios O"Henry - Los Angeles (EUA)
Gravadora: EMI

O Som do Sim (2000)

Herbert Vianna lançou seu 3º disco solo em setembro de 2000.

Um super CD, com várias participações: Fernanda Abreu, Cássia Eller, Érika, Fred, Henrique Portugal, Nana Caimmi, Fernanda Takai, Negril, Karnak, Dado Villa Lobos, Daúde, entre outros ...

Faixas:
01 - O Muro (Herbert Vianna)
02 - História de uma Bala (Herbert Vianna)
03 - Vamos Viver (Herbert Vianna)
04 - Partir, Andar (Herbert Vianna)
05 - Mr. Scarecrow (Herbert Vianna)
06 - Hoje Canções (Herbert Vianna / Paulo Sérgio Valle)
07 - A Mais (Herbert Vianna / Pedro Luís)
08 - Inbetween Days (Robert Smith)
09 - Eu não sei Nada (Herbert Vianna)
10 - Um Truque (Herbert Vianna)
11 - Une Chanson Triste (Herbert Vianna)
Ficha Técnica
Produzido por: Beto Villares, Carlo Bartolini, Chico Neves, Liminha e Cap. Antônio
Produção Executiva: José Fortes, Pedro Ribeiro, Patrícia Ferreira e Alexandre Saleg
Capa: Félix Farfan e Sanaly Macedi e Rick Brunharo
Fotos: Márcio Moreira e Paulo Júnior
Direção Artística: Torcuato Mariano

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente